Celso Sabino confirma a Lula que deixará o Ministério do Turismo

A orientação, expedida na quinta-feira (18), intensificou o afastamento do partido em relação à base de apoio do Planalto.

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Publicado em 20/09/2025 às 12:22h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 20/09/2025 às 12:22h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
Lula viaja no fim de semana para abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas (Imagem:Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Lula viaja no fim de semana para abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas (Imagem:Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

🚨 O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (19), que deixará o cargo.

A decisão foi tomada depois de um novo ultimato do União Brasil — partido do qual Sabino é deputado federal licenciado pelo Pará — determinando que, em até 24 horas, filiados exonerassem cargos e funções comissionadas no governo federal.

A orientação, expedida na quinta-feira (18), intensificou o afastamento do partido em relação à base de apoio do Planalto.

Segundo interlocutores, Sabino teve uma conversa de mais de uma hora com Lula no Palácio da Alvorada, em que explicou o movimento do União Brasil, manifestou o desejo de cumprir algumas agendas finais e se comprometeu a formalizar a demissão por carta após o retorno do presidente de Nova York, previsto para a próxima quinta-feira (25).

Lula viaja no fim de semana para abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas.

No cargo desde julho de 2023, Sabino vinha tentando costurar com a cúpula partidária uma permanência no ministério, mas cedeu à pressão.

Além da agenda cotidiana da pasta, ele atuava de forma direta na preparação da COP30, conferência do clima da ONU que será realizada em 2025 em Belém (PA), seu estado de origem — um dos projetos considerados prioritários pelo governo por combinar agenda ambiental e desenvolvimento regional.

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A determinação do União Brasil para que seus quadros deixem o governo emergiu após reportagens citarem suposta conexão do presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, com a organização criminosa PCC.

Tanto Rueda quanto o partido negam as acusações. Em nota, dirigentes do União chegaram a insinuar responsabilidade do governo nas revelações — uma crítica que desencadeou reação imediata da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Em publicação nas redes, ela repudiou as “acusações infundadas e levianas”, reforçando que a Polícia Federal tem atuação funcional independente e que a direção partidária tem o direito de decidir sobre seus filiados, mas não de atribuir falsamente ao governo a autoria das investigações.

A saída de Sabino adiciona pressão política à base governista, já tensionada por divergências entre Planalto e parte do centrão. Para o União Brasil, o gesto busca preservar a coesão interna e marcar distância do governo em meio ao noticiário adverso envolvendo sua direção.

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Para o Planalto, além do rearranjo no primeiro escalão — com impacto sobre a organização da COP30 —, a demissão reabre a disputa por espaço e indica que novas movimentações partidárias podem ocorrer conforme avança o calendário político.

Nos próximos dias, Sabino deve cumprir compromissos já agendados antes de formalizar sua saída por escrito.

A definição sobre seu substituto ficará a cargo do presidente, que voltará ao país após a participação na ONU.

📊 Até lá, o Ministério do Turismo deve seguir com a equipe atual, concentrando esforços para mitigar efeitos da transição em projetos sensíveis e no cronograma da conferência climática em Belém.