Oi (OIBR3) propõe aumento milionário na remuneração de executivos; ações caem
A proposta da Oi prevê um pagamento total de R$ 199 milhões aos executivos entre 2025 e 2027.

💲 A Oi (OIBR3) vive um momento crítico em meio à sua segunda recuperação judicial e a um prejuízo expressivo de R$ 2,9 bilhões registrado no quarto trimestre de 2024.
Apesar do cenário desfavorável, a empresa propôs um aumento significativo na remuneração dos membros do conselho e da diretoria, despertando reações negativas no mercado financeiro.
A proposta da Oi, que será votada na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária marcada para 29 de abril, prevê um pagamento total de R$ 199 milhões aos executivos entre 2025 e 2027.
Se aprovado, o aumento representará um incremento de 42,5% em relação ao triênio anterior (2022-2024), quando o total pago foi de R$ 139,7 milhões.
Para o ano de 2025, o orçamento previsto é de R$ 63,4 milhões, o que corresponde a um crescimento de 8% frente aos R$ 58,8 milhões pagos em 2024.
O plano de remuneração inclui tanto salários fixos quanto bônus, condicionados ao cumprimento de metas financeiras e operacionais.
Comparação com os concorrentes
O valor proposto pela Oi é consideravelmente superior às projeções de remuneração de suas concorrentes. Para 2025, a Telefônica Brasil (VIVT3) destinou R$ 59,5 milhões para sua administração, enquanto a TIM (TIMS3) reservou um orçamento de até R$ 55 milhões para o mesmo período.
Ambas as empresas, ao contrário da Oi, registraram lucros líquidos expressivos: R$ 1,76 bilhão pela Telefônica Brasil e R$ 1,06 bilhão pela TIM.
A remuneração proposta pela Oi para 2025 será dividida da seguinte forma:
- Conselho de Administração: R$ 47,5 milhões, sendo R$ 10,8 milhões em pagamentos fixos e R$ 33,8 milhões em bônus atrelados ao cumprimento de metas.
- Diretoria estatutária: R$ 15,2 milhões, dos quais R$ 6,6 milhões são fixos e R$ 8,1 milhões em bônus.
- Conselho fiscal: R$ 660 mil.
A empresa destaca que os bônus estão vinculados ao cumprimento de metas que envolvem melhoria no fluxo de caixa, crescimento da receita líquida e redução de custos operacionais.
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Estrutura corporativa enxuta
Atualmente, o conselho de administração da Oi é composto por sete membros, enquanto a diretoria estatutária possui apenas três executivos: Marcelo Milliet, presidente e diretor de Relações com Investidores; Rodrigo Aguiar, diretor Financeiro; e Fábio Wagner, diretor Jurídico.
Esses diretores foram nomeados em dezembro de 2024, após indicação da consultoria Integra, contratada para auxiliar no processo de reestruturação da empresa.
Em resposta ao Estadão Conteúdo, a Oi afirmou que a proposta de remuneração é "adequada ao momento atual da companhia, que requer flexibilidade e competitividade para atrair e reter profissionais com perfis adequados".
A empresa também justificou que o orçamento foi formulado considerando os desafios específicos enfrentados pela Oi, que são superiores à média do mercado.
Já em nota enviada ao jornal O Globo, a companhia ressaltou que o valor proposto é válido para um período de três anos e que está realizando "todos os passos necessários para buscar sustentabilidade no longo prazo, reafirmando a confiança em sua capacidade operacional e comercial, permitindo ganho de valor para todos seus stakeholders".
Ações reagem mal
📉 A proposta de aumento na remuneração dos executivos não foi bem recebida pelo mercado.
Nesta terça-feira, as ações da Oi (OIBR3) caíram mais de 10% na abertura do pregão e, por volta das 12h20, apresentavam queda de 9,89%, negociadas a R$ 0,82.
A decisão final sobre o aumento será deliberada na assembleia marcada para o final de abril.
A medida, caso aprovada, deverá enfrentar resistência de parte dos investidores que veem o aumento salarial como desproporcional frente aos resultados financeiros negativos da empresa.

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