Casas Bahia (BHIA3) corta bilhões em dívidas com reestruturação financeira

A Casas Bahia (BHIA3) concluiu na segunda-feira (29) o seu plano de reestruturação financeira e, com isso, conseguiu reduzir bilhões de reais em dívidas.

O plano de transformação da estrutura de capital da companhia envolveu a renegociação da sua 10ª emissão de debêntures, seguida por uma nova emissão de debêntures, com melhores condições de pagamento.

Com isso, a Casas Bahia alongou o prazo de pagamento e ajustou pelo CDI a forma de remuneração dessa dívida. Além disso, vai converter parte dessas debêntures em ações.

Corte da dívida

O resultado foi uma redução de R$ 3 bilhões na dívida referente à 10ª emissão de debêntures, sendo: 

• R$ 611 milhões de desconto;
• R$ 2 bilhões de conversão;
• R$ 318 milhões de efeitos do reperfilamento.

Considerando o endividamento líquido apresentado no balanço do terceiro trimestre, o corte foi de R$ 2,3 bilhões. Isso porque essa cifra deve passar de R$ 4,483 bilhões para R$ 2,151 bilhões. 

Já a relação Dívida Líquida/EBITDA deve cair de 1,9x para 0,9x com a reestruturação financeira.

A Casas Bahia ainda prevê uma redução de R$ 1,5 bilhão das despesas financeiras previstas para os próximos quatro anos, o que implica em uma economia total de caixa de aproximadamente R$ 4,7 bilhões no período.

A companhia diz, então, que a operação vai melhorar o seu perfil de risco de crédito, aprimorando condições com fornecedores, seguradoras e futuros credores e podendo levar a uma potencial de redução de spreads de crédito.

Impacto para os acionistas

A medida, no entanto, também traz mudanças significativas para os atuais acionistas da empresa. Afinal, parte da 11ª emissão de debêntures será convertida em ações, o que levará a uma diluição significativa da participação dos atuais acionistas.

Ainda assim, as ações da companhia operam em alta na bolsa nesta terça-feira (30). Às 12h56, o papel subia 0,97% e era cotado a R$ 3,12.

Vale lembrar que, em agosto, a Casas Bahia já havia ganhado um novo controlador, também em virtude do processo de reestruturação das suas dívidas. Isso porque a Mapa Capital comprou as debêntures da empresa que estavam com o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) e logo depois decidiu convertê-las em ações.