Oi (OIBR3) inicia venda de redes de cobre como sucata; entenda
Após aprovação da Anatel, a companhia agora busca converter esses ativos obsoletos em capital por meio da venda como sucata.

🚨 A Oi (OIBR3), em sua segunda recuperação judicial, anunciou na última sexta-feira (28), que deu início a um processo de desmobilização das redes de cobre que sustentaram por décadas o serviço de telefonia fixa no Brasil.
Com a transição do regime de concessão para autorização, autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a companhia agora busca converter esses ativos obsoletos em capital por meio da venda como sucata.
O movimento da Oi faz parte de uma reestruturação ampla para enxugar operações deficitárias e transformar estruturas inativas em receita.
Durante uma teleconferência com investidores e analistas realizada em 27 de março, o presidente da Oi, Marcelo Milliet, explicou que a empresa busca reduzir despesas com manutenção de redes obsoletas, focando em uma operação mais eficiente.
Apesar de não especificar o valor que a companhia pode arrecadar com a venda dos cabos de cobre, Milliet destacou que o principal objetivo é a diminuição de custos operacionais.
A venda do cobre subterrâneo será destinada à V.tal, controlada por fundos do BTG Pactual (BPAC11), enquanto a rede aérea, instalada em postes, permanecerá sob posse da Oi e será vendida gradualmente conforme for extraída.
Desafios na extração e venda do cobre
Apesar do plano de conversão dos ativos, o custo elevado da extração das redes é um desafio considerável.
Com cabos espalhados por todo o território nacional, a logística e os custos associados tornam difícil precisar o valor total que poderá ser arrecadado com a venda do cobre.
Além disso, o processo de arbitragem contra a União, no qual a Oi busca compensação superior a R$ 50 bilhões por prejuízos relacionados à manutenção do serviço de telefonia fixa, continua sem um prazo definido para resolução.
Mesmo assim, a expectativa da empresa é de obter uma decisão parcial ainda este ano.
➡️ Leia mais: Banco Central deve barrar compra do Banco Master pelo BRB, diz jornal
Venda de imóveis e desmobilização de ativos ociosos
Outra estratégia da Oi para fortalecer seu caixa envolve a venda de imóveis que se tornaram ociosos após a mudança operacional.
A companhia possui aproximadamente 7 mil imóveis espalhados por todo o Brasil, variando desde edifícios em áreas nobres de grandes cidades até terrenos rurais.
Contudo, devido à diversidade de perfis desses ativos, a empresa não consegue estimar com precisão o valor que poderá ser arrecadado.
Nova era da Oi?
Após se desfazer de suas operações de banda larga, TV por assinatura e internet móvel, a Oi agora aposta em sua subsidiária Oi Soluções como principal via de crescimento.
Especializada em fornecer serviços de TI e conectividade para empresas, a Oi Soluções enfrenta desafios com a queda de faturamento, causada principalmente pela migração de redes de cobre para fibra ótica e pela priorização de serviços com margens mais elevadas.
Mesmo enfrentando dificuldades, o presidente da Oi se mostrou otimista ao afirmar que as subsidiárias Oi Soluções, Serede, Tahto e Oi Services têm potencial para gerar crescimento e valor a longo prazo.
A empresa busca tornar-se uma organização mais ágil e focada em operações lucrativas.
Resultados financeiros do 4T24
📊 No ano de 2024, a Oi registrou um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 5,4 bilhões em 2023.
No entanto, esse ganho expressivo se deu graças à aprovação de um plano de recuperação que permitiu a renegociação de dívidas, resultando em um ganho contábil de R$ 14,7 bilhões sem impacto direto no caixa.
No entanto, o Ebitda da empresa ficou negativo em R$ 1,5 bilhão em 2024, contrastando com o dado positivo de R$ 568 milhões registrado no ano anterior.
A receita líquida da Oi totalizou R$ 8,3 bilhões em 2024, uma queda de 14,2% em relação ao ano anterior.
A chamada "Nova Oi", que inclui Oi Soluções e subsidiárias, teve receita de R$ 3,1 bilhões, representando uma retração anual de 26%.
A Oi continua em um processo de transformação visando se tornar uma empresa mais eficiente e sustentável financeiramente.
A venda de cobre e imóveis ociosos, somada ao potencial crescimento de subsidiárias estratégicas, são elementos fundamentais para essa reestruturação.

OIBR3
OIR$ 1,00
-84,85 %
302,19 %
0%
0.03
0.02

Oi (OIBR3) tem prejuízo 6 vezes maior no 4T24 e afunda na bolsa
Com receita menor e dívida pressionada pelo dólar, Oi teve prejuízo de R$ 2,9 bilhões no 4T24.

Oi (OIBR3) vende ativos de TV por assinatura para Mileto em negócio de até R$30 mi
A Mileto desembolsará um pagamento inicial de R$10 milhões, que deve ser quitado em até 60 dias após a conclusão da transação.

Oi (OIBR3) define data para vender ativos de TV paga em leilão; confira
No dia 10 de fevereiro, a empresa anunciou que irá realizar o leilão dos seus ativos de TV por assinatura.

Oi (OIBR3) faz acordo com Mileto Tecnologia sobre ativos de TV paga
A Mileto Tecnologia adquirirá 100% das ações dessa nova empresa.

Oi (OIBR3) vende ativos para IHS Brasil e dívida chega a R$ 44,3 bilhões
Segundo a empresa, a transferência efetiva de 100% das ações da SPE para a IHS Brasil ainda está condicionada ao cumprimento de requisitos.

Ações da Oi (OIBR3) disparam com venda de operação de TV por assinatura no radar
Às 11h12 (horário de Brasília), os papéis ordinários da companhia subiam 6,67%, cotados a R$ 1,44.

Oi (OIBR3) recebe proposta para vender ativos de TV por assinatura
Companhia assinou memorando de entendimentos com a Mileto Tecnologia para negociar a transação.

Oi (OIBR3): Venda da Oi Fibra avança e ações saltam na B3
Anatel aprovou a venda da Oi Fibra para a V.Tal, por R$ 5,6 bilhões.