Caixa leva Drex para o meio da Amazônia na primeira transação offline

Teste permitiu pagamento com cartão sem necessidade de internet

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Publicado em 08/06/2025 às 08:00h - Atualizado Agora Publicado em 08/06/2025 às 08:00h Atualizado Agora por Wesley Santana
Agência barco da Caixa percorre comunidades ribeirinhas (Imagem: Divulgação/Caixa)
Agência barco da Caixa percorre comunidades ribeirinhas (Imagem: Divulgação/Caixa)

Cercado por diversas barreiras geográficas, o bioma amazônico é um dos maiores e mais remotos do Brasil. No entanto, a tecnologia tem tido papel importante na estratégia de bancarizar a população que vive nesta região do país.

📡 Há algumas semanas, a Caixa Econômica Federal resolveu testar o Drex para pagamentos offline em regiões sem pleno acesso à internet. Foi assim que o banco estatal realizou o segundo teste no âmbito da moeda digital emitida pelo Banco Central.

O projeto em questão criou um cartão com uma carteira offline carregada de real digital e vinculada a uma plataforma de blockchain. De posse deste cartão, foi possível usar o saldo em um comércio local sem necessidade de conexão com internet por meio de uma transferência offline.

“A prova de conceito foi conduzida com dois usuários reais, residentes em uma comunidade ribeirinha próxima ao município, e consistiu na realização de uma transação off-line utilizando a solução testada”, informou a Caixa em nota. A prova foi realizada no município de São Sebastião da Boa Vista, no interior do Pará, onde apenas metade da população conta com rede de internet.

Esse é o segundo dos muitos testes que ainda devem ser realizados antes que o sistema desenvolvido pela autarquia entre em vigor. No entanto, antes de ser lançada de forma oficial, a tecnologia já se mostra satisfatória para suprir necessidades também fora dos centros urbanos, que tendem a adotar essas soluções com mais agilidade.

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“O cidadão tem o cartão, mas se quiser sacar dinheiro precisa ir para uma agência em uma cidade maior e o dinheiro não circula naquela cidade ribeirinha”, destacou Rafael Silva, superintendente nacional da Caixa, em entrevista ao Valor. Ele entende que o Drex pode ser usado como uma ferramenta para quebrar o ciclo da pobreza, permitindo acesso de todos os cidadãos ao sistema bancário nacional.

A Caixa é um dos únicos bancos brasileiros que mantêm atendimento nessas zonas remotas do país. No caso da comunidade ribeirinha, o atendimento é realizado por meio da Agência Barco que chega às cidades isoladas pela água pelo menos uma vez ao mês, oferecendo os mesmo serviços de uma unidade física da estatal, com exceção de saques em dinheiro.

Agenda de inovação

🤖 O projeto do Drex está sendo desenvolvido como uma ferramenta que replica o real no campo digital. Esse é mais um passo do Banco Central na busca pela modernização do sistema financeiro, que teve início com a chegada do Pix.

Além destas ferramentas, o BC também lançou o Open Finance, que cria uma espécie de integração entre os diversos bancos para compartilhar informações financeiras. Com a autorização dos correntistas, as duas instituições cadastradas compartilham dados que podem favorecer o histórico de crédito.

“Além das informações sobre produtos e serviços financeiros mais tradicionais (como contas e operações de crédito), também é possível compartilhar dados de produtos e serviços relacionados a investimentos, operações de câmbio e, futuramente, seguros e previdência. Isso significa que as instituições participantes podem, por exemplo, obter um retrato mais completo dos consumidores por meio da visualização de seus perfis financeiros e, assim, oferecer produtos mais adequados às suas necessidades”, diz o BC.