O que é Buy and Hold: guia completo sobre a estratégia de longo prazo

Índice de Conteúdo
- O que é a estratégia buy and hold?
- Qual o significado de “buy and hold” e quem é o holder?
- Como funciona o buy and hold na prática?
- Fundamentos do buy and hold: o que o holder valoriza?
- Quais ativos são indicados para o buy and hold?
- A mentalidade de sócio: o segredo do holder
- Buy and hold: a estratégia dos grandes investidores
- Quais são as vantagens do buy and hold?
- Quais são os riscos do buy and hold?
- Como montar uma carteira de buy and hold?
- Quando vender ativos no buy and hold?
- O que fazer quando a Bolsa cai?
- Mitos comuns sobre o buy and hold
- Conclusão: o tempo é o melhor amigo do investidor
O mercado financeiro oferece diversas estratégias de investimento, cada uma voltada para perfis, prazos e objetivos distintos. Entre elas, o buy and hold.
Essa estratégia reflete exatamente o que propõe: investir em bons ativos e mantê-los por longos períodos, aproveitando o crescimento das empresas e o poder dos juros compostos ao longo do tempo.
Essa é uma filosofia de investimento baseada em paciência, análise e disciplina, amplamente adotada por alguns dos maiores investidores do mundo, como Warren Buffett e Peter Lynch.
Neste guia completo, você vai entender o que é essa estratégia, como ela funciona, quais são seus fundamentos e quando realmente vale a pena aplicá-la.
O que é a estratégia buy and hold?
O buy and hold é uma metodologia de investimento de longo prazo que se apoia na análise fundamentalista, ou seja, na avaliação dos fundamentos de empresas e ativos antes da compra.
O objetivo é identificar negócios sólidos, lucrativos e bem administrados e manter esses ativos na carteira por anos (ou até décadas), independentemente das oscilações do mercado.
Em vez de buscar lucros rápidos por meio de operações de curto prazo (como o day trade ou swing trade), o investidor torna-se sócio de empresas que acredita no potencial de crescimento.
Ele não se preocupa com quedas momentâneas, mas sim com fundamentos, lucro, gestão, vantagens competitivas, endividamento controlado e capacidade de gerar valor ao longo do tempo.
Em resumo:
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O buy and hold foca no longo prazo e na qualidade dos ativos.
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A decisão de compra baseia-se em análise fundamentalista, e não em especulação.
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O investidor ganha com valorização das ações e pagamento de dividendos.
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O segredo está em paciência, constância e disciplina.
Qual o significado de “buy and hold” e quem é o holder?
O termo buy and hold significa literalmente “comprar e segurar” e o investidor que adota essa filosofia é chamado de holder.
Ele não busca prever o comportamento de curto prazo do mercado, e sim aproveitar o crescimento dos negócios ao longo dos anos.
Em outras palavras, ser um holder é ter mentalidade de sócio, e não de especulador. É acreditar que o tempo é o maior aliado dos bons investimentos.
Esse investidor está menos interessado em “acertar o topo ou o fundo” das ações e mais focado em acumular patrimônio e renda passiva, por meio de valorização de longo prazo.
Características de um holder típico:
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Compra ativos com base em fundamentos, não em modismos.
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Reinveste os dividendos recebidos.
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Diversifica sua carteira para reduzir riscos.
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Mantém os ativos enquanto os fundamentos permanecerem sólidos.
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Não vende por pânico ou euforia de mercado.
Como funciona o buy and hold na prática?
Na prática, o buy and hold funciona em três etapas básicas:
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Escolha dos ativos:
O investidor define critérios e fundamentos sólidos para selecionar os ativos, como lucro consistente, boa governança, dívida controlada e vantagens competitivas.
Ele busca empresas com histórico e potencial de crescimento sustentável, e não apenas aquelas em “moda”.
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Acompanhamento e disciplina:
Após investir, o holder monitora os resultados periodicamente, verificando se a empresa mantém os fundamentos.
Ele não se preocupa com oscilações diárias, e sim com o desempenho dos negócios.
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Reinvestimento dos dividendos:
Os dividendos e juros sobre capital próprio são reinvestidos, aumentando o número de ativos e potencializando o efeito dos juros compostos.
