4 ações na B3 podem tirar proveito da China parando de comprar soja do Brasil, diz BTG

Analistas do banco consideram qualquer queda acentuada no mercado como uma oportunidade de compra em tais nomes do agronegócio

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Publicado em 22/01/2025 às 20:51h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 22/01/2025 às 20:51h Atualizado 1 minuto atrás por Lucas Simões
3tentos, Boa Safra, BrasilAgro e SLC Agrícola podem abrir baita desconto aos investidores (Imagem: Shutterstock)
3tentos, Boa Safra, BrasilAgro e SLC Agrícola podem abrir baita desconto aos investidores (Imagem: Shutterstock)

🚜 As ações da Boa Safra Sementes (SOJA3) encerraram em queda de quase −4% nesta quarta-feira (22), negociadas por R$ 10,01 cada, ante o fechamento anterior de R$ 10,41. Essa produtora de sementes de soja é apenas uma de uma lista de quatro nomes do agronegócio brasileiro em que os investidores podem tirar proveito da nova decisão da China, segundo analistas do BTG Pactual.

Isso porque a nação asiática (e nosso maior parceiro comercial) suspendeu as importações de soja de cinco empresas brasileiras, nesta reta final de janeiro de 2025, após os embarques não atenderem aos requisitos fitossanitários. As preocupações surgiram após relatos de cargas com contaminação química, pragas ou insetos.

A China é, de longe, a maior importadora global de soja, com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetando em 61% sua participação de mercado nas importações totais de soja na safra 2024/2025.

Por outro lado, o Brasil é o principal exportador, responsável por 58% das exportações globais. Só em 2024, 71% das importações chinesas de soja tiveram origem no Brasil.

Até aí, essas informações não parecem nada promissoras para as teses de investimentos nas empresas do agronegócio nacional, sobretudo aquelas mais ligadas à produção de soja e grãos, como: 3tentos (TTEN3), Boa Safra Sementes (SOJA3), BrasilAgro (AGRO3) e SLC Agrícola (SLCE3).

Mas, o pulo do gato está na oportunidade de preços mais atrativos que os investidores podem ter acesso em face da volatilidade desencadeada pela China.

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Oportunidade para 4 ações do agro brasileiro

Segundo os analistas Thiago Duarte, Gustavo Fabris, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques, é difícil imaginar que a China reduziria significativamente as importações de soja do Brasil por um longo período sem arriscar uma escassez de farelo de soja. E as quatro ações listadas na B3 (B3SA3) mencionadas têm movimentos interessantes que podem ser capturados pelos investidores.

"Acreditamos que essa proibição chinesa pode ser de curta duração. No entanto, isso pode ser parte de uma estratégia geopolítica mais ampla para apaziguar os EUA em meio às tensões comerciais renovadas. O presidente Trump já defendeu tarifas sobre bens de consumo, muitos dos quais exportados pela China. Isso reacendeu preocupações sobre uma possível guerra comercial", explica o quarteto, em relatório.

🌾 Eles argumentam que é particularmente estranho que a soja desembarcada recentemente nos portos chineses provavelmente não seja da safra atual. A soja colhida este mês ainda não teria sido embarcada. Então, é provável que as cargas contaminadas tenham se originado das exportações finais do ano passado.

"Toda essa situação é altamente dinâmica e pode impactar ações relacionadas ao agronegócio, como produtores de grãos, além de Boa Safra e 3tentos. Consideraríamos qualquer queda acentuada no mercado como uma oportunidade de compra".

No caso, o BTG Pactual estima os seguintes preços justos para cada uma das quatro companhias citadas. Veja a seguir:

  1. 3tentos (TTEN3): Preço justo de R$ 22 por ação nos próximos 12 meses.
  2. Boa Safra Sementes (SOJA3): Preço justo de R$ 21 por ação nos próximos 12 meses.
  3. BrasilAgro (AGRO3): Preço justo de R$ 31 por ação nos próximos 12 meses.
  4. SLC Agrícola (SLCE3): Preço justo de R$ 24 por ação nos próximos 12 meses.

SOJA3

BOA SAFRA SEMENTES
Cotação

R$ 10,01

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DY

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