Crise no Irã eleva tensão, mas Petrobras (PETR4) segura reajustes; veja

Fontes da estatal indicaram que, no momento, não há planos para reajustar os preços da gasolina e do diesel.

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Publicado em 23/06/2025 às 19:08h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 23/06/2025 às 19:08h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
A decisão reflete uma estratégia de cautela frente à instabilidade geopolítica e à oscilação do Brent (Imagem: Shutterstock)
A decisão reflete uma estratégia de cautela frente à instabilidade geopolítica e à oscilação do Brent (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Petrobras (PETR4) está em estado de observação diante da recente escalada do conflito entre Israel, Irã e Estados Unidos.

Apesar da volatilidade no mercado internacional de petróleo, fontes da estatal indicam que, no momento, não há planos para reajustar os preços da gasolina e do diesel.

A decisão reflete uma estratégia de cautela frente à instabilidade geopolítica e à oscilação do Brent, que tem impactado as cotações globais da commodity.

Segundo fontes da Petrobras ouvidas sob anonimato pela Reuters, a companhia está monitorando atentamente os efeitos do conflito sobre o preço do Brent — principal referência global do petróleo — e sua possível estabilização acima dos US$ 80 por barril.

Nesta segunda-feira (23), o Brent chegou a atingir US$ 81,40, máxima de cinco meses, mas fechou em forte queda, a US$ 71,48, após o Irã realizar um ataque considerado “esperado” pelos EUA e não interromper o fornecimento no estratégico Estreito de Ormuz.

Uma das fontes destacou que, graças à nova política de preços da estatal, que busca reduzir a volatilidade das tarifas para o consumidor, a empresa não vê necessidade de reagir imediatamente a oscilações de curto prazo.

“Se o Brent subir e ficar na faixa de US$ 80 por um período mais longo, aí sim poderemos ter que ajustar os preços. Por ora, não há esse patamar estabelecido”, afirmou.

Outro ponto considerado pela Petrobras é o nível de competitividade frente ao mercado internacional.

Mesmo com o avanço recente dos preços do petróleo, os combustíveis da estatal seguem mais baratos que os importados — o que mantém a empresa em uma posição confortável, sem necessidade imediata de repassar aumentos ao consumidor.

Defasagem e competitividade

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem entre os preços praticados pela Petrobras e os valores internacionais chegou a quase 20% no diesel e a 9% na gasolina.

Apesar disso, analistas apontam que os derivados da estatal se tornaram mais atrativos recentemente.

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Amance Boutin, gerente de desenvolvimento de negócios da agência Argus, afirma que as tensões no Oriente Médio elevaram os preços das cargas de diesel importado, tornando o produto da Petrobras mais competitivo.

Segundo ele, o diesel russo destinado a portos do Norte e Nordeste subiu R$ 0,50/litro entre os dias 10 e 20 de junho, atingindo R$ 3,59/litro, enquanto o diesel da Petrobras no mesmo local era vendido a R$ 3,17/litro.

Além disso, não há risco de desabastecimento no curto prazo, uma vez que os terminais marítimos do Brasil seguem com volumes elevados.

Parte do consumo nacional de diesel ainda é suprido por importações, o que torna a política de preços da Petrobras uma ferramenta importante de controle de mercado e concorrência.

Cortes recentes e cenário de cautela

📊 Antes do aumento das tensões no Oriente Médio, a Petrobras havia reduzido os preços da gasolina em 5,6% no início de junho — o primeiro corte desde outubro de 2023.

O movimento foi feito quando o petróleo Brent estava próximo dos US$ 65 o barril, bem abaixo do pico do ano. O diesel já havia passado por três cortes em 2025.

O cenário agora é outro: os conflitos no Oriente Médio adicionam um fator de imprevisibilidade, mas a Petrobras parece confortável com sua atual política de preços, baseada em menor exposição à volatilidade e alinhamento estratégico com o mercado doméstico.

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