Ibovespa rompe os 155 mil pontos e emplaca 14ª alta seguida, a maior desde 1994

A bolsa brasileira superou os 155 mil pontos com 14 altas seguidas, impulsionado por balanços, fluxo estrangeiro e melhora na percepção fiscal.

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Publicado em 10/11/2025 às 19:06h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 10/11/2025 às 19:06h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
No acumulado de 2025, o índice já sobe mais de 27%, com 26 recordes históricos no ano (Imagem: Shutterstock)
No acumulado de 2025, o índice já sobe mais de 27%, com 26 recordes históricos no ano (Imagem: Shutterstock)
🚨 O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta segunda-feira (10) com alta de 0,77%, aos 155.257,31 pontos, renovando seu recorde nominal pelo 11º pregão consecutivo e marcando 14 sessões seguidas de valorização, a mais longa série positiva desde fevereiro de 1994.
No acumulado de 2025, o índice já sobe mais de 27%, com 26 recordes históricos no ano.
O movimento é sustentado por uma combinação estratégica de fatores como o fluxo estrangeiro forte, temporada de resultados corporativos robustos, redução dos prêmios de risco e melhora na percepção fiscal. 
Além disso, o ambiente internacional também tem favorecido a alocação em ativos de países emergentes, com a expectativa de resolução do impasse fiscal nos EUA e alívio gradual das tensões inflacionárias globais.

Selic alta, inflação sob controle e otimismo com arrecadação

No Brasil, os investidores operam em compasso de espera por dados macroeconômicos cruciais ao longo da semana, como o IPCA de outubro, que será divulgado nesta terça-feira (11), e a ata da última reunião do Copom, que manteve a Selic em 15% ao ano, no maior patamar desde 2006.
Apesar dos juros elevados, o mercado precifica um ciclo de estabilidade mais prolongado, diante do tom conservador da autoridade monetária. 
Ainda assim, o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira trouxe estabilidade nas projeções de inflação para 2025, em 4,55%, sinalizando ancoragem das expectativas.
Em paralelo, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram o sentimento positivo. Segundo ele, o governo está mais próximo de atingir o centro da meta de déficit fiscal zero, apoiado em uma arrecadação “vindo bem” e no empoçamento de recursos orçamentários.

Alta concentrada, mas ampla

A recuperação do Ibovespa tem sido puxada por papéis de alta liquidez, com destaque para Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e grandes bancos, mas também conta com rotação setorial em setores sensíveis à curva de juros e confiança doméstica.
Entre as principais altas do dia, destacaram-se:
  • Lojas Renner (LREN3): impulsionada pelo alívio nos juros futuros, favorecendo o varejo.
  • Raízen (RAIZ4): após o anúncio da venda da Usina Continental ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões.
Na ponta negativa, Suzano (SUZB3) seguiu pressionada pela valorização do real e resultados fracos no 3T25. A companhia registrou queda de 39% no lucro e enfrenta cenário desafiador com preços internacionais da celulose em baixa.
Azzas 2154 (AZZA3) destoou do setor de varejo e também recuou.

Apetite ao risco impulsiona emergentes

No exterior, o otimismo também prevaleceu. Os mercados de ações reagiram positivamente à possível resolução do shutdown nos Estados Unidos, com os principais índices de Wall Street fechando em alta, com exceção da Nasdaq, que sofreu leve correção após forte performance do setor de tecnologia.
  • Dow Jones: +0,16%, aos 46.987 pontos
  • S&P 500: +0,13%, aos 6.728 pontos
  • Nasdaq: -0,22%, aos 23.004 pontos
Na Europa, o Stoxx 600 avançou 1,42%, enquanto na Ásia, dados inflacionários da China surpreenderam positivamente. A inflação ao consumidor ficou em 0,2%, superando as projeções de estabilidade. O Nikkei subiu 1,26%, e o Hang Seng avançou 1,55%.
📈 No câmbio, o dólar à vista (USDBRL) caiu 0,53%, a R$ 5,3073, refletindo a entrada de capital estrangeiro e a leitura favorável do risco fiscal brasileiro. A taxa é a menor em mais de um mês.