Brasil prepara lançamento de seu 1º foguete comercial em dezembro; veja a data

A operação, batizada de Spaceward, foi estendida até 22 de dezembro e representa a estreia do país em uma missão comercial de envio de satélites ao espaço.

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Publicado em 26/11/2025 às 19:41h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 26/11/2025 às 19:41h Atualizado 7 horas atrás por Matheus Silva
Com 22 metros de altura e 20 toneladas, o HANBIT-Nano será o primeiro veículo espacial lançado do Brasil (Imagem: Shutterstock)
Com 22 metros de altura e 20 toneladas, o HANBIT-Nano será o primeiro veículo espacial lançado do Brasil (Imagem: Shutterstock)

🚀 Prepare o meme do foguete sem ré, porque o Brasil está pronto para decolar, literalmente. Em 17 de dezembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a empresa sul-coreana Innospace pretendem realizar o lançamento do foguete HANBIT-Nano, diretamente do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

A operação, batizada de Spaceward, foi estendida até 22 de dezembro e representa a estreia do país em uma missão comercial de envio de satélites ao espaço a partir de território nacional.

Com 22 metros de altura e 20 toneladas, o HANBIT-Nano será o primeiro veículo espacial comercial lançado do Brasil, simbolizando não apenas um marco tecnológico, mas também o início de um novo ciclo para Alcântara como espaçoporto competitivo.

Ajustes técnicos adiam, mas não comprometem missão

Originalmente previsto para novembro, o lançamento foi adiado por ajustes técnicos e testes adicionais no sistema de aviônica, desempenho do motor e análise de dados.

A FAB reforçou que esse tipo de revisão é comum em voos inaugurais, nos quais todos os sistemas precisam operar com máxima confiabilidade.

HANBIT-Nano LiMER é um lançador leve, de dois estágios, focado no transporte de nanossatélites para órbitas baixas. Projetado para o mercado de cargas menores, seu perfil atende à crescente demanda por lançamentos mais baratos e frequentes.

Ciência nacional e colaboração internacional

A missão levará cinco satélites e três experimentos, com destaque para projetos desenvolvidos por universidades e empresas brasileiras, além de parceiros indianos.

  • Jussara-K (UFMA): equipado com sensores ambientais e sistemas de comunicação para coleta de dados em áreas remotas, homenageia o fruto juçara, símbolo do Maranhão.
  • FloripaSat-2A e 2B (UFSC): testarão uma plataforma modular de nanossatélites 100% desenvolvida no Brasil e um sistema de comunicação em LoRa, tecnologia comum em aplicações de Internet das Coisas.
  • Sistema Nacional de Navegação Inercial (SNI): tecnologia estratégica da Concert Space, Cron e HORUSEYE Tech, criada com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), será validada em voo real para uso futuro em foguetes nacionais.

Trunfo brasileiro no cenário global

Localizado próximo à linha do Equador, o CLA tem uma das melhores localizações do mundo para lançamentos orbitais, fator que reduz custos e aumenta a eficiência.

Mas foi só em 2019, com a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com os EUA, que o Brasil destravou o potencial da base para operações comerciais com tecnologia estrangeira.

Desde então:

  • Alcântara permanece sob jurisdição brasileira;
  • empresas privadas podem operar sob regras que protegem a propriedade intelectual e segurança tecnológica;
  • a AEB iniciou a seleção de operadores comerciais — com a Innospace entre os primeiros habilitados.

Caso o lançamento ocorra conforme previsto, o Brasil entrará definitivamente no mercado de lançamentos comerciais, criando um ambiente fértil para novas parcerias, investimentos estrangeiros e desenvolvimento de tecnologias autônomas.

O sucesso da missão também pode estimular a indústria espacial nacional e consolidar Alcântara como um centro estratégico para missões orbitais na América Latina.

📊 Com a contagem regressiva em andamento, o país se prepara para um salto importante na exploração e comercialização do espaço.