Fed: ata sugere juros altos por mais tempo nos Estados Unidos
Maioria dos membros do comitê de política monetária avalia outra elevação da taxa de juros americana
O Fed (Federal Reserve) acredita que manter os juros altos é fundamental para que a inflação volte à meta anual de 2% ao ano nos Estados Unidos. Por isso, embora avalie um novo aumento dos juros, deve focar suas discussões na duração do ciclo de aperto monetário a partir de agora. Pelo menos é o que indica a última ata do Fed.
A ata da última reunião do FOMC, Comitê de Política Monetária do Fed, foi divulgada nesta quarta-feira (11) e classifica como “crítica” a manutenção da política monetária em campo restritivo. “Todos os participantes concordaram que a política deveria permanecer restritiva durante algum tempo até que o comitê esteja confiante de que a inflação está descendo de forma sustentável em direção ao seu objetivo”, diz a ata.
Nesse sentido, vários membros do Fed também comentaram que o foco das decisões e comunicações da política monetária americana deveria mudar, saindo do tamanho do aumento dos juros para o tempo necessário de manutenção da política restritiva. Segundo a ata, o comentário foi apresentado diante do entendimento de que os juros americanos provavelmente estão perto do pico ou já atingiram esse patamar.
Novo aumento
Segundo a ata do Fed, a maioria dos participantes considera que mais um aumento na taxa de juros dos Estados Unidos provavelmente seria apropriado em uma reunião futura do comitê. Outros integrantes, contudo, disseram que poderia não haver necessidade de novos aumentos. Por isso, a ata ressalta que o ritmo de queda da inflação americana irá influenciar as próximas decisões de política monetária.
“Todos os participantes concordaram que o comitê estava em condições de proceder com cautela e que as decisões de política monetária de cada reunião continuariam a se basear na totalidade das informações recebidas e nas suas implicações para as perspectivas econômicas, bem como no equilíbrio dos riscos”, diz a ata.
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O Fed reuniu-se em 19 e 20 de setembro e, na ocasião, decidiu manter a taxa de juros americana no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano. No fim da reunião, contudo, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os juros poderiam voltar a subir ainda em 2023 e ficariam altos pelo tempo necessário para que a inflação voltasse à meta de 2%.
O recado de Powell movimentou os mercados nas últimas semanas, elevando as taxas futuras de juros dos títulos americanos e fortalecendo o dólar. A forte reação levou alguns dirigentes do Fed a moderar o discurso. O vice-presidente do conselho do Fed, Philip Jefferson, por exemplo, disse na segunda-feira (9) que era preciso proceder com cuidado na avaliação de um possível novo aumento dos juros.
O Fed tem mais duas reuniões agendadas para 2023. A próxima ocorre em 31 de outubro e 1º de novembro e a última reunião do ano será em 12 e 13 de dezembro.
Economia
A maioria dos participantes do FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Fed) acredita que a trajetória futura da economia americana continua “altamente incerta”. Segundo a ata da última reunião, a avaliação é de que a atividade econômica vem mostrando resiliência e um crescimento em ritmo sólido.
O comitê também notou, contudo, que o mercado de trabalho estava retraído e que as condições de crédito mais restritivas poderiam ser um obstáculo para a atividade econômica e o mercado de trabalho. Além disso, o Fed observou que a inflação está desacelerando nos Estados Unidos, mas continua bem acima da meta anual de 2%.
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