Inflação recua para 0,09% em outubro, a menor taxa para o mês desde 1998
O IPCA desacelerou, com alívio na conta de luz e nos alimentos para consumo em domicílio.
A inflação oficial brasileira subiu apenas 0,09% em outubro, favorecida pelo alívio na conta de luz.
O resultado desacelerou, na comparação com a alta de 0,48% registrada em setembro e com o avanço de 0,56% observado no mesmo mês do ano passado.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), este é o menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando a inflação subiu 0,02%.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ainda veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,16% da inflação, segundo a "Reuters".
Gerente do IPCA do IBGE, Fernando Gonçalves o resultado reflete a mudança da bandeira tarifária da conta de luz, que passou de vermelha patamar 2 em setembro para vermelha patamar 1 em outubro, reduzindo o custo da energia elétrica.
A redução dos preços dos alimentos para consumo no domicílio, como arroz (-2,49%) e leite longa vida (-1,88%), também contribuiu para o resultado.
Com isso, a inflação passou a acumular uma alta de 3,73% no ano e de 4,68% nos últimos 12 meses, bem abaixo dos 5,17% observados nos 12 meses anteriores.
Impacto nos juros
🏦 Na ata da sua última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) reconheceu que a inflação apresentou "algum arrefecimento" nos últimos meses. Contudo, ressaltou que a inflação segue acima da meta, que é de 3% em 12 meses, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
O Copom também avaliou que o cenário prospectivo de inflação ainda é desafiador, em diversas dimensões. A inflação de serviços, por exemplo, ainda mostra resiliência, devido à força do mercado de trabalho. Além disso, o comitê citou as incertezas sobre a situação fiscal brasileira e o cenário externo.
Diante disso, o Copom acredita que é preciso manter a "política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta". Contudo, mostrou "maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".
💲 Ou seja, o Copom indicou que os juros devem continuar altos por um bom tempo, afastando a possibilidade de que a Selic comece a cair ainda em 2025. Contudo, descartou novas altas dos juros.
Diante disso, o mercado acredita que a Selic deve continuar em 15% até o final de 2025, começando a cair apenas em janeiro ou março de 2026. A surpresa baixista da inflação de outubro pode dar fôlego à perspectiva de cortes da Selic, já que pode levar o mercado a rever novamente as expectativas de inflação.
Atualmente, o mercado espera que o IPCA suba 4,55% em 2025 e 4,20% em 2026, segundo o Boletim Focus.
Os grupos da inflação
💡 De acordo com o IBGE, os preços da energia elétrica residencial diminuíram 2,39% em outubro. Com isso, a inflação do grupo de habitação apresentou uma variação negativa de 0,30%.
Artigos de residência e comunicação também tiveram uma inflação negativa no mês.
🍎 Já o grupo de alimentação e bebidas, que vinha em queda há quatro meses consecultivos, apresentou uma leve alta de 0,01%.
O resultado foi puxado pela alimentação fora do domicílio, que subiu 0,46%. Já a alimentação no domicílio caiu mais uma vez, desta vez -0,16%.
⛽ Os combustíveis, com exceção do óleo diesel, também apresentaram alta em outubro, pressionando a inflação de transportes. A gasolina, por exemplo, subiu 0,29% e o etanol, 0,85%.
Contudo, a maior contribuição para a inflação de outubro veio dos gastos com saúde e cuidados pessoais, que subiram 0,41% pressionados pelos artigos de higiene pessoal (0,57%) e pelo plano de saúde (0,50%).
Veja o desempenho dos grupos do IPCA em outubro:
- Vestuário: 0,51%;
- Despesas pessoais: 0,45%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,41%;
- Transportes: 0,11%;
- Educação: 0,06%;
- Alimentação e bebidas: 0,01%;
- Comunicação: -0,16%;
- Habitação: -0,30%;
- Artigos de residência: -0,34%.
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