Por que Walmart e outras empresas estão abandonando políticas de diversidade

A empresa cancelou treinamentos sobre equidade racial e deixou de apoiar a comunidade LGBT.

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Publicado em 27/11/2024 às 16:43h - Atualizado Agora Publicado em 27/11/2024 às 16:43h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
A decisão vem após o resultado das eleições nos EUA  (Imagem: Shutterstock)
A decisão vem após o resultado das eleições nos EUA (Imagem: Shutterstock)

🗣️ O Walmart anunciou o fim de todos os seus programas de diversidade, equidade e inclusão. A empresa também cancelou treinamentos sobre equidade racial, deixou de apoiar a comunidade LGBT e não financiará mais eventos como as paradas do orgulho.

Além disso, a empresa deixará de considerar raça e gênero em processos seletivos e na escolha de fornecedores. A empresa também encerrará a venda de produtos como binders para pessoas trans, segundo o "The Wall Street Journal".

Qual o motivo da decisão

A decisão chega depois da empresa – juntamente com outras multinacionais – começar a enfrentar maior pressão de grupos conservadores, especialmente após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.

🌈 Grupos estão exigindo que empresas deixem de adotar práticas associadas à "agenda woke", um termo usado para descrever políticas progressistas que visam promover a igualdade e os direitos de grupos minoritários, incluindo a comunidade LGBTQIA+, pessoas racializadas, mulheres e defensoras do direito ao aborto.

“Estamos dispostos a mudar junto com nossos funcionários e clientes que representam toda a América”, disse o porta-voz, sob condição de anonimato em entrevista à "Bloomberg".

A decisão do Walmart de abandonar as políticas de inclusão segue uma tendência iniciada após a Suprema Corte dos EUA proibir ações afirmativas em universidades. O influenciador Robby Starbuck, que afirma ter trabalhado diretamente com a empresa, atribuiu essa mudança à pressão de boicotes.

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O ativista mantém sua campanha, agora direcionada a gigantes como Ford, Toyota e Lowe's. Sua tese central é que consumidores têm o poder de forçar empresas a abandonar programas de diversidade, utilizando o boicote como uma ferramenta de pressão econômica.

🔉Antes do caso Walmart, Starbuck já havia pressionado outras grandes empresas, como a John Deere. A fabricante de tratores abandonou treinamentos sobre pronomes neutros e eventos como corridas do orgulho LGBTQIA+ após críticas de grupos contrários a políticas de diversidade.

Sob pressão nas redes sociais, a John Deere anunciou o fim de sua participação em eventos como paradas do orgulho LGBTQIA+. A empresa também revisará seus treinamentos para remover qualquer conteúdo relacionado a diversidade, mas afirmou que continuará buscando uma força de trabalho diversificada.