Haddad diz que Brasil não precisa temer medidas de Trump

Trump aplicará tarifas de reciprocidade a qualquer país que imponha impostos sobre as importações americanas.

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Publicado em 14/02/2025 às 07:40h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 14/02/2025 às 07:40h Atualizado 6 dias atrás por Elanny Vlaxio
O anúncio foi feito na última quinta-feira (13) (Imagem: Shutterstock)
O anúncio foi feito na última quinta-feira (13) (Imagem: Shutterstock)

🗣️ O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu precaução na última quinta-feira (13) frente às novas medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).

Trump aplicará tarifas de reciprocidade a qualquer país que imponha impostos sobre as importações americanas, com o intuito de fortalecer a segurança econômica e nacional do país, conforme informado pela Casa Branca. Trump também fez ameaças direcionadas ao Brics, grupo do qual o Brasil faz parte.

Em entrevista, Haddad disse que o Brasil não precisa temer as medidas de Trump, pois a balança comercial entre os dois países é superavitária para os Estados Unidos, nos setores de bens e serviços. 

💬 “A balança é superavitária para os Estados Unidos, considerados bens e serviços. No caso de bens, ela é equilibrada, praticamente equilibrada. Não há nenhuma razão para nós temermos. Não há um parceiro que está importando muito do Brasil e exportando pouco, é ao contrário", disse. 

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E acrescentou: "Vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que podem ser anunciadas, enquanto isso a área econômica está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio observado pelos dois países”.

Na mesma linha, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o "caminho é do diálogo" reagindo à decisão de Trump. 

💭 “Acho que o caminho é do diálogo […] O memorando não é especificamente em relação ao Brasil, ele é mais genérico. É natural que o novo governo norte-americano queira avaliar seu comércio exterior. […] O Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos”, afirmou Alckmin

O que diz o decreto de Trump

O decreto destaca a questão das tarifas desiguais sobre o etanol entre os EUA e o Brasil. A tarifa americana sobre o etanol brasileiro é de 2,5%, enquanto a tarifa brasileira sobre o etanol americano é de 18%. 

Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil, evidenciando a disparidade.