MacKenzie Scott: Filantropia em alta escala e a origem da Amazon
MacKenzie Scott, ex-esposa de Jeff Bezos, é muito mais do que uma das mulheres mais ricas do mundo: ela é uma das maiores filantropas da atualidade.
Seu patrimônio, avaliado em US$ 27,5 bilhões pela Forbes, é fruto de sua participação na Amazon, e Scott tem se destacado por doar bilhões de dólares rapidamente e sem burocracia.
Depois de se divorciar de Bezos em 2019, ela assumiu 4% das ações da Amazon, consolidando sua posição financeira e direcionando grande parte de sua fortuna para projetos sociais, ajudando milhares de organizações ao redor do mundo.
A fundação da Amazon e a importância de MacKenzie
A história da Amazon começou em 1994, quando MacKenzie Scott e Jeff Bezos tomaram uma decisão ousada: abandonar carreiras consolidadas para transformar uma ideia disruptiva em realidade.
O casal deixou seus empregos na D.E. Shaw, um fundo de hedge em Nova York, e mudou-se para Seattle, onde lançaram uma livraria online que se tornaria a gigante global de e-commerce que conhecemos hoje.
MacKenzie teve um papel crucial no início dessa jornada, tanto na parte administrativa quanto na estratégia da empresa.
Com recursos limitados, a startup começou na garagem de casa, onde MacKenzie foi responsável por estruturar o sistema de contabilidade e organizar processos fundamentais.
Mais do que suporte administrativo, ela foi a primeira a testar o modelo de negócios junto a Bezos.
A decisão de MacKenzie de arriscar a segurança financeira pela startup foi essencial para que a Amazon superasse os primeiros desafios, o que lhe garantiu reconhecimento como cofundadora.
Essa parceria foi estratégica. Enquanto Bezos liderava a visão do marketplace, MacKenzie gerenciava questões operacionais e financeiras essenciais para a estabilidade da empresa nos anos iniciais.
Além disso, ela assumiu a função de contadora e administrava a equipe, lidando com questões de salário e viagens, estabelecendo uma estrutura interna que permitiu à Amazon crescer de maneira sustentada.
O crescimento inicial da Amazon ocorreu em meio à bolha da internet, um período desafiador, mas a visão e a perseverança do casal mantiveram a empresa em expansão contínua.
A livraria rapidamente evoluiu para um marketplace, vendendo produtos diversos, e se consolidou como uma referência global em e-commerce e tecnologia.
MacKenzie desempenhou um papel pioneiro e essencial durante esses anos críticos, posicionando-se como uma força nos bastidores que pavimentou o sucesso da empresa.
A separação de Jeff Bezos e MacKenzie Scott
O divórcio entre Jeff Bezos, fundador da Amazon, e MacKenzie Scott foi oficializado em 2019, após 25 anos de casamento.
Embora ambos tivessem decidido pela separação de forma amigável, o impacto foi profundo tanto no mundo dos negócios quanto na filantropia.
A divisão de bens envolveu valores e ações que, na época, colocaram MacKenzie como a terceira mulher mais rica do planeta, com cerca de US$ 36 bilhões em patrimônio.
Ela recebeu 4% das ações da Amazon, sem participação na gestão, mas com um valor significativo no mercado global
Um divórcio estratégico e discreto
Desde o anúncio da separação no Twitter, a condução do divórcio foi notavelmente discreta.
Ambos fizeram declarações públicas enfatizando respeito e colaboração mútua, evitando polêmicas e mantendo a narrativa de uma transição tranquila.
Esse tom se manteve mesmo após notícias de que Bezos estava envolvido romanticamente com a apresentadora de TV Lauren Sánchez, um fato que poderia ter gerado mais controvérsia na mídia
Consequências financeiras e novas dinâmicas
MacKenzie optou por transferir 75% de suas ações da Amazon e os direitos de voto para Bezos, preservando o controle executivo do ex-marido na empresa.
No entanto, a riqueza que manteve a posicionou no topo das listas dos mais ricos do mundo.
Bezos continuou a liderar a Amazon e a expandir suas iniciativas, como a Blue Origin, enquanto MacKenzie seguiu um caminho próprio, rapidamente canalizando seus recursos para a filantropia.
A mudança de foco: de escritora a filantropa
Antes de se tornar conhecida por sua filantropia, MacKenzie Scott construiu uma carreira literária significativa.
Graduada em Literatura Inglesa pela Universidade de Princeton em 1992, Scott teve como mentora a premiada escritora Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura. Morrison descreveu Scott como uma das melhores alunas que já orientou, destacando seu talento nato para a escrita.
Seu primeiro romance, “The Testing of Luther Albright” (2005), publicado pela HarperCollins, foi um marco em sua carreira.
O livro conta a história de um engenheiro que luta para equilibrar sua vida profissional e pessoal, explorando temas profundos como identidade e paternidade.
A obra recebeu o American Book Award, consolidando MacKenzie como uma escritora promissora e reconhecida pela crítica.
