Citado em caso do Banco Master, Moraes explica reunião com Galípolo

Ministro do STF disse que discutiu as sanções da Lei Magnistky com o presidente do BC.

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Publicado em 23/12/2025 às 13:36h - Atualizado Agora Publicado em 23/12/2025 às 13:36h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Mores não citou o Master na nota publicada nesta terça-feira (Imagem: STF/Divulgação)
Mores não citou o Master na nota publicada nesta terça-feira (Imagem: STF/Divulgação)

As polêmicas envolvendo o Banco Master continuam se alastrando pelos corredores de Brasília. E, desta vez, respingaram no ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que logo tentou desviar-se do assunto.

⚖️ Moraes disse nesta terça-feira (23) que procurou o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, para tratar "exclusivamente" sobre as sanções financeiras sofridas pela aplicação da Lei Magnistiky, dos Estados Unidos.

Em nota publicada à imprensa, o BC confirmou que manteve reuniões com o ministro para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky.​

A declaração ocorre depois que a colunista Malu Gaspar do jornal "O Globo" disse que Moraes havia procurado Galípolo para fazer pressão em favor do Banco Master.

Nas conversas, Moraes teria dito que gostava de Daniel Vorcaro, o dono do Master. Além disso, teria sugerido que a instituição era combatida no mercado porque vinha tirando espaço dos grandes bancos.

🏦 O ministro ainda teria defendido a compra do Master pelo BRB (BSLI4), mas reconheceu que o negócio não poderia seguir em frente caso fossem comprovadas fraudes entre as instituições.

O jornal "O Globo" também revelou que o escritório de advocacia da esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, tem um contrato de prestação de serviços com o Banco Master.

O contrato previa o pagamento de R$ 3,6 milhões por mês para o escritório Barci de Moraes Associados, que tem a missão de representar o Master junto ao BC, a Receita Federal, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o Congresso Nacional.

Diante disso, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) defendeu a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a relação entre Moraes e o Master.

O que disse Moraes?

Em nota enviada a jornalistas nesta terça-feira (23), Moraes não cita o Banco Master. Contudo, diz que as conversas com Galípolo limitaram-se ao escopo da Lei Magnistiky.

🗣️ "Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito", afirmou.

Na declaração, Moraes conta que também discutiu o assunto com os presidentes do Banco do Brasil (BBAS3) e do BTG Pactual (BPAC11), além de representantes do Itaú (ITUB4), do Santander (SANB11), da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras.

Os Estados Unidos aplicaram a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes em julho, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, retiraram a sanção no último dia 12 de dezembro, após conversas entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Banco Master

O Banco Master teve a sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em novembro, depois de ser alvo de uma operação da PF (Polícia Federal).

A operação buscava combater a emissão de títulos de crédito falsos e levou à prisão de sócios e diretores do Master, incluindo o presidente Daniel Vorcaro, além do afastamento judicial do presidente e do diretor-financeiro do BRB.

De acordo com as investigações da PF, o Master teria criado carteiras de crédito falsas e vendido para outras instituições financeiras. Só o BRB teria injetado R$ 12,2 bilhões na instituição, por meio de operações com indícios de fraude.

O BC já havia barrado a compra do Master pelo BRB, que trocou de comando e contratou auditoria externa especializada para apurar os fatos mencionados na Operação Compliance Zero da PF.

Depois disso, o ministro Dias Toffoli decidiu puxar para o STF as próximas decisões envolvendo o Master e autorizou novas investigações sobre o caso. 

Já o ministro Jhonatan de Jesus, do TCU (Tribunal de Contas da União), questionou a liquidação do banco, dizendo que não havia elementos suficientes que justificassem a decisão do BC.

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