Após críticas à Vale (VALE3), Lula vai assinar acordo de Mariana
Presidente participará da assinatura do acordo, nesta sexta-feira (25), no Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar nesta sexta-feira (25) da assinatura do acordo de reparação dos danos causado pelo rompimento da barragem de Mariana (MG).
💲 O acordo foi costurado nos últimos meses pelo governo federal e pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo com Vale (VALE3), BHP e Samarco. E chegou a uma versão final depois que as mineradoras aceitaram elevar para R$ 170 bilhões o valor que será repassado para as medidas de compensação.
Durante as negociações, Lula criticou a demora na construção de um acordo e disse que cobraria o pagamento da "dívida" da Vale para que fosse possível indenizar os cidadãos afetados pela tragédia e conduzir ações de recuperação ambiental.
"A Vale, vamos ser francos, a Vale está enrolando o povo de Mariana e o povo de Brumadinho. Vamos ser francos, gente, isso não é brincadeira. Faz sete anos", afirmou Lula, em junho deste ano.
Quando o novo CEO da Vale, Gustavo Pimenta, assumiu, Lula disse esperar que "a nova direção da Vale seja mais cuidadosa, pense mais no desenvolvimento da Vale".
À frente da mineradora desde o início de outubro, Gustavo Pimenta colocou na sua lista de prioridades a missão de melhorar o relacionamento institucional com o governo e envolveu-se nas negociações finais do acordo de Mariana.
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Lula antecipa volta ao Planalto
Para participar da assinatura do "Novo Acordo de Mariana", o presidente Lula precisará antecipar a sua volta ao Palácio do Planalto.
🏥 Ele tem cumprido agenda no Palácio do Alvorada desde o início da semana, por causa do acidente doméstico sofrido no sábado (19).
Aos 78 anos, Lula caiu no banheiro e bateu a cabeça. Ele levou cinco pontos no ferimento. Por isso, precisou cancelar a viagem que faria à Rússia, para participar da cúpula dos Brics.
O presidente também cancelou a ida ao segundo turno das eleições em São Paulo, onde votaria e acompanharia o candidato Guilherme Boulos (PSOL), no domingo (27).
Na quarta-feira (23), a primeira-dama, Janja da Silva, disse que Lula estava bem e seguia trabalhando. Porém, só voltaria a despachar do Palácio do Planalto na segunda-feira (28).
Nesta quinta-feira (24), no entanto, a assessoria da Presidência da República informou que o presidente confirmou a participação na assinatura do acordo de Mariana.
A cerimônia está marcada para as 9h30 desta sexta-feira (25), Palácio do Planalto, em Brasília. E será seguida por uma entrevista coletiva dos ministros Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União); Marcio Macêdo, da Secretaria-Geral; e Alexandre Silveira, de Minas e Energia.
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O acordo
A Vale confirmou na sexta-feira (18) ter feito uma proposta de R$ 170 bilhões, junto com a BHP e a Samarco, para pôr fim ao caso de Mariana.
🗓️ De acordo com a empresa, esse recurso contempla R$ 38 bilhões já desembolsados pelas mineradoras e mais R$ 132 bilhões de "dinheiro novo", que serão pagos ao longo de 20 anos.
Todo o dinheiro deve ser investido pelo governo em ações de reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, que deixou 19 mortos, em 2015.
Como a barragem era de propriedade da Samarco (joint venture de propriedade da Vale e da australiana BHP), a maior parte desse valor deve ser pago pela companhia. A Vale ficará com até 50% dos valores que a Samarco eventualmente deixar de financiar.
Diante disso, a Vale estima que R$ 5,3 bilhões (US$ 956 milhões) serão adicionados aos passivos associados à reparação de Mariana nos resultados do terceiro trimestre de 2024, que serão apresentados nesta quinta-feira (24), após o fechamento do mercado.

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