BEEF3, BRFS3, JBSS32 ou MRFG3: Qual frigorífico paga mais na renda fixa?

Processadora de proteína animal menos diversificada oferece maiores juros compostos aos investidores.

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Publicado em 01/09/2025 às 17:04h - Atualizado Agora Publicado em 01/09/2025 às 17:04h Atualizado Agora por Lucas Simões
Frigoríficos costumam pegar dinheiro emprestado ao emitir CRAs (Imagem: Shutterstock)
Frigoríficos costumam pegar dinheiro emprestado ao emitir CRAs (Imagem: Shutterstock)

Os investidores de renda fixa que abrem mão da cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em busca de retornos bem acima da taxa Selic a 15% ao ano têm abraçado os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), títulos isentos da cobrança de impostos de renda e que já movimentam R$ 16,6 bilhões em 2025. Mas, qual será o frigorífico que está pagando mais?

Diversas empresas ligadas ao agronegócio podem emitir CRAs como forma de se financiarem, em troca de pagar juros compostos atrativos aos investidores. E como forma de reduzir o risco de calote, os investidores costumam prestar atenção no tamanho dos bolsos dos grandes frigoríficos listados em bolsa de valores.

Um estudo realizado pelo BTG Pactual, que apurou o quanto os juros compostos oferecidos pelos grandes frigoríficos está acima do praticado pelo Tesouro Direto, sobretudo, os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+), revela que a Minerva Foods (BEEF3) é que mais viu suas taxas dispararem nos últimos meses.

"Dada a atual abertura de spreads da BEEF3 e considerando a natureza cíclica do setor, é razoável esperar que, caso a companhia consiga capturar sinergias das aquisições e se beneficie de um ciclo de gado mais favorável na América do Norte, seu spread de crédito convirja para os níveis médios do setor – atualmente com uma diferença de cerca de 50 pontos-base", afirma o time de analistas do banco, em relatório.

Em outras palavras, além do potencial de carregar os CRAs emitidos pela Minerva Foods até o vencimento se travando com taxas elevadas, também existe a possibilidade de lucros com marcação a mercado, caso as taxas caiam devido à melhora de risco do frigorífico, destravando assim valorização sobre o preço unitário dos títulos.

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CRAs emitidos pelos frigoríficos

Neste início de setembro de 2025, o CRA02300MOQ emitido pela Minerva Foods oferece remuneração indicativa de IPCA+ 8,57% ao ano até o seu vencimento em 19 de setembro de 2030, com preço unitário indicativo de R$ 1.090,71.

Por sua vez, os CRAs emitidos pela JBS (JBSS32) e pela Marfrig (MRFG3), em um intervalo de duration entre três e cinco anos, negociam com um prêmio inferior ao pago pela Minerva Foods. O CRA024009Q4 emitido pela Marfrig remunera IPCA+ 7,94% ao ano, ao passo que o CRA022002XN emitido pela JBS paga IPCA+ 7,35% ao ano.

"Parte dessa diferença pode ser atribuída não apenas aos indicadores de crédito, mas também à maior diversificação de negócios de JBS, Marfrig e BRF, que operam com diferentes tipos de proteína e produtos de maior valor agregado", avaliam os especialistas do BTG.

Já o caso da BRF (BRFS3), focado em frango e suínos, além de negociar a fusão com a Marfrig, se sobressai com uma trajetória de melhora operacional consistente, que resultou em sucessivas reduções de alavancagem, impulsionada por spreads favoráveis entre o custo dos grãos e os preços do frango. Seu CRA0210013B paga IPCA+ 7,80% ao ano.

"A expectativa é que a BRF mantenha bons resultados, apesar da normalização nos spreads do frango, que se encontravam em níveis excepcionalmente favoráveis. A forte compressão de seu spread de crédito ilustra bem a redução da percepção de risco em relação à companhia por parte do mercado e como o setor tem característica cíclica importante", conclui o BTG Pactual no relatório.

BEEF3

MINERVA
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