O que são ações: tudo o que você precisa saber para investir

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Publicado em 14/06/2020 às 01:42h - Atualizado 24 dias atrás Publicado em 14/06/2020 às 01:42h Atualizado 24 dias atrás por Louise Daud
O que são ações (Imagem: Sutterstock)
O que são ações (Imagem: Sutterstock)

Ações são frações de uma empresa. Quando uma empresa precisa de dinheiro para crescer, ela pode vender partes dela mesma no mercado. Essas partes são chamadas de ações.

Também chamadas de "papéis", as ações são títulos emitidos por sociedades anônimas que compõem seu capital social.

Quem compra uma ação se torna sócio ou acionista da empresa. Isso significa que você tem uma pequena parte dela e pode ganhar dinheiro com os lucros ou com a valorização das ações.

Essas ações são negociadas na bolsa de valores. O preço delas muda de acordo com o que as pessoas acham sobre o futuro da empresa e pela famosa lei da oferta e procura, quanto mais gente quer comprar, mais cara fica.

Como funcionam as ações na prática?

Ações são títulos patrimoniais que representam uma fração do capital social de uma empresa de capital aberto. No Brasil, a negociação desses papéis ocorre por meio da B3, a única bolsa de valores em operação no país. 

Cada ação confere ao investidor, também chamado de acionista, a participação nos resultados e decisões da companhia, conforme a classe de ação adquirida.

O preço das ações é determinado em tempo real pelo mercado, com base em um sistema de leilões contínuos durante o horário de funcionamento da bolsa. A oscilação dos preços é resultado direto da dinâmica entre oferta e demanda. 

Quando há maior interesse comprador, os preços tendem a subir; em contrapartida, quando prevalece a pressão vendedora, os preços tendem a cair. Diversos fatores influenciam essa variação, com destaque para:

Expectativas de mercado: projeções positivas sobre o desempenho futuro da empresa, como crescimento em receita ou expansão de mercado, costumam gerar valorização dos papéis.

Indicadores financeiros: resultados trimestrais, margens operacionais, endividamento e geração de caixa impactam diretamente a confiança dos investidores.

Cenário macroeconômico e político: mudanças na taxa de juros, inflação, política fiscal ou eventos regulatórios afetam o mercado de ações como um todo.

A compreensão dessas estratégias e dos mecanismos de rentabilidade é essencial para estruturar uma carteira de investimentos alinhada aos objetivos individuais e ao perfil de risco. 

Para aprofundar seu conhecimento sobre as etapas práticas e estratégias envolvidas, acesse o conteúdo completo sobre como investir em ações.

No entanto, para que esses potenciais ganhos sejam de fato aproveitados, é necessário entender como funciona todo o processo de investimento, desde a escolha de uma corretora até a análise de ativos e montagem de portfólio.

Além da valorização dos papéis, existem outras formas pelas quais o investidor pode obter retorno ao investir em ações. confira: 

  • Valorização patrimonial: ocorre quando o preço da ação no momento da venda é superior ao da compra, gerando ganho de capital.

  • Distribuição de dividendos: parte do lucro líquido da empresa é distribuída entre os acionistas, de acordo com a quantidade de ações detidas.

  • Juros sobre Capital Próprio (JCP): mecanismo de remuneração utilizado no Brasil que permite às empresas repassar parte dos lucros com incidência de imposto retido na fonte, geralmente vantajoso sob o ponto de vista fiscal para companhias e investidores.

  • Aluguel de ações: investidores podem disponibilizar seus papéis para empréstimo a outros participantes do mercado, mediante o recebimento de uma taxa acordada entre as partes.

  • Bonificações e desdobramentos: medidas corporativas que aumentam a quantidade de ações na carteira do investidor, sem necessidade de aporte adicional.

  • Direitos de subscrição: preferência na aquisição de novas ações emitidas pela empresa, geralmente a preços inferiores aos de mercado, preservando a participação do acionista.

O investimento em ações, embora envolva riscos associados à volatilidade dos preços, pode oferecer rentabilidade superior a alternativas conservadoras como poupança ou Certificados de Depósito Bancário (CDB), sobretudo em estratégias de longo prazo com diversificação e foco no crescimento do capital investido.

O que são dividendos de ações

Dividendos representam uma parcela do lucro líquido de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. 

Constituem a forma mais tradicional de remuneração ao investidor que detém ações ordinárias ou preferenciais, sendo calculados de maneira proporcional à quantidade de ações em posse do acionista na data de corte estabelecida pela companhia.

