Gripe aviária, câmbio e arroz em queda: o que esperar do agronegócio no 2T25

Segundo o banco, o cenário é de desaceleração nos lucros e margens pressionadas, em um período que inspira mais cautela por parte dos investidores.

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Publicado em 11/07/2025 às 15:48h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 11/07/2025 às 15:48h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
O mês de agosto deve concentrar a maioria das divulgações de resultados do setor (Imagem: Shutterstock)
O mês de agosto deve concentrar a maioria das divulgações de resultados do setor (Imagem: Shutterstock)

🚨 A temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) para o setor do agronegócio começa oficialmente na próxima semana, com a Camil (CAML3) sendo a primeira a divulgar seus números.

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), o cenário é de desaceleração nos lucros e margens pressionadas, em um período que inspira mais cautela por parte dos investidores.

Apesar de o setor de proteínas ainda apresentar margens historicamente elevadas, o BTG aponta que o momento atual perdeu tração, o que limita a expectativa de revisões positivas nas projeções.

Fatores como o câmbio, oscilações de preços de commodities agrícolas e a gripe aviária devem pesar nos números.

“O momento de resultados perdeu força, mesmo com margens ainda boas”, pontuam os analistas.

📊 Veja como o banco avalia o desempenho das principais empresas do setor no trimestre:

  • Minerva (BEEF3): Deve se destacar positivamente, com exportações robustas e recuperação a partir da monetização de estoques.
  • Marfrig (MRFG3): Forte na América do Sul, mas ainda enfrenta fraqueza operacional nos EUA.
  • BRF (BRFS3) e Seara (JBS): Impactadas pela gripe aviária, o que deve prejudicar o volume exportado. Mesmo assim, a BRF pode compensar a queda no exterior com bons números no mercado interno.
  • JBS (JBSS3): Segue como única recomendação de compra do BTG no setor, sustentada pela diversificação geográfica e potencial de valorização com a listagem na NYSE, apesar das margens mais fracas no curto prazo.

Empresas de consumo sofrem com o câmbio e commodities

Entre as empresas mais voltadas ao consumo doméstico, o BTG projeta desempenho mais modesto:

  • M. Dias Branco (MDIA3): Deve sentir algum alívio com a valorização do real, o que ajuda na gestão de custos de insumos importados.
  • Camil (CAML3): Tendência de números fracos, impactados pela queda do preço do arroz, um dos principais produtos da companhia.

Panorama geral da temporada

Com a divulgação dos primeiros balanços prevista para os próximos dias, o mês de agosto deve concentrar a maioria dos resultados do setor.

📈 O BTG Pactual resume o momento como um período de transição para o agronegócio, marcado por um cenário macro mais desafiador, mas com boas oportunidades em nomes específicos, como Minerva e JBS.

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