Carrefour (CRFB3): Assembleia que vai discutir saída da B3 já tem data

O Carrefour (CRFB3) convocou para o próximo dia 7 de abril a assembleia de acionistas que vai discutir a proposta que pode tirar a empresa da bolsa brasileira.

🛒 O grupo francês Carrefour quer resgatar as ações e fechar o capital da sua operação no Brasil, conforme informado em 11 de fevereiro. A proposta foi aprovada pelo Conselho de Administração do Carrefour Brasil, mas também precisa do aval dos seus acionistas para seguir em frente. Por isso, uma assembleia foi convocada nesta sexta-feira (7).

Se o fechamento de capital for aprovado em assembleia, os acionistas do Carrefour Brasil terão que trocar as ações por dinheiro, ações ou BDRs (Brazilian Depositary Receipt) do grupo francês Carrefour. Há três opções de troca disponíveis:

• Ação Classe A: 1 ação por R$ 7,70 em dinheiro;
• Ação Classe B: 1 ação por R$ 3,85 em dinheiro e mais 0,04545 ação ou BDR do grupo francês Carrefour;
• Ação Classe C: 1 ação por 0,0909 ação ou BDR do grupo francês Carrefour.

Neste caso, a escolha deve ser feita dentro de um prazo de 15 dias corridos, contados a partir do dia útil seguinte à realização da assembleia. A expectativa é, portanto, que o fechamento de capital seja concluído ainda neste primeiro semestre de 2025, caso obtenha o aval dos acionistas.

Segundo o Carrefour, cada acionista só poderá optar por uma das três opções listadas acima. Caso não informe sua escolha no prazo definido, será direcionado para a primeira opção e receberá o valor em dinheiro relativo a suas ações. Caso escolha as ações B ou C, mas não diga se prefere receber BDRs ou as ações do Carrefour que são negociadas na França, receberá BDRs.

O dizem os analistas?

💲 O valor de troca de R$ 7,70 por ação foi definido pelo Carrefour e, segundo a companhia, representa um prêmio de 32,4% em relação ao preço médio ponderado por volume nos 30 dias encerrados em 10 de fevereiro, dia anterior à apresentação da proposta.

Ao apresentar essas condições, o grupo argumentou que a proposta "oferece a todos os acionistas da Companhia a oportunidade de assegurar liquidez em termos justos e atrativos" ou "a opção de migrar para o CSA, líder global do varejo de alimentos, ao mesmo tempo em que mantêm exposição indireta à Companhia".

Esses termos, no entanto, foram questionados por investidores e acionistas. O Santander Brasil, por exemplo, disse em fevereiro que o valor de R$ 7,70/ação em dinheiro "subestima a empresa, dada sua reestruturação em andamento na divisão de Varejo e o potencial de longo prazo do Atacadão".

🗣️ De acordo com o "Exame INSIGHT", a gestora americana Wishbone Partners também criticou a proposta, lembrando que o Carrefour Brasil foi listado em 2017 por R$ 15 por ação. "Trata-se de oportunismo vergonhoso e antiético – uma tentativa de criar valor para o controlador francês tirando-o dos minoritários de Atacadão", reclamou, em carta enviada à revista.

Ainda assim, o Santander recomendou a troca das ações do Carrefour Brasil pelo valor em dinheiro. A XP também disse em fevereiro que esta era a "opção mais provável para os acionistas locais, dada a menor visibilidade sobre a Carrefour França e a dinâmica macroeconômica na região".