O pagamento dos dividendos costuma ser realizado em moeda corrente nacional, creditado diretamente na conta da corretora onde o investidor mantém suas ações. 

A política de dividendos de cada empresa determina a frequência com que esses repasses são feitos, podendo ser mensal, trimestral, semestral ou anual. Essa definição varia conforme o fluxo de caixa, o nível de lucro distribuível e a estratégia de reinvestimento da companhia.

A Agenda de Dividendos no Investidor10 é uma ferramenta essencial para o planejamento do investidor.

Por meio dela, é possível acompanhar, ao longo do ano, as datas de declaração, ex-dividendo e pagamento de proventos, permitindo a organização de estratégias de fluxo de caixa e reinvestimento.

Quais os tipos de ações existentes?

Conheça os principais tipos de ações para investir. (Fonte: Shutterstock)

Existem três categorias principais de ações negociadas na bolsa de valores. A seguir, explicamos em detalhes cada uma delas:

1. Ações Ordinárias (ON)

As ações ordinárias são aquelas que garantem ao investidor o direito de voto nas assembleias da empresa. Essas ações são identificadas pelos códigos terminados em 3.

Isso significa que, quanto mais ações ON você tiver, maior será sua influência nas decisões estratégicas da companhia, como fusões, eleição de conselheiros e aprovação de contas.

Além disso, quem possui ações ON tem direito ao tag along, um mecanismo que assegura que, caso a empresa seja vendida, os acionistas minoritários recebam uma porcentagem do valor pago pelos controladores. 

No Brasil, esse percentual é de no mínimo 80%, podendo chegar a 100% em empresas listadas no Novo Mercado da B3.

2. Ações Preferenciais (PN)

As ações preferenciais não oferecem direito de voto na maioria das assembleias, mas compensam isso com vantagens financeiras. Elas costumam ter mais liquidez e preços menores que as ON, sendo identificadas por códigos terminados em 4.

O principal benefício é a prioridade no recebimento de dividendos, ou seja, os acionistas PN recebem os lucros antes dos detentores de ações ON.

Em alguns casos, essas ações também garantem dividendos mínimos ou fixos, conforme previsto no estatuto da empresa. Essa característica torna as ações preferenciais atrativas para quem busca renda passiva com previsibilidade.

3. Sufixos numéricos das ações

Na bolsa de valores, os códigos das ações sempre terminam com um número que indica o tipo de papel. Esses sufixos ajudam o investidor a identificar rapidamente o que está comprando:

  • 1: Direito de subscrição de ações ordinárias (ON)

  • 2: Direito de subscrição de ações preferenciais (PN)

  • 3: Ação ordinária

  • 4: Ação preferencial

  • 5 a 8: Ações preferenciais de classes diferentes (PNB, PNC, etc.)

  • 9: Recibos de ações (em processo de conversão, por exemplo)

  • 11: Units (combinação de ON e PN ou outros ativos)

Compreender esses números é essencial para não confundir tipos de ações ao investir.

Units são "pacotes" de ações compostos por uma combinação de ações ON e PN. Units costumam ser negociadas com códigos terminados em 11.

Elas são criadas para facilitar a negociação e aumentar a atratividade do papel no mercado.

Por exemplo, uma Unit pode conter 1 ação ordinária e 2 preferenciais, agrupadas em um único ativo. Assim, o investidor tem acesso a um mix de direitos e benefícios de ambos os tipos de ações.

Além das categorias já mencionadas, existem outras classificações importantes:

  • Blue Chips: ações de grandes empresas com alta liquidez e forte presença no mercado, como Petrobras, Vale e Itaú.

  • Mid Caps: ações de empresas de médio porte com bom potencial de crescimento e volume intermediário de negociação.

  • Small Caps: ações de empresas com baixa capitalização de mercado, normalmente com maior volatilidade, mas alto potencial de valorização.

  • Ações Escriturais: ações registradas digitalmente em uma instituição financeira custodiante, sem necessidade de certificado físico.

  • Ações Nominativas: registradas no nome do acionista, o que garante maior segurança e rastreabilidade.

Qual tipo de ação escolher para investir?

A escolha do tipo de ação ideal depende dos seus objetivos financeiros, perfil de investidor e estratégia de investimento. 

O mais importante na hora de investir é ter o conhecimento na área do que se quer investir, buscando pesquisar sobre o assunto e entender melhor cada fator, as vantagens e desvantagens de investir naquela área, assim como os melhores lugares para se investir.

