Hypera (HYPE3) rejeita proposta de fusão da EMS, que criaria gigante farmacêutica
Segundo a companhia, oferta "subestima significativamente" o seu valor.
A Hypera (HYPE3) rejeitou a proposta de aquisição de ações e combinação de negócios da EMS, que criaria um dos maiores laboratórios farmacêuticos da América Latina e impulsionou as ações da companhia nos últimos dias.
💲 Em comunicado publicado nesta quinta-feira (24), a Hypera disse que a proposta "subestima significativamente o valor" da companhia. Além disso, afirmou ter um modelo de negócio diferente do da EMS.
A EMS tem um portfólio de produtos substancialmente focado em medicamentos genéricos, que, na avaliação da Hypera, "não está alinhado com os segmentos que a companhia avalia como estratégicos".
Além disso, a EMS é uma empresa familiar de capital fechado, enquanto a Hypera é uma companhia aberta desde 2008. Por isso, a companhia disse ter uma "cultura organizacional e práticas de governança corporativa absolutamente distintas".
⚠️Diante dessa avaliação, o Conselho de Administração da Hypera decidiu rejeitar a proposta da EMS de forma unânime, sem nem dar início a tratativas quanto ao tema. E destacou que a proposta não havia sido solicitada ou previamente discutida com a empresa.
Em carta enviada à diretoria da empresa, o fundador da Hypera, João Alves de Queiroz Filho, disse concordar "em absoluto" com a decisão do Conselho de Administração.
O empresário ainda reforçou o "compromisso de apoiar o plano estratégico de longo prazo da companhia, bem como as diretrizes de governança corporativa e cultura construídas ao longo dos últimos anos" e reiterou a confiança na administração da Hypera.
Para João Alves de Queiroz Filho, a administração "atua permanentemente de forma diligente e alinhada com os interesses de longo prazo da Companhia".
Conforma anunciado na segunda-feira (21), a EMS estava disposta a comprar até 20% das ações da Hypera, por cerca de R$ 3,8 bilhões. A companhia ofereceu um valor de R$ 30 por ação, o que representava um prêmio de 15,9% em relação ao valor de fechamento de 18 de outubro (R$ 25,67).
Ao fazer a oferta, a EMS argumentou que "a combinação das companhias formaria uma empresa líder na América Latina" e traria "ganhos expressivos de eficiência operacional e de capacidade de produção, ao mesmo que reduzirá custos, expandindo as margens operacionais e aumentando a geração de caixa".
Impacto nas ações
As ações da Hypera operavam em queda no início desta semana, diante da nova estratégia de capital de giro da empresa. Contudo, saltaram 9,5% entre segunda (21) e terça-feira (22) com a proposta de fusão da EMS.
Ao negar a combinação de negócios nesta quinta-feira (23), a companhia lamentou que a proposta "tenha sido enviada ao mesmo tempo em que divulgada pela imprensa e ainda com o pregão em curso".
Além disso, a Hypera afirmou que "zelará pelos interesses da Companhia e dos seus acionistas" e que "segue focada" na execução da nova estratégia de otimização de capital de giro.
A estratégia passa pela redução do prazo de pagamento concedida aos clientes e, segundo a farmacêutica, pode "incrementar sua geração de caixa operacional potencialmente em R$ 2,5 bilhões até 2028 e em R$ 7,5 bilhões nos próximos 10 anos, gerando maior flexibilidade financeira para capturar oportunidades futuras de crescimento orgânico e inorgânico, além de melhorar sua eficiência operacional".
Após a adoção dessa estratégia, no entanto, a Hypera descontinuou o guidance que projetava uma receita líquida de R$ 8,6 bilhões em 2024, além de um Ebitda ajustado das operações continuadas de aproximadamente R$ 3 bilhões e um lucro líquido das operações continuadas ao redor de R$ 1,85 bilhão.
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