PIB do 1º trimestre será conhecido nesta 3ª feira, veja projeções

Mercado espera que, depois de seis meses andando de lado, economia brasileira voltará a crescer.

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Publicado em 03/06/2024 às 16:07h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 03/06/2024 às 16:07h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
PIB do Brasil deve crescer até 1% no 1º tri (Shutterstock)
PIB do Brasil deve crescer até 1% no 1º tri (Shutterstock)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga nesta terça-feira (4) o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre de 2024. E o mercado acredita que o número será positivo, indicando uma retomada da economia brasileira.

💲O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023, mas desacelerou ao longo do ano. De acordo com o IBGE, o indicador avançou 1,9% no primeiro trimestre do ano passado, mas cresceu 0,9% no segundo trimestre e depois andou de lado, variando 0,1% no terceiro trimestre e 0,0% no quarto trimestre de 2023.

O mercado acredita, contudo, que a economia brasileira voltou a acelerar no primeiro trimestre de 2024. As projeções aponta para um crescimento de até 1% do PIB, na comparação com o quarto trimestre de 2023, puxada sobretudo pelo consumo das famílias.

Economistas explicam que o mercado de trabalho aquecido, o pagamento adicional de precatórios, o reajuste do salário mínimo e dos benefícios sociais e a redução das taxas de juros impulsionaram o consumo das famílias no primeiro trimestre, beneficiando principalmente os setores de comércio e serviços.

Leia também: Mercado financeiro eleva projeções para inflação e taxa Selic em 2024

O BTG Pactual estima que o consumo das famílias cresceu 1,9% na comparação com o quarto trimestre de 2023, quando caiu 0,2%. O banco projeta um crescimento de 0,6% do PIB no primeiro trimestre.

"Apesar da desaceleração no 4T23, esperamos que o crescimento do PIB em 2024 seja impulsionado por uma recuperação do consumo das famílias devido à poupança acumulada ao longo de 2023, forte expansão da massa salarial e estímulo fiscal ao longo do ano", disse o BTG Pactual, em relatório.

📈 Já o Santander acredita que a economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024. "Após apresentar tendência de estabilidade no 2S23, esperamos uma aceleração do PIB no 1T24, na esteira de um impulso no consumo das famílias devido a um mercado de trabalho resiliente e ao grande pagamento de dívidas precatórias", diz o Santander, em relatório.

O Itaú trabalha com um PIB de 0,7% e destaca, além do aumento do consumo das famílias, a recuperação dos investimentos no trimestre. Para o banco, a FBFC (formação bruta de capital fixo) deve crescer na base anual por causa de uma maior importação de bens de capital, como máquinas e equipamentos.

Do ponto de vista da oferta, tanto os serviços, quanto a agricultura e a indústria devem apresentar crescimento na comparação com o quarto trimestre de 2024. Os bancos destacam, contudo, que a produção de soja e milho caiu em relação ao mesmo período do ano passado e a que a indústria ainda apresenta resultados mistos, com setores como a mineração desacelerando, enquanto a indústria de transformação deve se recuperar.

Chuvas no Rio Grande do Sul

Apesar das expectativas positivas para o PIB do primeiro trimestre, é esperado uma desaceleração do crescimento econômico no segundo trimestre, em razão das enchentes no Rio Grande do Sul e do aumento das projeções de juros.

Para o Itaú, a tragédia no Rio Grande do Sul deve impactar os dados de crescimento econômico a partir de maio e podem reduzir em até 0,3 ponto percentual o PIB de 2024.

"Para o ano fechado esperamos um crescimento de 2,3% considerando um começo de ano mais forte, mas com a economia desacelerando no segundo semestre", disse o Itaú em relatório, ressaltando que a projeção de 2,3% não considera os efeitos da tragédia no Sul.

De acordo com o Boletim Focus, o mercado projeta uma alta de 2,05% do PIB anual de 2024. Contudo, tem elevado as projeções para a taxa Selic e a inflação do ano. Atualmente, a expectativa é de que os juros terminem o ano em 10,25% e a inflação marque 3,88%.