É assim que o patrimônio cresce exponencialmente ao longo dos anos.
Exemplo: Um investidor que compra ações de uma empresa sólida, como Itaú (ITUB4), e reinveste os dividendos por 20 anos, pode ver o valor investido multiplicar várias vezes, graças à valorização e ao reinvestimento contínuo.
Fundamentos do buy and hold: o que o holder valoriza?
O sucesso do buy and hold depende de entender o que realmente importa em um investimento. Entre os principais fundamentos avaliados pelos holders, estão:
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Governança corporativa: Transparência e gestão responsável.
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Vantagem competitiva: Diferenciais sustentáveis, como marca forte ou tecnologia.
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Lucratividade consistente: Geração de caixa e margens saudáveis.
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Baixo endividamento: Resiliência e controle financeiro.
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Potencial de crescimento: Inovação e expansão de mercado.
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Histórico de dividendos: Distribuição regular de lucros.
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Perenidade e propósito: Empresas que continuarão relevantes no futuro.
Esses pilares ajudam o investidor a distinguir preço de valor, o preço varia, mas o valor permanece.
Quais ativos são indicados para o buy and hold?

Embora seja comum associar o buy and hold às ações, essa filosofia pode ser aplicada a diversos tipos de ativos, dentre eles:
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Ações: O ativo mais tradicional para o buy and hold. Representam participação em empresas e oferecem valorização e dividendos. O holder se torna sócio do negócio, e não apenas especulador.
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Fundos Imobiliários (FIIs): Ideais para quem busca renda mensal e estabilidade. O holder prioriza fundos com boa gestão, imóveis de qualidade e vacância controlada.
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BDRs (Brazilian Depositary Receipts): Permitem investir em empresas estrangeiras como Apple, Microsoft e Google, com a mesma mentalidade de longo prazo aplicada às ações nacionais.
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ETFs (Fundos de Índice): Investir em ETFs é uma forma de aplicar o buy and hold de maneira diversificada e passiva, acompanhando índices como o Ibovespa ou o S&P 500.
A mentalidade de sócio: o segredo do holder
O ponto central do buy and hold é pensar como dono, e não como apostador. Ao comprar uma ação, o investidor passa a ser sócio de uma empresa real, que produz, emprega e gera lucro.
Essa mentalidade muda completamente a forma de investir:
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O foco deixa de ser a cotação do dia e passa a ser o crescimento da empresa.
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As quedas de preço se tornam oportunidades de compra, não motivo de pânico.
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Os dividendos são recompensas pela paciência, e não meros “bônus”.
Essa filosofia faz com que o holder invista com propósito, racionalidade e visão de longo prazo, e não guiado por emoções.
Buy and hold: a estratégia dos grandes investidores
O buy and hold é uma das filosofias mais admiradas do mercado financeiro justamente por ser defendida por nomes lendários. Entre eles:
Warren Buffett
Considerado um dos maiores investidores de todos os tempos, Buffett construiu sua fortuna aplicando princípios do buy and hold.
Ele defende investir apenas em empresas que você entende, com vantagens competitivas duradouras, e mantê-las por longos períodos, permitindo que o crescimento natural dos negócios gere riqueza.
“Nosso período favorito de investimento é para sempre.” — Warren Buffett
Charlie Munger
Parceiro histórico de Buffett na Berkshire Hathaway, Munger também acreditava que a paciência é o maior diferencial de um investidor.
Para ele, o segredo não está em comprar e vender o tempo todo, mas em encontrar grandes negócios e esperar os frutos no longo prazo.
Peter Lynch
Gestor do lendário fundo Magellan, da Fidelity, Peter Lynch defendeu que investidores comuns podem ter sucesso no buy and hold se escolherem empresas que conhecem e acompanham. Sua filosofia era: “invista no que você entende”.
Quais são as vantagens do buy and hold?
O buy and hold é uma das estratégias mais admiradas justamente porque une simplicidade e eficiência. O tempo e a disciplina são seus maiores aliados.
Veja os principais benefícios:
1. Efeito dos juros compostos
O maior diferencial do buy and hold é o poder dos juros compostos ou, como diria Warren Buffett, “o oitavo milagre do mundo”.
