Ambipar (AMBP3) pede recuperação judicial no Brasil e nos EUA
Decisão foi tomada em caráter de urgência na 2ª feira (20), diante do risco de vencimento antecipado de dívidas bilionárias.

A Ambipar (AMBP3) pediu recuperação judicial nesta segunda-feira (20), para tentar reorganizar suas contas e, assim, recuperar a confiança do mercado.
⚠️ Com quase R$ 11 bilhões em dívidas, a Ambipar viu muitos credores pedirem o vencimento antecipado de dívidas nas últimas semanas, devido a dúvidas sobre a real situação financeira da empresa, o que elevou o risco de inadimplência.
Por isso, o pedido de recuperação judicial já era dado como certo no mercado e foi aprovado em "caráter de urgência" pelo Conselho de Administração da Ambipar nessa segunda-feira (20).
O pedido foi apresentado à 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado Do Rio de Janeiro, apesar de muitos credores acreditarem que a discussão deveria ocorrer em São Paulo.
Já a subsidiária internacional da Ambipar, a Ambipar Emergency Response, pediu a proteção do Chapter 11, nos Estados Unidos.
O que levou a Ambipar à recuperação judicial?
🔎 A crise da Ambipar começou depois que indícios de irregularidades foram descobertos na contratação de operações de swap e que o seu antigo Diretor Financeiro da Ambipar renunciou de forma "abrupta".
Segundo a empresa, isso "resultou em forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar" e criou um "risco concreto de vencimento cruzado de outras obrigações da Companhia, inclusive dos Green Bonds emitidos em 2024 e em 2025, que representam parcela significativa de seu endividamento".
A companhia até conseguiu proteção judicial contra os credores no final de setembro, mas o prazo dessa proteção já acaba na próxima semana e os desafios financeiros aumentaram desde então. Por isso, não restaram opções se não a recuperação judicial.
A avaliação do Conselho de Administração da Ambipar foi de que "os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da Companhia e das suas afiliadas persistem e vêm se agravando", apesar dos esforços e estudos empreendidos ao longo das últimas semanas pela administração.
Por isso, era preciso "a adoção urgente de outras medidas que possam protegê-las até que seja possível implementar o equacionamento do seu endividamento e a readequação da sua estrutura de capital".
Atividades continuam
Segundo a Ambipar, a recuperação judicial busca "assegurar tratamento equitativo aos credores e promover uma reorganização ordenada e transparente", mas também permitir a preservação das atividades empresariais do grupo, permitindo a continuidade de suas operações e a manutenção dos empregos, contratos e serviços prestados.
🗣️ Ou seja, o objetivo é "resguardar o valor econômico e social do Grupo Ambipar, atendendo, de forma organizada, aos interesses de seus credores, trabalhadores, acionistas e demais stakeholders".
Ao confirmar o pedido de recuperação judicial nessa segunda-feira (20), a Ambipar garantiu ainda que "mantém suas operações normalmente e segue oferecendo serviços de excelência, com segurança, eficiência e confiabilidade, em todos os seus segmentos".
"Sua força de trabalho permanece plenamente mobilizada sustentando milhares de empregos diretos e indiretos, gerando impacto social e estimulando a atividade econômica", afirmou.
Impacto nas ações
O pedido de recuperação judicial já era esperado no mercado. Não à toa, as ações da Ambipar dispararam 52,63% na bolsa na segunda-feira (20), diante da expectativa de que o pedido fosse apresentado a qualquer momento.
💲 Apesar do salto, o papel ainda figura entre as penny stocks (ações que valem centavos) da B3. No fechamento de segunda-feira (20), era cotado a R$ 0,58.
As ações da Ambipar já caem mais de 95% na bolsa no acumulado de 2025. No ano passado, no entanto, o papel chegou a subir mais de 1.000%. Por isso, não só os credores da companhia que tiveram perdas nas últimas semanas.
Quem apostou em COEs (Certificados de Operações Estruturadas) da Ambipar, por exemplo, chegou a ter perdas de 93%.
Agora, por sua vez, resta aos acionistas da empresa confirmar o pedido de recuperação judicial apresentado na segunda-feira (20). Por isso, uma assembleia geral extraordinária será convocada para tratar do assunto nas próximas semanas.

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