O passo a seguir agora é escolher qual a melhor opção para se investir, para chegar a esse fim você precisa analisar quais são os seus objetivos com esse investimento.

Como é possível observar a partir do que aprendemos sobre as ações é que, as ações ordinárias dispõem de permissão ao voto em assembleia que é interessante apenas para os grandes investidores e um retorno financeiro a longo prazo por meio da tag along.

Enquanto isso as ação preferencial dispõe de retorno financeiro a curto prazo, permitindo uma maior liquidez de suas ações, de primazia na hora de receber os dividendos e em alguns casos direito a tag along ou voto em assembleia, como aprendemos nas definições a cima.

Veja abaixo como cada tipo pode se encaixar em diferentes perfis:

1. Para quem busca renda passiva: Se o seu objetivo é receber pagamentos periódicos, como uma espécie de "renda extra" proveniente dos lucros das empresas, ações preferenciais (PN) e ações de empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio JCP com regularidade são as mais indicadas.
2. Para quem quer participar das decisões da empresa: Se você deseja ter voz nas assembleias e participar ativamente da gestão da empresa (ainda que de forma limitada, como acionista minoritário), as ações ordinárias (ON) são a melhor opção.
3. Para quem quer diversificar: As Units são indicadas para quem busca uma composição equilibrada entre ações ON e PN, permitindo acesso a diferentes direitos em um único papel. É uma forma prática de diversificação.
4. Para quem tolera mais risco: Small Caps podem ser interessantes para investidores com perfil mais arrojado. Embora tenham maior volatilidade, essas ações podem oferecer grande potencial de valorização no longo prazo.

Antes de investir, é fundamental adotar práticas que contribuam para uma alocação mais eficiente e alinhada ao seu perfil.

Para aprofundar seus conhecimentos, o curso de ações do Investidor10 oferece uma abordagem estruturada e acessível, com foco nos principais conceitos, análises e estratégias utilizadas por investidores no mercado acionário.

Quais os ganhos e riscos de ser acionista?

Portar ações de uma companhia significa que você é dono de uma parte dela, junto a muitos outros investidores. Isso faz de você um acionista, com direito a participação nos lucros e, em alguns casos, direito a voto em assembleias.

Desse modo você passa a ter direito em cima de tudo aquilo que a companhia possui, no entanto, o poder que você detém na empresa se dá de acordo com a quantidade de ações que porta. 

Isso traz tanto benefícios quanto responsabilidades indiretas. Veja os principais pontos:

Ganhos ao ser acionista
  • Participação nos lucros: você recebe parte dos resultados da empresa, seja via dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP).

  • Valorização das ações: se a empresa crescer e ficar mais lucrativa, suas ações tendem a se valorizar, permitindo vender por um preço maior do que comprou.

  • Direito a voto (ações ON): acionistas ordinários podem participar das decisões em assembleias, ainda que o peso do voto dependa da quantidade de ações.

  • Direito a tag along: em caso de venda do controle da empresa, os acionistas minoritários podem ter direito a vender suas ações por uma parte do valor pago aos controladores.

Riscos ao ser acionista
  • Volatilidade: o preço das ações sobe e desce rapidamente, influenciado por fatores internos da empresa e externos, como economia e política.

  • Perda de valor investido: se a empresa tiver prejuízos ou perder valor de mercado, você pode vender suas ações por um preço menor do que pagou.

  • Dependência da gestão: o desempenho da empresa depende das decisões dos administradores. 

  • Liquidez: algumas ações têm baixa negociação diária, o que pode dificultar a venda rápida sem perda de valor.

Com a digitalização, você não recebe mais um certificado físico de ações. Hoje, tudo é registrado eletronicamente pelas corretoras, garantindo segurança e agilidade.

Ser acionista não significa administrar a empresa, mas sim ter direitos e benefícios proporcionais à sua participação. Mesmo que você tenha poucas ações, ainda é sócio e participa dos resultados da companhia.

Responsabilidades e poder de decisão

A responsabilidade de conduzir a empresa e aumentar seu valor no mercado é dos administradores e gestores. Eles tomam as decisões estratégicas, cuidam das finanças e definem os rumos do negócio.

Os acionistas, por sua vez, têm direitos proporcionais à sua participação na empresa:

  • Pequenos investidores: possuem pouco poder de decisão individual. Normalmente, sua influência é limitada ao recebimento de dividendos, JCP e, em alguns casos, ao voto em assembleias (se tiverem ações ON).