Ao reinvestir os dividendos e manter os ativos por longos períodos, o investidor multiplica o capital exponencialmente. Isso acontece porque rendimentos geram novos rendimentos, e o tempo amplia esse efeito.
2. Menos custos e impostos
Quem realiza operações constantes paga mais corretagem, emolumentos e imposto de renda.
Já o holder paga menos taxas e menos IR, porque realiza poucas vendas. Além disso, pode se beneficiar da isenção de IR sobre vendas de até R$ 20 mil/mês em ações.
3. Menos tempo dedicado ao mercado
O buy and hold não exige acompanhamento diário da Bolsa. Basta fazer revisões periódicas (trimestrais ou semestrais) para avaliar se as empresas mantêm seus fundamentos.
Isso torna a estratégia ideal para quem tem perfil paciente e busca construir patrimônio com tranquilidade.
4. Renda passiva e estabilidade
Ao investir em empresas e fundos que pagam dividendos regularmente, o holder cria uma renda passiva previsível, capaz de gerar fluxo de caixa constante, inclusive para viver de dividendos no futuro.
Além disso, a história mostra que, mesmo com crises, as boas empresas tendem a se valorizar no tempo.
Quais são os riscos do buy and hold?
Embora o buy and hold seja uma estratégia sólida, não é livre de riscos. Entender e gerenciar esses riscos é parte essencial do sucesso.
1. Mudança nos fundamentos
Empresas podem perder competitividade, mudar de gestão ou enfrentar crises setoriais.
Por isso, o holder precisa acompanhar periodicamente os resultados e relatórios financeiros para verificar se os fundamentos continuam válidos.
2. Volatilidade e liquidez
No curto prazo, as ações podem cair, às vezes de forma intensa. Quem não está preparado emocionalmente pode vender por pânico, perdendo o potencial de recuperação.
É preciso mentalidade de longo prazo e reserva de emergência para não precisar vender em momentos ruins.
3. Concentração
Manter apenas poucos ativos na carteira aumenta a exposição a eventos específicos.
Por isso, a diversificação é uma das regras de ouro do buy and hold: ações de setores diferentes, Fundos Imobiliários, ETFs e até renda fixa.
Como montar uma carteira de buy and hold?

1. Defina seus objetivos e horizonte de tempo
Antes de investir, entenda por que você está investindo: aposentadoria, independência financeira, renda passiva, ou apenas valorização patrimonial.
O buy and hold só faz sentido para horizontes longos, de 5, 10, 20 anos ou mais.
2. Escolha empresas com bons fundamentos
Use a análise fundamentalista para identificar negócios sólidos.
Avalie indicadores como:
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ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) — Eficiência na geração de lucro.
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Dívida Líquida/EBITDA — Capacidade de pagamento de dívidas.
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Margem líquida e EBITDA — Rentabilidade das operações.
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Histórico de dividendos e lucros — Consistência e estabilidade.
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Governança corporativa e transparência.
Empresas com fundamentos fortes tendem a crescer de forma sustentável, recompensando o investidor com valorização e dividendos.
3. Diversifique os setores
Monte uma carteira com empresas de setores diferentes (bancos, energia, saúde, tecnologia, consumo, infraestrutura, etc.).
Na prática, isso reduz o impacto de crises setoriais e melhora a estabilidade do portfólio.
4. Invista com constância
O segredo do buy and hold está na disciplina. Realize aportes mensais ou trimestrais, mesmo em tempos de crise.
Comprar em diferentes momentos suaviza o preço médio e maximiza o retorno no longo prazo.
Além disso, não saque os proventos. Reaplique-os nos mesmos ativos ou em novas oportunidades. Esse hábito multiplica os ganhos exponencialmente com o passar dos anos.
Quando vender ativos no buy and hold?
Apesar de o nome sugerir que o investidor “nunca vende”, existem sim momentos estratégicos para vender. A venda ocorre quando os fundamentos que motivaram a compra deixam de existir.
Situações em que a venda é justificável:
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A empresa perdeu lucratividade de forma estrutural.
