Raízen (RAIZ4) levanta R$ 1,5 bilhão na sua maior venda de usinas

As usinas de Rio Brilhante e Passa Tempo foram vendidas para a Cocal Agroindústria.

Publicado em 29/08/2025 às 10:12h - Atualizado 46 minutos atrás Publicado em 29/08/2025 às 10:12h Atualizado 46 minutos atrás por Marina Barbosa

Raízen está vendendo ativos para reduzir o endividamento (Imagem: Divulgação)

A Raízen (RAIZ4) levantou R$ 1,543 bilhão com a venda de duas usinas situadas no Mato Grosso do Sul, as usinasde Rio Brilhante e Passa Tempo.

💰 O negócio, anunciado nesta sexta-feira (29), representa a maior venda já realizada pela empresa dentro do seu plano de desinvestimentos.

A Raízen vem reduzindo o seu portfólio desde o ano passado, por meio da venda de cana e de usinas de açúcar, etanol e geração distribuída de energia.

A maior venda anunciada até então havia sido a dos ativos da usina Santa Elisa (SP), que lhe rendeu R$ 1,045 bilhão em julho.

Com esses desinvestimentos, a Raízen busca reduzir o seu endividamento e otimizar o portfólio para voltar a focar no "core" do negócio. Isto é, na produção de açúcar, etanol e bioenergia e na distribuição de combustíveis.

Capacidade de moagem

A otimização do portfólio, contudo, também implica na redução da capacidade de moagem da companhia.

🏭 Só as usinas de Rio Brilhante e Passa Tempo, cuja venda foi anunciada nesta sexta-feira (29), contam com uma capacidade instalada de moagem de aproximadamente 6 milhões de toneladas por safra.

Por isso, após a conclusão deste negócio, a Raízen passará a operar um portfólio de 25 usinas, com capacidade instalada de moagem de aproximadamente 75 milhões de toneladas por safra.

É uma capacidade inferior aos resultados que vinham sendo apresentados pela empresa nas últimas safras.

Na safra 2024/2025, por exemplo, a Raízen moeu 78,2 milhões de toneladas de cana. Na safra anterior, a moagem havia atingido 84,2 milhões de toneladas.

O negócio

A Raízen vendeu as usinas de Rio Brilhante e Passa Tempo para a Cocal Agroindústria. O negócio ainda envolve a cessão da cana própria e dos contratos com fornecedores vinculados a essas unidades.

💲 Os ativos foram avaliados por R$ 1,325 bilhão, mas a Raízen também receberá R$ 218 milhões referentes aos investimentos de manutenção realizados na entressafra deste ano. Por isso, o valor total do negócio é de R$ 1,543 bilhão.

O valor será pago à vista na conclusão da operação, o que ainda depende do cumprimento de algumas condições, como a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em comunicado ao mercado, a Raízen disse que "essa transação está alinhada à estratégia da Companhia de otimização do portfólio de ativos, simplificação das operações e captura de eficiências, com foco na melhoria da rentabilidade de seu portfólio agroindustrial".

O negócio foi anunciado um dia depois de a companhia aprovar a tomada de um empréstimo de R$ 420 milhões junto ao Santander Brasil (SANB11), em nome de sua controlada, a Raízen Energia. Para isso, a produtora de açúcar e etanol emitirá duas Cédulas de Crédito Rural, a primeira no valor de até R$ 120 milhões e a segunda no valor de até R$ 300 milhões.