Magalu (MGLU3) tem planos de lojas físicas para Netshoes

Primeira unidade será inaugurada na Marginal Tietê

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Publicado em 21/02/2025 às 07:00h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 21/02/2025 às 07:00h Atualizado 2 meses atrás por Wesley Santana
Stand da Netshoes (Imagem: Divulgação)
Stand da Netshoes (Imagem: Divulgação)

Um dos maiores varejistas do país, o Magazine Luíza (MGLU3) tem planos ambiciosos para sua subsidiária de esportes. A empresa pretende abrir lojas físicas do site Netshoes, apostando ser este um diferencial para crescer no setor. 

🏋️‍♂️ De acordo com Frederico Trajano, CEO do Magalu, a primeira loja será aberta dentro da unidade da varejista na Marginal Tietê, em São Paulo. A empresa deve inaugurar o espaço já nos próximos dias, conforme destacou em entrevista à Folha de São Paulo. 

"A loja vai ser um outlet de 2.000 metros quadrados na nossa loja do Magalu da marginal Tietê. Nos últimos 20 anos, a Netshoes, que é uma das marcas mais conhecidas de internet brasileira e do segmento de varejo de esporte do país, não teve uma experiência física concreta. Quando começou, ela até foi uma loja física, mas logo fechou e migrou para o online”, disse ele, à reportagem. 

O executivo pontuou que ser uma empresa multicanal é um diferencial nos negócios, e o Magalu tem expertise no assunto. Agora, o foco é levar o mesmo serviço para a categoria esportiva, na qual a Netshoes atua exclusivamente.

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“Nos Estados Unidos, a Amazon precisou fazer a aquisição do Whole Foods, uma empresa física, para conseguir ser bem-sucedida na categoria de alimentos. Essa é uma tendência em que vemos algum movimento lá fora, e esse talvez seja o mais emblemático, mas para nós sempre foi diferencial”, frisou.

A Netshoes hoje conta com concorrentes de peso, caso da Centauro e da Decatlhon, duas das maiores empresas do ramo. Ambas atuam nos canais físicos e digitais, com um market share bastante relevante, mas que pode ser agora dividido com a subsidiária da família Trajano. 

Juros e chinesas

🚢 Durante a entrevista, Frederico também comentou sobre o impacto dos juros básicos nas receitas da companhia. O varejo é um dos setores mais afetados quando a Selic está em patamares altos, considerando que o consumo está pressionado. 

“Já publicamos quatro trimestres de lucro, mesmo com juros altos, coisa que não tínhamos na anti-ciclicalidade passada. Mesmo com juros a 13% ao ano, estamos caminhando para o quinto trimestre de lucro. Seria melhor para a nossa companhia se os juros estivessem baixos. Mas para mim, era importante entregar resultado em um ciclo de juros alto para mostrar que a estratégia está bem-sucedida, embora eu lamente isso para o país como um todo”, comentou.

Sobre a concorrência com os sites chineses -como Shopee e Shein-, ele destaca que agora a disputa está mais equilibrada. Isso porque desde o ano passado as compras feitas nos aplicativos estrangeiros carregam uma taxa de importação.

"Agora que houve o processo de isonomia tributária, com as novas taxações, o programa Remessa Conforme, a competição ficou mais equilibrada. Houve um momento em que essa competição preocupava mais, porque havia uma vantagem tributária em se vender da China para o Brasil”, concluiu.