BEEF3, BRFS3, JBSS32 ou MRFG3: Qual frigorífico paga mais na renda fixa?
Processadora de proteína animal menos diversificada oferece maiores juros compostos aos investidores.

Os investidores de renda fixa que abrem mão da cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em busca de retornos bem acima da taxa Selic a 15% ao ano têm abraçado os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), títulos isentos da cobrança de impostos de renda e que já movimentam R$ 16,6 bilhões em 2025. Mas, qual será o frigorífico que está pagando mais?
Diversas empresas ligadas ao agronegócio podem emitir CRAs como forma de se financiarem, em troca de pagar juros compostos atrativos aos investidores. E como forma de reduzir o risco de calote, os investidores costumam prestar atenção no tamanho dos bolsos dos grandes frigoríficos listados em bolsa de valores.
Um estudo realizado pelo BTG Pactual, que apurou o quanto os juros compostos oferecidos pelos grandes frigoríficos está acima do praticado pelo Tesouro Direto, sobretudo, os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+), revela que a Minerva Foods (BEEF3) é que mais viu suas taxas dispararem nos últimos meses.
"Dada a atual abertura de spreads da BEEF3 e considerando a natureza cíclica do setor, é razoável esperar que, caso a companhia consiga capturar sinergias das aquisições e se beneficie de um ciclo de gado mais favorável na América do Norte, seu spread de crédito convirja para os níveis médios do setor – atualmente com uma diferença de cerca de 50 pontos-base", afirma o time de analistas do banco, em relatório.
Em outras palavras, além do potencial de carregar os CRAs emitidos pela Minerva Foods até o vencimento se travando com taxas elevadas, também existe a possibilidade de lucros com marcação a mercado, caso as taxas caiam devido à melhora de risco do frigorífico, destravando assim valorização sobre o preço unitário dos títulos.
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CRAs emitidos pelos frigoríficos
Neste início de setembro de 2025, o CRA02300MOQ emitido pela Minerva Foods oferece remuneração indicativa de IPCA+ 8,57% ao ano até o seu vencimento em 19 de setembro de 2030, com preço unitário indicativo de R$ 1.090,71.
Por sua vez, os CRAs emitidos pela JBS (JBSS32) e pela Marfrig (MRFG3), em um intervalo de duration entre três e cinco anos, negociam com um prêmio inferior ao pago pela Minerva Foods. O CRA024009Q4 emitido pela Marfrig remunera IPCA+ 7,94% ao ano, ao passo que o CRA022002XN emitido pela JBS paga IPCA+ 7,35% ao ano.
"Parte dessa diferença pode ser atribuída não apenas aos indicadores de crédito, mas também à maior diversificação de negócios de JBS, Marfrig e BRF, que operam com diferentes tipos de proteína e produtos de maior valor agregado", avaliam os especialistas do BTG.
Já o caso da BRF (BRFS3), focado em frango e suínos, além de negociar a fusão com a Marfrig, se sobressai com uma trajetória de melhora operacional consistente, que resultou em sucessivas reduções de alavancagem, impulsionada por spreads favoráveis entre o custo dos grãos e os preços do frango. Seu CRA0210013B paga IPCA+ 7,80% ao ano.
"A expectativa é que a BRF mantenha bons resultados, apesar da normalização nos spreads do frango, que se encontravam em níveis excepcionalmente favoráveis. A forte compressão de seu spread de crédito ilustra bem a redução da percepção de risco em relação à companhia por parte do mercado e como o setor tem característica cíclica importante", conclui o BTG Pactual no relatório.

BEEF3
MINERVAR$ 6,03
-19,49 %
-1,91 %
0%
-4,32
2,57

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