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Houve mudança de gestão que afetou a qualidade do negócio.
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O setor entrou em declínio permanente.
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A empresa deixou de gerar valor ao acionista ou passou a ter má governança.
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Há melhores oportunidades no mercado.
👉 Em resumo: O holder vende por motivos racionais, nunca por emoção. Enquanto os fundamentos permanecem, o melhor é manter e deixar o tempo trabalhar a seu favor.
O que fazer quando a Bolsa cai?
Uma das maiores provas de fogo do buy and hold são os momentos de crise. Quando o mercado despenca, a tentação de vender aumenta, mas é exatamente nesse momento que o holder mais se destaca.
Durante as quedas:
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Reforce posições em boas empresas com desconto.
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Evite acompanhar cotações diariamente.
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Mantenha a disciplina dos aportes.
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Lembre-se: as quedas fazem parte do ciclo de mercado e, historicamente, sempre foram seguidas por recuperações.
Como dizia Buffett:
“Se você não está disposto a possuir uma ação por 10 anos, nem pense em possuí-la por 10 minutos.”
Mitos comuns sobre o buy and hold
Mesmo sendo uma das estratégias mais difundidas, o buy and hold ainda é cercado por equívocos.
Veja alguns mitos que confundem iniciantes:
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❌ “Buy and hold é comprar e esquecer.”
➜ Na verdade, é comprar, monitorar e segurar enquanto fizer sentido. -
❌ “É livre de riscos.”
➜ Toda empresa pode enfrentar problemas. Por isso, a diversificação é essencial. -
❌ “Só serve para quem tem muito dinheiro.”
➜ O buy and hold pode começar com pequenos aportes mensais e crescer gradualmente. -
❌ “É chato e demorado.”
➜ Pode até ser menos emocionante que o day trade, mas é o método que mais gera riqueza comprovadamente no longo prazo.
Rankings de Ações Buy and Hold
Para quem segue a filosofia buy and hold e busca investir nas melhores empresas da Bolsa, o Ranking de Ações Buy and Hold o Investidor10 é uma ferramenta essencial.
Por meio do ranking é possível visualizar as companhias que mais se destacam em valor de mercado, rentabilidade, eficiência, crescimento e distribuição de dividendo, indicadores fundamentais para quem investe com foco em qualidade e longo prazo.
Com o Rankings de Ações, você consegue filtrar empresas por setor, tipo de ação e histórico de dividendos, facilitando a escolha de ativos consistentes para compor sua carteira.
Agenda de Dividendos
A Agenda de Dividendos de Ações é uma ferramenta essencial para investidores que seguem a estratégia Buy and Hold, permitindo acompanhar de forma prática os próximos pagamentos de proventos das empresas listadas na Bolsa.
É possível conferir as datas de corte (data com), datas de pagamento, o tipo de provento (dividendos ou JCP) e o valor por ação, informações importantes para quem busca construir patrimônio ao longo do tempo.
Com a organização em formato de lista ou calendário, a agenda facilita filtrar por tipos de ativos e localizar empresas específicas que se encaixem na estratégia de longo prazo.
Além dos dados oficiais divulgados pelas empresas, ferramentas complementares como o Radar de Dividendos ajudam a analisar o histórico de distribuição de lucros, permitindo projetar pagamentos futuros e reforçar a tomada de decisão de um investidor Buy and Hold.
Aproveite essa análise detalhada para tomar decisões mais estratégicas, reduzir riscos e potencializar seus retornos no longo prazo.
Conclusão: o tempo é o melhor amigo do investidor
O buy and hold vai além de uma simples estratégia: é um verdadeiro estilo de vida financeiro. Ele recompensa a paciência, disciplina e conhecimento, permitindo que o investidor colha resultados consistentes ao longo dos anos.
Em um mundo onde todos buscam resultados imediatos, o holder escolhe o caminho da construção consistente de patrimônio, confiando que boas empresas crescem e recompensam seus sócios.
Embora exija estudo e acompanhamento, essa abordagem oferece tranquilidade, rentabilidade e um poder de acumulação que poucas estratégias conseguem proporcionar.
No fim das contas, o segredo não é o tempo de mercado, mas o tempo no mercado.
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