Esse sucesso precoce mostrou sua habilidade em criar narrativas complexas e cativantes, baseadas na análise das emoções humanas e dinâmicas familiares.
Em 2013, MacKenzie lançou seu segundo livro, "Traps", um romance que narra a jornada de quatro mulheres cujos destinos se cruzam ao longo de alguns dias no deserto de Nevada.
A obra novamente explora temas de perda, redenção e conexão, reafirmando a sensibilidade de Scott para criar personagens emocionalmente ricos e histórias entrelaçadas.
Além de sua produção literária, MacKenzie Scott é conhecida por seu estilo meticuloso e envolvente, escrevendo sobre relações humanas com uma profundidade rara.
Embora ela tenha se afastado da literatura para focar em filantropia nos últimos anos, seus livros continuam sendo uma parte fundamental de sua trajetória, refletindo os mesmos princípios de empatia e transformação que hoje guiam suas ações sociais.
A transição de escritora a filantropa não foi uma ruptura, mas uma extensão de sua capacidade de se conectar profundamente com as experiências humanas.
Seu legado literário e sua atuação no campo social andam lado a lado, ambos enraizados em um compromisso de causar impacto positivo no mundo
Após o divórcio de Jeff Bezos, MacKenzie Scott redefiniu sua trajetória pessoal e profissional.
Ela se afastou das funções tradicionais do mundo corporativo para adotar uma abordagem inovadora em filantropia, diferenciando-se por não criar uma fundação formal.
Em vez disso, ela optou por confiar nas organizações que apoia, permitindo que essas instituições usem os recursos da forma que julgarem mais adequada.
De 2020 a 2024, Scott distribuiu mais de US$ 16,6 bilhões para aproximadamente 2.000 organizações, consolidando-se como uma das filantropas mais ativas e rápidas do mundo.
Um dos aspectos centrais de sua atuação é a transparência e a simplicidade nas doações.
Scott utiliza seu portal Yield Giving para divulgar detalhes das contribuições e, recentemente, abriu um processo em que organizações podem se candidatar diretamente a novos financiamentos.
Esse modelo, descrito como ágil e descentralizado, contrasta com a prática comum entre bilionários que centralizam o controle em fundações privadas.
Em sua visão, essa abordagem promove um impacto mais rápido e eficaz em comunidades vulneráveis, além de incentivar outras grandes fortunas a adotarem práticas similares.
Scott se concentra em áreas diversas, como educação, saúde reprodutiva e habitação, com uma prioridade crescente para causas emergentes e organizações locais.
No Brasil, por exemplo, ela já destinou milhões de reais para ONGs como o IDIS e Gerando Falcões, buscando ampliar oportunidades para comunidades marginalizadas e fortalecer o terceiro setor no país.
Em 2023, mais de US$ 2,2 bilhões foram distribuídos globalmente, reforçando seu compromisso com um modelo filantrópico de longo prazo e alta autonomia para as instituições beneficiadas.
Essa abordagem é especialmente relevante em um cenário onde a burocracia e a lentidão comprometem o impacto das iniciativas filantrópicas tradicionais.
Com foco na simplicidade, Scott inspira outros bilionários a repensar suas práticas de doação e criar um ambiente de filantropia mais efetivo e acessível.
MacKenzie Scott e seu impacto no Brasil
Em 2024, o Brasil foi novamente destaque nas ações filantrópicas de MacKenzie Scott.
Seguindo sua estratégia de apoio direto e descentralizado, Scott doou R$ 52,5 milhões para diversas organizações brasileiras, fortalecendo setores como educação, direitos humanos e desenvolvimento social.
Entre os beneficiados, a Plan International Brasil recebeu US$ 8 milhões (cerca de R$ 40 milhões) para projetos que atendem crianças e adolescentes em regiões vulneráveis, como Maranhão e Piauí.
A doação reforça o compromisso da Plan com o empoderamento jovem e a equidade de gênero, seguindo rigorosos critérios de impacto positivo e transparência financeira
Outro destaque foi a contribuição de R$ 7,5 milhões para o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), destinada ao fundo patrimonial da instituição.
Esse aporte busca garantir sustentabilidade de longo prazo e fortalecer a atuação da organização na promoção da filantropia e no advocacy por melhorias no ambiente regulatório brasileiro
As doações de MacKenzie Scott no Brasil não se limitam a grandes organizações.
O modelo que ela adota, conhecido como "pesquisa silenciosa", avalia discretamente o impacto e a gestão das instituições antes de conceder recursos, evitando a burocracia e permitindo maior autonomia às ONGs.
Além disso, organizações como a BrazilFoundation e o Fundo Baobá já foram contempladas em rodadas anteriores, reforçando a importância da atuação local e comunitária para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva
A atuação de Scott no Brasil é um exemplo claro de como filantropia estratégica pode acelerar transformações sociais e proporcionar mudanças duradouras.
A abordagem transparente e sem amarras que ela oferece se alinha com a necessidade de fortalecer a sociedade civil, ajudando organizações a expandirem suas operações e criarem impacto positivo sustentado.
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