Hurb ignora justiça e volta a vender passagens promocionais

Site agora disponibiliza pacotes com mês flexível

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Publicado em 26/03/2024 às 17:16h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 26/03/2024 às 17:16h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana

A agência virtual de viagens Hurb voltou a vender pacotes de viagens flexíveis. A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) proibiu este serviço há dez meses.

Em uma visita no site da companhia é possível encontrar pacotes para o Sul do Brasil por R$ 505, com embarque previsto entre julho e dezembro de 2024. Há opções, também, para fora do país, caso do Peru, no ano que vem, em que o pacote está disponível por R$ 1 mil.

Conforme destacou o jornal O Globo, a diferença agora é que, em vez de oferecer datas e meses flexíveis, os pacotes já têm os meses pré-definidos. De qualquer forma, na hora da compra, o consumidor não sabe o dia, companhia aérea ou hotel em que vai ficar,

Frederico Moesch, coordenador-geral de Consultoria Técnica e Sanções Administrativas da Senacon, destacou à reportagem que o formato de mês fixo pode ser considerado regular.

No entanto, outras entidades que representam os clientes, como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), apontam que essa modalidade também viola o CDC (Código de Defesa do Consumidor

Uma longa história

A crise envolvendo a Hurb começou em abril do ano passado, quando compradores de pacotes flexíveis chegaram nos hoteis e não conseguiram entrar.

Milhares de consumidores abriram protocolos nos órgãos de defesa e em sites de reclamações. Mesmo os clientes que cancelaram os pacotes antes do embarque e pediram o reembolso não conseguiam seus valores de volta.

Em vez de acalmar os ânimos, o fundador da plataforma, João Ricardo Mendes, gravou um vídeo debochando e expondo dados dos clientes. Poucos dias depois, ele apresentou sua carta de renúncia ao cargo, dizendo que as imagens se tratavam de um erro dele mesmo e não da empresa.

A Senacon abriu um processo contra a Hurb e suspendeu a venda dos pacotes flexíveis em todo o país. Segundo o órgão, a medida buscava garantir resolução dos problemas dos consumidores com a plataforma antes que novas vendas fossem realizadas.

Meses depois, o fundador da Hurb também foi convocado a depor na CPI das Pirâmides Financeiras, na condição de testemunha.