Com dívidas de R$ 2,3 bilhões, Bombril entra com pedido de recuperação judicial

Empresa quer ter fôlego para seguir operando e fazer reestruturação

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Publicado em 11/02/2025 às 18:52h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 11/02/2025 às 18:52h Atualizado 2 dias atrás por Wesley Santana
Uma das principais empresas de produtos de limpeza do país, a Bombril (BOBR4) entrou com um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (10). A ação foi ajuizada na 1ª Vara Regional Empresarial de São Paulo, logo depois que o Conselho de Administração aprovou a iniciativa.
🧽 Essa possibilidade vinha sendo discutida já há algum tempo, mas a empresa chegou a negar isso há dois anos. Na época, a companhia transmitiu direitos creditórios de R$ 300 milhões.
“Tal medida está sendo tomada, no melhor interesse da companhia, para conduzir, de forma organizada, um procedimento abrangente de negociação com todos os interessados para adequação de sua estrutura de endividamento”, explica a Bombril em fato relevante divulgado no fim da segunda.
A empresa diz, ainda, que com a RJ pretende ser capaz de manter a operação e reestruturar seu passivo financeiro. A estratégia estaria em linha com os esforços que estão sendo feitos nos últimos anos, conforme destacou no comunicado.
“A companhia confia que, por meio da recuperação judicial, será possível atingir uma estrutura de endividamento saudável, que permitirá um novo ciclo de crescimento e novos investimentos, em benefício da coletividade dos stakeholders”, frisou a Bombril.
A maior parte das dívidas do Grupo Bombril está relacionada a autuações da Receita Federal por aquisições de títulos de dívidas estrangeiros, realizados entre 1998 e 2001. A empresa luta na Justiça, mas avaliou que há possibilidade de perdas, então pensa em soluções adicionais para conter as "contingências tributárias relevantes”, conforme destacou em nota.
“[O risco de perder os processos] ameaça aos bons resultados contábeis que vêm sendo obtidos pela Bombril, expondo a companhia a riscos considerados elevados, relacionados à reavaliação da sua capacidade de adimplência por parte de fornecedores e financiadores e, no limite, à descontinuidade de determinadas relações comerciais e vencimento antecipado de dívidas”.

Ações na B3

📈 Criado em 1948, o Grupo Bombril é formado por diversas marcas, como Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho e Limpex. Nos últimos trimestres, os balanços financeiros vinham apresentando resultados satisfatórios.
As ações da empresa são negociadas na bolsa de valores e fecharam o pregão desta segunda cotadas em R$ 2,30. Desde o começo do ano, o ticker acumula uma alta expressiva de 28%, segundo dados da B3.
O comunicado da RJ foi divulgado depois do pregão, portanto, ainda não há informações sobre a reação dos investidores ao pedido.

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