Ibovespa fecha no maior nível da história antes da reunião do Fed e Copom

O índice de referência da bolsa brasileira avançou 0,90%, fechando aos 143.546,58 pontos, novo recorde histórico de encerramento.

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Publicado em 15/09/2025 às 17:44h - Atualizado Agora Publicado em 15/09/2025 às 17:44h Atualizado Agora por Matheus Silva
Durante a sessão, chegou a tocar 144.193,58 pontos, máxima intradia também inédita (Imagem: Shutterstock)
Durante a sessão, chegou a tocar 144.193,58 pontos, máxima intradia também inédita (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (15) em alta consistente, renovando máximas históricas e consolidando-se na casa dos 143 mil pontos.

O movimento foi sustentado principalmente pelas apostas de que o Federal Reserve (Fed) anunciará nesta semana o início de um ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos.

O índice de referência da bolsa brasileira avançou 0,90%, fechando aos 143.546,58 pontos, novo recorde histórico de encerramento.

Durante a sessão, chegou a tocar 144.193,58 pontos, máxima intradia também inédita. Na mínima do dia, marcou 142.292,21 pontos.

Segundo operadores, o desempenho reflete a combinação de fatores externos e internos, com destaque para o otimismo em torno da política monetária norte-americana.

Olhar voltado ao Fed

Os investidores acompanham de perto a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que começa nesta terça (16) e se estende até quarta-feira (17).

O consenso de mercado aponta para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, atualmente situada entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Além da decisão, serão divulgadas as projeções econômicas atualizadas e o discurso do chair Jerome Powell, que deve dar sinais sobre o ritmo e a intensidade dos cortes nos próximos meses.

Uma política monetária mais branda nos EUA tende a atrair fluxos de capital para países emergentes, como o Brasil, reforçando a valorização dos ativos locais.

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Selic sob pressão

No Brasil, o Banco Central divulgou pela manhã o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB. O indicador mostrou retração de 0,5% em julho ante junho, em linha com o terceiro mês consecutivo de queda da atividade econômica.

O resultado, mais fraco do que o esperado (queda de 0,2%), reforçou a percepção de desaceleração da economia, o que amplia as apostas de que o ciclo de cortes da Selic pode ser antecipado para o início de 2026.

No mercado de juros futuros, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) recuaram. O contrato para janeiro de 2027 fechou em 13,985% (ante 14,022%), enquanto o de janeiro de 2028 caiu para 13,245% (ante 13,302%).

Entre os vencimentos longos, o DI para janeiro de 2031 encerrou a 13,375%, e o de janeiro de 2032, a 13,475%.

Destaques do pregão

Entre os destaques positivos, Vale (VALE3) avançou 0,88% e Petrobras (PETR4) subiu 0,87%, beneficiadas pela alta do petróleo no mercado internacional e pelo anúncio de novos investimentos da estatal na África. A Eletrobras (ELET3) também ganhou força, disparando 3,02% após analistas reforçarem a companhia como a favorita do setor elétrico.
No varejo, o protagonismo foi da Magazine Luiza (MGLU3), que saltou 7,41% e voltou a ser negociada acima de R$ 10. Lojas Renner (LREN3) seguiu no embalo e registrou alta de 2,33%. Já a Natura (NATU3) valorizou 2,17%, impulsionada pela venda de mais um ativo no processo de simplificação do portfólio.

No setor de saneamento, Sabesp (SBSP3) subiu 1,30% após a primeira revisão tarifária desde a privatização.

Na contramão, Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,20% e encerrou o dia como o único dos grandes bancos no vermelho, enquanto os demais pares registraram ganhos próximos de 1%.

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O que esperar

Analistas destacam que o Ibovespa se beneficia do ambiente global mais favorável ao risco, mas alertam que a continuidade das altas dependerá da sinalização do Fed e do comportamento dos indicadores de inflação, tanto nos EUA quanto no Brasil.

📈 No curto prazo, a expectativa é de volatilidade elevada nos pregões seguintes à decisão do banco central norte-americano, principalmente em setores mais sensíveis a juros, como bancos e varejo.