Macron se opõe a acordo com Mercosul por pressão de agricultores

Agricultores franceses acusam o Mercosul de concorrência desleal e exigem mesmas normas ambientais aos países do bloco

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Publicado em 30/01/2024 às 15:41h - Atualizado 7 meses atrás Publicado em 30/01/2024 às 15:41h Atualizado 7 meses atrás por Jennifer Neves
Emmanuel Macron,  presidente da França - Shutterstock
Emmanuel Macron, presidente da França - Shutterstock

🚫 A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira (29), que as condições para a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul ainda não foram atendidas. A declaração surge após o presidente da França, Emmanuel Macron, solicitar ao bloco que suspenda as negociações para a implementação da parceria, em meio a protestos de agricultores franceses.

Macron tem enfrentado pressão interna de agricultores que exigem medidas do governo para reduzir os custos de produção e acusam outros países de concorrência desleal. Na semana passada, o presidente francês entrou em contato a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, pedindo o encerramento dos acordos em andamento ou negociação.

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Segundo apurou a Bloomberg, o presidente francês expressou sua oposição à aliança e instruiu seus negociadores a interromperem as sessões de negociação em curso no Brasil. Ele defende que os agricultores do Mercosul sejam submetidos às mesmas normas ambientais que os da Europa.

Impasse antigo

As negociações entre a UE e os países do Mercosul têm mais de duas décadas. Em 2019, foi anunciado um novo acordo, porém nunca implementado devido a novas exigências ambientais do bloco europeu

A pressão do chefe do executivo da França visa acalmar os agricultores franceses, que têm bloqueado estradas ao redor de Paris com tratores com o objetivo de pressionar o governo por mais concessões para aliviar os custos crescentes e a burocracia.

Em março, Macron planeja viajar ao Brasil. Segundo a Bloomberg, fontes próximas ao presidente afirmam que sua posição sobre o Mercosul não afetará o relacionamento com Brasília, apesar das discordâncias sobre o acordo comercial.