Dez indústrias de carnes foram afetadas pelas enchentes no RS, diz associação

Estado é responsável por um quinto da produção nacional de carne de porco

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Publicado em 06/05/2024 às 14:27h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 06/05/2024 às 14:27h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Bairros da capital Porto Alegre tiveram de ser evacuados. Foto: Planalto
Bairros da capital Porto Alegre tiveram de ser evacuados. Foto: Planalto

🥩 Para além do impacto na vida das famílias, as enchentes que acometem o Rio Grande do Sul impactam também os negócios.

Segundo informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), dez indústrias processadores de carne de aves e suínos estão com atividades paralisadas ou diminuíram a operação no estado. O estado é responsável pela produção de 11% da carne de frango do Brasil e quase 20% da carne de porco.

Com isso, a entidade alerta que há possibilidade de que a população gaúcha sofra com um potencial desabastecimento dos itens, além de impactar também o envio para outros estados e a exportação internacional.

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“Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção – o que poderá demorar mais de 30 dias”, diz a ABPA em nota.

A associação, no entanto, diz que a prioridade neste momento é apoiar as vítimas das enchentes, inclusive muitos dos funcionários dessas empresas que perderam tudo.

“Entre colaboradores do setor, há relatos de perdas de todos os bens para as cheias. Também está na prioridade a alimentação dos animais que estão no campo. Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações”, completa.

De acordo com a Defesa Civil, 70% dos municípios gaúchos foram afetados pelas tempestades, vitimando 83 pessoas até o fechamento desta reportagem. Já são mais de 120 mil pessoas desalojadas e outros 19 mil em abrigos montados pelo poder público e pela iniciativa privada.

O estado tem previsão de melhora do tempo nos próximos dias, mas há previsão de queda de temperatura a partir da quarta-feira. A atenção, portanto, deve estar voltada às pessoas que estão isolados para que não haja casos de hipotermia, de acordo com o Comando Militar do Sul.