Moody's eleva nota de crédito de Vale, Ambev e Gerdau

Agência também elevou a perspectiva do rating da Petrobras, reafirmado em Ba1.

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Publicado em 02/10/2024 às 20:31h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 02/10/2024 às 20:31h Atualizado 2 dias atrás por Marina Barbosa
Revisão reflete decisão da Moody's de elevar rating soberano do Brasil (Imagem: Shutterstock)
Revisão reflete decisão da Moody's de elevar rating soberano do Brasil (Imagem: Shutterstock)

Diante da melhora da nota de crédito soberano do Brasil, a Moody's também revisou nesta quarta-feira (2) o rating de uma série de companhias brasileiras.

Com isso, decidiu elevar o rating de três empresas listadas na B3 e reafirmar o rating de outras duas.

A Vale (VALE3), por exemplo, teve o rating elevado para dois níveis acima do Brasil.

Já a Petrobras (PETR4) teve a nota de crédito mantida em Ba1, mas teve a sua perspectiva elevada, de estável para positiva.

Em relatório, a Moody's explicou que os ratings dessas companhias são, de certa forma, limitados pela nota de crédito soberana do Brasil.

"A capacidade de crédito dessas empresas não pode ser completamente desvinculada da qualidade de crédito do governo brasileiro e, portanto, suas classificações precisam refletir de perto o risco que elas compartilham com o soberano", afirmou.

Veja as companhias que tiveram o rating elevado:

  • Vale (VALE3): de Baa3 para Baa2, perspectiva segue positiva;
  • Ambev (VALE3): de Baa3 para Baa2, perspectiva segue positiva;
  • Gerdau (GGBR4): de Baa3 para Baa2, perspectiva passou de positiva para estável.

E as companhias que tiveram o rating reafirmado:

A Moody's já havia elevado a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, na véspera. Com isso, o país ficou a um passo de recuperar grau de investimento. A decisão ainda impulsionou os negócios na bolsa brasileira, reduziu as taxas futuras de juros e o dólar nesta quarta-feira (2).

Avaliação das empresas

📈 A Moody's elevou a nota de crédito da Vale (VALE3) para dois níveis acima do Brasil por acreditar que que o fluxo de caixa e a lucratividade da mineradora dependem pouco das condições econômicas brasileiras, devido a sua grande exposição internacional.

A agência também espera que não haja um aumento significativo, que possa afetar a liquidez ou a alavancagem da Vale, nos gastos relativos às tragédias de Brumadinho ou Samarco.

A Moody's, por outro lado, disse que o rating da Petrobras (PETR4) é limitado ao do Brasil por causa da sua exposição a "potenciais mudanças de política e ao risco de influência do governo nas decisões comerciais da empresa".

Ainda assim, a agência vê uma "baixa probabilidade de que a empresa entre em default como resultado de dificuldades de crédito soberano, dadas as sólidas métricas financeiras e estrutura de capital da Petrobras".

🗺️ Em relação à Ambev (ABEV3), a Moody's afirmou que a forte presença internacional ajuda a contrabalancear a sua relação com a economia do Brasil, onde é líder de mercado.

Além disso, a agência destacou a sólida geração de caixa, a diversidade operacional e geográfica da Gerdau (GGBR4). E reforçou a perspectiva de que a Suzano (SUZB3) mantenha uma excelente liquidez e reduza a alavancagem a partir da conclusão do projeto Cerrado, que construiu a maior fábrica de celulose em linha única do mundo no Mato Grosso do Sul.

Leia também: Moody's eleva perspectiva da nota de crédito da Petrobras (PETR4)