Índice do medo (VIX) dispara e preocupa Wall Street com nova onda de fraudes bancárias
Escândalos de fraudes e dúvidas sobre a qualidade de crédito reacendem o medo de crise no sistema financeiro americano.

Nesta quinta-feira (16), o índice do medo (VIX) voltou a disparar nos Estados Unidos. No fechamento do dia, o indicador operava no patamar acima dos 24 pontos, maior pontuação de todo o segundo semestre.
O VIX é conhecido por medir a temperatura do mercado financeiro nos EUA e sempre aumenta quando algo grave acontece por lá. Neste caso, o salto se dá no contexto dos temores sobre a qualidade dos créditos dos bancos regionais norte-americanos.
O pontapé para esse movimento foi a descoberta, pelo banco Zions, de declarações falsas sobre empréstimos comerciais. Os contratos em questão somam mais de US$ 60 milhões, o que deve afetar os resultados financeiros da instituição.
Leia mais: O que é o VIX e por que ele é conhecido como o “índice do medo”
No entanto, esse não foi o único banco a passar por isso nas últimas semanas. Outra instituição da mesma categoria, o Western Alliance, também iniciou uma disputa alegando que foi vítima de fraude.
"Esse aumento no índice de volatilidade no VIX é muito causado por novos temores sobre potenciais quebras dos bancos regionais, igual vimos em um passado recente. Mas vale lembrar que isso ainda não ocorre e ainda não vale para os grandes bancos americanos, mas o temor dos bancos regionais e a má qualidade de crédito desses devedores voltam um pouco à tona no mercado", avalia Bruno Yamashita, analista de alocação e inteligência na Avenue, em entrevista ao Valor.
Ainda não se sabe qual é a extensão desse problema em todo o setor bancário, por isso os investidores se mostram apreensivos sobre os próximos episódios. Ao longo desta semana, o VIX avançou quase 50%, o que indica um crescimento rápido no temor do mercado sobre essa situação.
"A questão do crédito nos EUA está no cerne desse problema, sendo alimentada por um contexto de elevado endividamento de consumidores e empresas após um longo período de taxas de juros mais altas. Embora a economia americana tenha demonstrado resiliência, o custo de servir essa dívida se tornou mais pesado, aumentando a probabilidade de inadimplência", comenta Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, também à reportagem.
"Assim, o temor não é apenas que alguns empréstimos individuais "azedem", mas sim que um volume significativo de dívidas se torne incobrável, forçando os bancos a fazer grandes provisões para perdas e, em última instância, ameaçando a estabilidade e a lucratividade do setor financeiro", continua.
Ações também sentem impacto
Não foi só o VIX que teve um dia para esquecer. As ações dos bancos regionais também caíram de forma expressiva nas bolsas dos EUA.
Os papéis do Zions Bank chegaram a recuar mais de 13%, conforme dados da Nasdaq. No final do dia, operavam abaixo dos US$ 47.
O mesmo aconteceu com o Western Alliance, que registrou uma desvalorização de 11% no dia. As ações eram compradas e vendidas perto do patamar de US$ 70 na NYSE.

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