Saiba como a Embraer (EMBR3) pretende voltar a distribuir milhões de reais em dividendos
Desde 2018, a Embraer não realiza pagamentos de dividendos devido a sucessivos desafios financeiros que ocorreram no período.

💲A Embraer (EMBR3) está prestes a virar uma página importante de sua história. Após um longo período sem distribuir dividendos, a fabricante de aeronaves sinaliza um retorno à remuneração dos acionistas, embalada por um desempenho financeiro sólido e perspectivas otimistas para 2025.
Desde 2018, a Embraer não realizava pagamentos de dividendos devido a sucessivos desafios financeiros que interromperam um ciclo de mais de duas décadas de lucros constantes.
Agora, com números expressivos no balanço do quarto trimestre de 2024, a companhia se vê em posição de retomar a prática de remunerar seus investidores.
De acordo com informações divulgadas pela empresa, a mudança de um histórico de prejuízos acumulados para lucro permite que os pagamentos de dividendos sejam retomados.
A expectativa é que a assembleia geral de acionistas, marcada para abril, aprove a distribuição mínima obrigatória de 25%, conforme previsto pela legislação brasileira.
Além disso, a fabricante pode recorrer ao mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP), o que poderia ampliar ainda mais os pagamentos aos acionistas.
Como a Embraer pretende expandir seus lucros em 2025?
O otimismo da Embraer não se restringe apenas à retomada dos dividendos. O plano da empresa para 2025 envolve um crescimento sustentado por margens mais altas em diferentes segmentos de atuação.
No setor de aviação comercial, a Embraer enfrenta uma forte demanda, com seus jatos esgotados até 2027. A restrição na oferta impulsiona a possibilidade de preços mais elevados e maior rentabilidade.
A expectativa é que as entregas voltem aos níveis pré-pandemia e continuem crescendo no longo prazo.
📈 No segmento de jatos executivos, a empresa fechou um dos maiores negócios de sua história: um contrato de US$ 7 bilhões com a Flexjet, envolvendo 182 aeronaves e 30 opções adicionais, além de suporte e serviços.
Esse movimento reforça a projeção de crescimento da divisão, que tem registrado forte demanda global.
Já na área de defesa, a empresa prevê uma mudança no mix de entregas, com maior participação de contratos internacionais, o que pode melhorar as margens operacionais.
Ao mesmo tempo, a divisão de serviços e suporte tem demonstrado um crescimento expressivo, e a expectativa é que a receita do segmento passe de US$ 40 milhões em 2024 para cerca de US$ 500 milhões até 2028.
Outro ponto estratégico para a companhia é a eficiência na conversão de fluxo de caixa livre (FCL). A Embraer mantém a meta de converter 50% do seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em FCL, fator considerado essencial para sustentar sua saúde financeira e a continuidade do pagamento de dividendos.
Desafios e riscos no horizonte
Embora o cenário pareça promissor, a Embraer também precisa enfrentar desafios que podem impactar seu desempenho em 2025.
Um dos pontos de atenção levantados por analistas é a margem operacional dos jatos executivos. A empresa indicou que o modelo Praetor 500, que terá maior volume de entregas, possui uma margem ligeiramente inferior à média da linha.
Além disso, fatores macroeconômicos, como a volatilidade cambial, podem impactar os resultados da companhia.
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No quarto trimestre de 2024, por exemplo, o lucro líquido foi afetado pela desvalorização do real frente ao dólar. Outro risco está relacionado ao segmento de defesa, que pode enfrentar um cenário mais desafiador no Brasil.
A companhia, no entanto, aposta na expansão internacional para mitigar possíveis oscilações desse mercado.
Um novo mercado para a Embraer?
✈️ Além da expansão nos mercados já consolidados, a Embraer pode estar de olho em um novo segmento.
O Itaú BBA reiterou sua recomendação de compra para EMBR3 após conversas com a Airbus, apontando o potencial da empresa para ingressar na fabricação de jatos de grande porte.
Caso avance nessa direção, a Embraer entraria diretamente na competição com gigantes como Boeing e Airbus. No entanto, o desafio não seria pequeno.
De acordo com a Airbus, o desenvolvimento de um novo modelo poderia levar entre sete e oito anos, um prazo que pode se tornar um obstáculo frente à rápida evolução tecnológica do setor.
A demora no lançamento de um novo produto poderia representar uma desvantagem competitiva para a empresa, já que os concorrentes poderiam se antecipar com inovações disruptivas.
Ainda assim, se a Embraer conseguir superar essas barreiras, o movimento poderia destravar um novo potencial de valorização para suas ações.
O que esperar da Embraer?
📊 Com um planejamento ambicioso e um cenário positivo para seus principais mercados, a Embraer pode estar prestes a consolidar uma nova fase de crescimento.
A retomada dos dividendos, combinada com uma estratégia de expansão baseada em margens mais altas e diversificação de receita, pode tornar EMBR3 um ativo ainda mais atrativo para investidores.
Ainda assim, o desempenho da empresa dependerá de sua capacidade de execução e adaptação às condições do mercado.
O ano de 2025 promete ser decisivo para a fabricante, que busca não apenas recuperar o brilho do passado, mas também pavimentar um caminho sólido para o futuro.

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