Casas Bahia (BHIA3): Vencimento antecipado de debêntures volta ao radar

S&P rebaixou o rating de CRIs lastreados em debêntures da varejista, o que pode levar os investidores a pedir o vencimento antecipado dos títulos

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Publicado em 24/11/2023 às 20:25h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 24/11/2023 às 20:25h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Casas Bahia aprofundou prejuízo no terceiro trimestre (Shutterstock)
Casas Bahia aprofundou prejuízo no terceiro trimestre (Shutterstock)

Além de revisar o rating de crédito da Casas Bahia (BHIA3), a S&P Global Ratings rebaixou o rating de três séries de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) que são lastreados em debêntures da varejista. A decisão pode levar ao vencimento vencimento antecipado dos ativos, o que colocaria mais pressão sob a dívida da companhia.

Em fato relevante, a Casas Bahia informou nesta sexta-feira (24) que a S&P rebaixou de “brA-” para “brBBB-” o rating das 1ª, 2ª e 3ª séries da 20ª emissão de CRIs da Opea Securitizadora, que são lastreados na 8ª emissão de debêntures da varejista. "O rebaixamento do rating de crédito dos CRI é hipótese de evento de vencimento antecipado não automático dos CRI e da 8ª Emissão de Debêntures", acrescentou.

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Por causa disso, a Opea Securitizadora deve convocar em até dois dias úteis uma assembleia especial de titulares dos CRI, com no mínimo 15 dias de antecedência. Na assembleis, os titulares dos CRI poderão deliberar pela declaração ou não do vencimento antecipado da 8 ª Emissão de Debêntures e, consequentemente, do CRI.

Em setembro, a S&P já havia rebaixado o rating das Casas Bahia. À época, a varejista conseguiu que os detentores dos CRIs não pedissem o pagamento antecipado dos títulos, que poderia complicar ainda mais a dívida da companhia. Para isso, contudo, a Casas Bahia ofereceu uma remuneração adicional de 0,55%, além de um prêmio de 0,25% para os certificados.

S&P considera estrutura frágil

Ao rebaixar o rating da Casas Bahia, a S&P disse que os resultados apresentados pela empresa ao longo de 2023 "mostram que o grupo atualmente depende de condições de negócios, financeiras e econômicas favoráveis para retomar sua rentabilidade". "Não esperamos uma crise de pagamento ou de crédito nos próximos 12 meses, mas entendemos que sua estrutura de capital atual é frágil", disse a S&P.

Em resposta, a Casas Bahia disse que "manteve o seu patamar de liquidez em R$2,8 bilhões e finalizou o 3T23 com geração de fluxo de caixa livre e melhor gestão do capital de giro, impostos e investimentos".

"No 4T23, já foram realizadas captações bilaterais no montante de cerca de R$ 500 milhões, que reforçam a confiança das instituições parceiras na Companhia e na execução do Plano de Transformação. O FIDC da Companhia está em fase de implantação e será uma importante alavanca para a transformação estrutural de capital da Companhia", disse a varejista.