Ibovespa tem leve queda e dólar fica nos R$ 5,77, após ata dura do Copom

Mercado elevou as apostas de alta da Selic, diante da preocupação do Copom com as expectativas de inflação.

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Publicado em 12/11/2024 às 18:24h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 12/11/2024 às 18:24h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Ibovespa fechou nos 127 mil pontos pelo 3º pregão seguido (Imagem: Shutterstock)
Ibovespa fechou nos 127 mil pontos pelo 3º pregão seguido (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa e o dólar voltaram a rondar a estabilidade nesta terça-feira (12), com os investidores tentando manejar as incertezas que marcam o cenário local e o internacional.

📉 O principal índice da B3 fechou com queda de 0,14%, aos 127.698 pontos, o menor patamar desde o início de agosto. Já o dólar teve uma leve alta de 0,01% e terminou o dia negociado por R$ 5,77.

O mercado segue monitorando o "Trump Trade", ou seja, as medidas prometidas por Donald Trump que tendem a fortalecer a moeda americana. O cenário local, por sua vez, ajudou a conter a alta do dólar nesta terça-feira (12).

✂️ O governo brasileiro ainda não apresentou o corte de gastos que promete reforçar o arcabouço fiscal. Contudo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que mais um ministério deve ser atingido pela tesourada.

O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende cumprir "rigorosamente" o arcabouço fiscal, que tem uma meta de déficit zero para as contas públicas.

💲 Além disso, o Copom (Comitê de Política Monetária) reforçou a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação. Na ata da sua última reunião, o comitê diz que uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de alta dos juros. Além disso, deixou em aberto os próximos passos da política monetária, devido às incertezas do cenário.

Para o mercado, a ata trouxe um tom duro que abre espaço para o Copom acelerar a alta dos juros. Alguns analistas já projetam, inclusive, um aumento de 0,75 ponto percentual da Selic em dezembro. Por isso, as taxas futuras de juros subiram.

EUA

As bolsas americanas também fecharam no vermelho, interrompendo o rali iniciado após a eleição de Donald Trump. A expectativa é pelo CPI, o índice de inflação ao consumidor, que sai nesta quarta-feira (13). Veja o fechamento:

  • Dow Jones: -0,86%;
  • S&P 500: -0,29%;
  • Nasdaq: -0,09%.

Baixas

As siderúrgicas e mineradoras voltaram a pesar sobre o Ibovespa, já que os preços do minério de ferro têm sofrido diante da decepção do mercado com os estímulos econômicos anunciados pela China, que derrubou os preços do minério de ferro. A Vale (VALE3), por exemplo, recuou 2,27%. Já a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) tombou 5,05% e a CSN Mineração (CMIN3), -3,81%.

O dia também foi negativo para os bancões da B3. O Itaú (ITUB4), por exemplo, cedeu 1,20% e o Santander Brasil (SANB11), -0,87%.

Destaque ainda para a Oi (OIBR3), que derreteu com o avanço do aumento de capital previsto no seu plano de recuperação judicial. As ações ordinárias da telefônica afundaram 60% e fecharam cotadas a R$ 1,00, perto de cruzar a linha das penny stocks.

Veja outras baixas do dia:

Altas

A Petrobras (PETR4), por outro lado, subiu 1,63%, na esteira da alta dos preços do petróleo e da notícia de que o presidente Lula teria dito a senadores que vai emitir a licença para a exploração da Margem Equatorial.

O mercado ainda reagiu bem aos resultados de 3Tentos (TTEN3), Localiza (RENT3) e Sabesp (SBSP3) no terceiro trimestre. Por isso, as ações saltaram 14,77%, 5,50% e 3,45%, respectivamente.

Já a Marfrig (MRFG3) e a JBS (JBSS3) subiram 2,01% e 1,45%, respectivamente, com o JP Morgan projetando um bom desempenho das companhias no terceiro trimestre. Os balanços saem nesta quarta-feira (13).

Veja outras altas do dia: