Letras Financeiras: Quanto paga a nata da renda fixa com Selic a 10,75%

Sem cobertura do FGC, esse tipo de renda fixa compensa o investidor com mais rentabilidade

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Publicado em 20/09/2024 às 13:54h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 20/09/2024 às 13:54h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões
Letras Financeiras têm prazos de vencimento longos (Imagem: Shutterstock)
Letras Financeiras têm prazos de vencimento longos (Imagem: Shutterstock)

📈 As Letras Financeiras não são os títulos de renda fixa mais conhecidos pelos investidores, já acostumados a emprestar dinheiro para bancos por meio de CDBs, LCAs e LCIs. No entanto, as Letras Financeiras compensam a sua pouca fama, sendo a modalidade mais rentável para quem deseja multiplicar o seu patrimônio no longo prazo.

Isso porque as Letras Financeiras com remuneração indexada ao CDI têm a expectativa de renderem +74% no acumulado dos próximos cinco anos, deixando para trás os retornos de investimentos, como: poupança (+40%); Tesouro Selic (+65%); CDB (+67%); LCA e LCI (+70%).

Os cálculos e estimativas de rentabilidade são do planejador financeiro do C6 Bank, Rafael Haddad, que foi muito além de apenas considerar a recente subida da taxa Selic de 10,50% ao ano para o atual patamar de 10,75% ao ano.

Diferentemente dos demais títulos bancários, as Letras Financeiras não possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e também estão sujeitas à cobrança de imposto de renda. Mesmo assim, elas costumam valer a pena por pagarem juros maiores pelo dinheiro emprestado, com prazos de vencimento de, no mínimo, dois anos.

➡️ Leia mais: Selic a 10,75%: Quanto rende o seu dinheiro em LCA e LCI

Letras Financeiras X LCA e LCI

Muitos investidores têm uma preferência evidente por títulos de renda fixa isentos de imposto de renda, casos da LCA e LCI. Todavia, como será que fica na ponta do lápis a rentabilidade desses empréstimos ao agronegócio e ao setor imobiliário, respectivamente, em comparação com as Letras Financeiras?

🤑 Conforme simulação do planejador financeiro, uma aplicação de R$ 50 mil em Letras Financeiras pagando 112% do CDI após cinco anos deve retornar R$ 87.017,21, já descontada a alíquota de 15% de imposto de renda.

Por outro lado, nas mesmas condições, emprestar dinheiro via LCA e LCI pagando 94% do CDI deve gerar R$ 85.369,82, mesmo com o valor sendo automaticamente livre da mordida do leão da Receita Federal.

Quanto rendem R$ 50 mil em Letras Financeiras?

Emprestar R$ 50 mil para bancos que ofertam Letras Financeiras pagando 112% do CDI dever gerar:

  • R$ 64.043,70 após dois anos (sendo R$ 61.937,14 descontado o imposto de renda);
  • R$ 93.549,65 após cinco anos (sendo R$ 87.017,21 descontado o imposto de renda).

Rentabilidade

Para o C6 Bank, a rentabilidade líquida estimada em Letras Financeiras pós-fixadas deve ficar em:

  • Remuneração de 23,87% (após dois anos);
  • Remuneração de 74,03% (após cinco anos).

Como foram feitos os cálculos?

Os cálculos do planejador financeiro levaram em conta algumas premissas, estimativas para os principais indicadores da renda fixa e projeções sobre a inflação.

Ele explica a importância de acompanhar os contratos de juros negociados em bolsa (DI futuro), e não apenas ficar ancorado na mudança a cada 45 dias da taxa Selic, que é praticamente o mesmo valor do CDI.

🗣️ "O DI futuro é um contrato de juros negociado em bolsa de valores, como uma ação, em que seu preço reflete o DI médio entre o dia da negociação e o vencimento do contrato. Ou seja, cada contrato tem um preço que corresponde à expectativa do mercado sobre a taxa de juros no período", salienta Rafael Haddad, do C6 Bank.

Portanto, quando o investidor deseja ter ideia de quanto será a sua rentabilidade em título de renda fixa semelhante às Letras Finaceiras pós-fixadas, é ideal considerar qual será a taxa média do CDI no período e não apenas a taxa básica juros atual.

Logo, veja a seguir as premissas utilizadas pelo planejador financeiro para calcular a possível remuneração do título público:

  • CDI: 11,28% a.a. (em seis meses); 11,75% a.a. (em um ano); 11,87% a.a. (em dois anos); 11,95% a.a. (em cinco anos);
  • Poupança: 7,02% a.a. (em seis meses); 7,02% a.a. (em um ano); 7,02% a.a. (em dois anos); 7,02% a.a. (em cinco anos);
  • Inflação: 4,27% a.a. (em seis meses); 4,05% a.a. (em um ano); 3,92% a.a. (em dois anos); 3,67% a.a. (em cinco anos).