  • Grandes investidores: são aqueles que possuem uma fatia significativa da empresa (por exemplo, 30% das ações). Eles têm mais influência, podendo sugerir mudanças na gestão e até pressionar pela troca de administradores.

Para quem investe visando aumentar a renda, o foco geralmente está no potencial de valorização e nos dividendos recebidos, e não na administração da empresa em si. 

Assim, mesmo com poucas ações, o investidor pode se beneficiar dos resultados da companhia sem precisar se preocupar com a gestão.

É importante destacar que o acionista não responde pelas dívidas da empresa. Em caso de falência, o máximo que ele pode perder é o valor investido na compra das ações.

Por isso, acompanhar o mercado e analisar os fundamentos da empresa são medidas essenciais para reduzir riscos.

Garantia aos acionistas preferenciais

Para a alegria daqueles que investem nesse tipo de ação, as companhias, além de conferir aos detentores das ações preferenciais o direito a restituição do capital, precisam também, segundo a Lei das sociedades anônimas, garantir aos acionistas preferenciais no mínimo um dos benefícios listados a seguir:

(a) direito de participação no rendimento obtido na venda ou transferência da companhia (tag along) e dividendo no mesmo valor das ON;

(b) direito de ganhar dividendo de no mínimo 10% a mais do que é conferido para cada ON;

(c) direito de participação nos dividendos que serão distribuídos, equivalente a no mínimo 25% do lucro líquido do desempenho, em uma das opções a seguir: dividendo de 3% do valor do capital líquido de cada ação, em paridade de oportunidade com as ON, ou, ganho mínimo ou fixo, se a empresa oferecer preferência na recepção de dividendos das ações preferenciais.

Caso a companhia não pague aos acionistas preferenciais os dividendos durante um período de três anos decorrentes, estes passam a portar o direito de voto nas assembleias da empresa.

As PN normalmente dispõem de uma liquidez maior do que as ações ordinárias, além de serem mais simples de comercializar, elas costumam dispor de preços melhores em comparação a ações ordinárias.

Como comprar ações: passo a passo

Primeiros passos para comprar ações. (Fonte: Shutterstock)

Investir em ações é uma das formas mais eficazes de construir patrimônio no longo prazo. Mas para que isso funcione bem, é essencial seguir algumas etapas com planejamento e consciência. Veja o resumo prático para quem está começando:

1. Avalie seu perfil de investidor

Antes de investir, entenda seu grau de tolerância ao risco: conservador, moderado ou arrojado. Esse perfil define quais tipos de ações ou estratégias fazem mais sentido para você. Corretoras sérias oferecem testes gratuitos que ajudam a definir esse perfil.

2. Organize suas finanças

Antes de começar a investir, é fundamental:

  • Quitar dívidas caras (como cartão de crédito)

  • Criar uma reserva de emergência

  • Definir quanto você pode investir mensalmente com tranquilidade

3. Escolha uma corretora confiável

  • Pesquise instituições autorizadas pela CVM.

  • Compare taxas, plataforma, atendimento e reputação. 

  • A lista de corretoras está disponível no site oficial da B3.

4. Transfira recursos para sua conta

  • Após abrir a conta, envie dinheiro da sua conta bancária para a corretora via TED ou PIX. 

  • O valor costuma ficar disponível rapidamente para compra de ativos.

5. Realize sua primeira compra

  • Acesse o home broker da corretora

  • Digite o código da ação

  • Escolha a quantidade de ações

  • Defina o preço e confirme a ordem de compra

Você pode comprar em lote padrão (100 ações) ou no mercado fracionário (de 1 a 99 ações). O prazo de liquidação é de dois dias úteis (D+2).

6. Acompanhe seus investimentos

  • Veja os resultados trimestrais das empresas

  • Acompanhe notícias do setor

  • Reavalie sua carteira periodicamente para manter alinhamento com seus objetivos

Conclusão: como investir em ações com segurança

Investir em ações é uma das formas mais eficazes de construir patrimônio no longo prazo. Mas para que isso funcione bem, é essencial seguir algumas etapas com planejamento e consciência. 

Como vimos ao longo do artigo, existem diversos tipos de ações com características específicas, é essencial também analisar a liquidez, os fundamentos da empresa, e sua atuação na governança corporativa.

Empresas frequentemente publicam relatórios claros e transparentes, disponíveis via sites como o da CVM, B3 e páginas de RI das companhias.

Lembre-se: o investimento ideal é aquele que está alinhado aos seus objetivos financeiros e ao seu perfil de risco.

Estude, diversifique sua carteira e mantenha a disciplina para colher bons resultados no futuro.

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