Venda de bonecas sexuais coloca Shein na mira da Justiça da França

Governo francês ameaça suspender a plataforma e inicia investigação sobre produtos ilegais.

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Publicado em 07/11/2025 às 17:05h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 07/11/2025 às 17:05h Atualizado 10 horas atrás por Wesley Santana
Shein é uma das marcas mais conhecidas do segmento de fast fashion (Imagem: Shutterstock)
Shein é uma das marcas mais conhecidas do segmento de fast fashion (Imagem: Shutterstock)

A Shein passa por uma das piores crises de reputação desde a fundação, no mesmo momento em que inaugura sua primeira loja física. Na França, a empresa é acusada de permitir a venda de bonecas sexuais com aparência de crianças.

O governo local fechou o cerco contra a companhia asiática e até chegou a ameaçar banir a empresa de funcionar no país. 

“Por instruções do primeiro-ministro, o governo iniciou o procedimento para suspender a Shein pelo tempo necessário para que a plataforma demonstre às autoridades públicas que todo o seu conteúdo está em conformidade com nossas leis e regulamentos”, declarou o gabinete do premiê Sébastien Lecornu.

Em resposta, a empresa alega que atua como um marketplace e que sua plataforma serve apenas como vitrine para vendedores terceiros. No entanto, destacou que fez a exclusão de todos os anúncios desse tipo de produto.

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"Todos os anúncios e imagens relacionados às bonecas foram removidos de sua plataforma", informou a Shein. "A empresa também reforçou sua lista de palavras-chave proibidas para evitar ainda mais tentativas de burlar as restrições de listagem de produtos por parte dos vendedores", disse a companhia.

A crise acontece no momento em que a empresa decidiu abrir lojas físicas, em um projeto que teve início na França. Além da Shein, outras empresas como Temu, Wish e AliExpress também foram incluídas na investigação francesa.

A primeira unidade física da Shein foi aberta na última quarta-feira (5), com um forte protesto durante a inauguração. No entanto, o movimento não foi capaz de impedir que milhares de clientes formassem fila na frente da unidade instalada no Bazar de l'Hôtel de Ville (BHV) de Paris.

Apesar disso, a empresa enfrenta forte pressão mesmo entre os lojistas do shopping onde foi instalada, que protestaram contra a inauguração. A estilista Agnès Troublé, por exemplo, fechou sua loja no mesmo local, dizendo que a chegada da concorrente contraria a ética do espaço.

"Sou absolutamente contra a fast fashion, que é pior do que qualquer outra coisa. Os empregos estão a ser ameaçados, é muito mau", declarou a estilista. "Gosto de roupas de boa qualidade, com bons materiais. Se comprarmos isso, estamos seguros durante muito tempo. É o oposto da Shein."