Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bi com bets em agosto, diz BC

Dentre os apostadores, 70% eram chefes de família.

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Publicado em 25/09/2024 às 08:41h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 25/09/2024 às 08:41h Atualizado 1 mês atrás por Elanny Vlaxio
Montante representa cerca de 20% do total de recursos (Imagem: Shutterstock)
Montante representa cerca de 20% do total de recursos (Imagem: Shutterstock)

Um levantamento do Banco Central revelou que, em agosto de 2024, aproximadamente 5 milhões de beneficiários do programa Bolsa Família realizaram transferências via Pix no valor total de R$ 3 bilhões para empresas de apostas, com uma mediana de gasto individual de R$ 100. 

🎲 Esse montante representa cerca de 20% do total de recursos destinados ao Bolsa Família no mesmo mês, que foi de R$ 14,1 bilhões. Dentre os apostadores, 70% (equivalente a 4 milhões de pessoas) eram chefes de família, responsáveis por 67% do valor total apostado, correspondendo a R$ 2 bilhões.

A pesquisa revelou ainda que aproximadamente 17% dos beneficiários do Bolsa Família realizaram apostas no período analisado. O Banco Central ressalta que essa constatação corrobora outros estudos que indicam que as famílias de baixa renda são as mais afetadas pelos impactos negativos das apostas esportivas.

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🎰 Em pronunciamento realizado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com o acelerado crescimento do mercado de apostas esportivas no Brasil, alertando para os potenciais riscos à inadimplência das famílias brasileiras.

A análise dos dados referentes às transferências realizadas para empresas de apostas ao longo do ano de 2024 indica uma variação mensal entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Esses valores representam o montante total transferido, sendo estimado que aproximadamente 15% desse valor seja retido pelas empresas como margem de lucro, enquanto o restante é distribuído aos apostadores vitoriosos.

🍀 Estimativas indicam que cerca de 24 milhões de indivíduos realizaram pelo menos uma transferência via Pix para empresas de jogos de azar e apostas. O perfil do apostador brasileiro é predominantemente jovem, com concentração na faixa etária entre 20 e 30 anos. 

Observa-se ainda uma correlação positiva entre a idade e o valor médio das apostas, com valores médios mensais de aproximadamente R$ 100 para o público mais jovem e superiores a R$ 3.000 para aqueles com mais de 60 anos. De acordo com os dados, há um total de 520 empresas legalmente constituídas e em atividade que se enquadram na categoria de jogos de azar e apostas.