Azul (AZUL4) surpreende com receita acima de R$ 2 bi e ações voam 10%

Papel reage na B3, mas acumula queda de 96% desde 2023 e lidera desvalorizações do ano.

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Publicado em 01/09/2025 às 14:12h - Atualizado Agora Publicado em 01/09/2025 às 14:12h Atualizado Agora por Wesley Santana
Azul é uma das três maiores companhias aéreas do país (Imagem: Shutterstock)
Azul é uma das três maiores companhias aéreas do país (Imagem: Shutterstock)

Depois de algumas semanas de completa desvalorização, as ações da Azul (AZUL4) reagiram fortemente nesta segunda-feira (1º). Por volta das 12h, os papéis registravam uma valorização de 10% na B3, cotados em R$ 0,75.

O movimento acontece como uma reação do mercado ao relatório mensal divulgado pela companhia aérea. No mês de julho, a empresa obteve uma receita líquida acima de R$ 2 bilhões.

O resultado operacional da companhia, medido pelo Ebtida, foi de R$ 709 milhões no acumulado de 30 dias. O Ebitda ajustado chegou a R$ 420 milhões, com margem de 25,6%.

Outros números também chamaram a atenção dos investidores, já que são positivos no mesmo momento em que a empresa passa pela recuperação judicial. O resultado operacional da Azul foi de 467,9 milhões no período, com margem operacional de 23,2%.

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Embora sejam animadores, a empresa destacou que os números são preliminares e que ainda dependem de auditoria independente. Segundo o documento, o relatório foi produzido para cumprir com as exigências do Chapter 11, nos EUA.

Na opinião da Genial Investimentos, os resultados divulgados pela empresa mostram que há uma sólida geração de caixa de curto prazo. Além disso, pontuou que a empresa segue com a política de transparência de dados informando os credores e os tribunais norte-americanos.

Recuperação vai levar tempo

Embora tenha números bastante otimistas, ainda vai levar um longo período para que a Azul recupere tudo o que perdeu em valor de mercado. Antes da pandemia, a empresa chegou a negociar seus papéis acima dos R$ 60, valor que nunca mais recuperou.

Nos períodos mais complicados da crise sanitária, as ações da empresa eram compradas e vendidas no patamar de R$ 11. No entanto, depois do arrefecimento, voltaram a ser negociados acima dos R$ 45.

No acumulado deste ano, as perdas dos investidores já ultrapassam o total de 83%, segundo dados da B3. Atualmente, o valor de mercado do ativo é de R$ 681,3 milhões, quase dez vezes menos que o da Gol (GOLL54), uma de suas concorrentes no setor aéreo.

Dados obtidos pelo Investidor 10 mostram que este foi o pior investimento de 2025, liderando entre as maiores desvalorizações da B3 no ano.

"A situação da AZUL4 é mais emblemática, porque a companhia aérea já havia derrapado 77,89% em 2024. No acumulado desde dezembro de 2023, a desvalorização chega a impressionantes 96,44%", destaca o consultor financeiro Einar Rivero, CEO da Elos Ayta.

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