Bradesco renasce, BB patina: veja quem deve se dar bem (ou mal) em 2026

O JPMorgan avalia que, após um 2025 explosivo para os bancos, 2026 será mais seletivo. Veja quem deve se destacar.

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Publicado em 10/12/2025 às 17:18h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 10/12/2025 às 17:18h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
Para 2026, o Itaú segue como o queridinho dos investidores (Imagem: Shutterstock)
Para 2026, o Itaú segue como o queridinho dos investidores (Imagem: Shutterstock)
🚨 O setor bancário encerra 2025 como um dos grandes vencedores da Bolsa. Tirando o Banco do Brasil (BBAS3), todas as principais instituições registraram ganhos ao longo do ano. O Bradesco (BBDC4) mais que dobrou de valor ao avançar 60%, enquanto o Itaú (ITUB4) acumulou 50% de valorização.
Essa escalada foi favorecida por uma combinação de bases deprimidas no início do ano, bons resultados operacionais e um forte fluxo de capital estrangeiro que levou o Ibovespa a sucessivos recordes.
Mas o JPMorgan afirma que, a partir de 2026, o jogo muda e não será igual para todos. O macro ainda ajuda, mas já não basta, cada banco precisará “mostrar serviço” para não perder espaço em um ambiente marcado por juros em queda, competição intensa e incertezas eleitorais.
Confira as expectativas para os bancos brasileiros, segundo o JPMorgan.

Itaú Unibanco

O Itaú, que segue como o queridinho dos investidores, mira 2026 com um plano agressivo de corte de custos. A instituição pretende fechar entre 350 e 400 agências até o fim do ano, além de reduzir o ritmo de crescimento das despesas.
Enquanto isso, o varejo continua sendo o grande motor. Empréstimos consignados do INSS, crédito imobiliário e linhas para pessoas físicas vêm apresentando forte recuperação. 
A qualidade dos ativos também se mantém estável, mesmo diante de um cenário macro ainda incerto. Para o JPMorgan, o banco segue como uma das histórias mais consistentes do setor.

Bradesco

O Bradesco vive outro momento, ainda de reconstrução. A gestão compartilhou três pilares para 2026: 
  • continuar melhorando a operação;
  • acelerar o plano de transformação; e 
  • focar em progresso gradual.
Tudo isso sem promessas de saltos rápidos de rentabilidade. Mesmo com crédito devendo desacelerar, o JPMorgan vê potencial de recuperação, sobretudo com a expectativa de estabilidade (ou leve alta) da margem financeira e ganhos de eficiência à medida que o banco melhora seu custo de funding. 
As despesas devem continuar pressionadas no curto prazo por causa dos investimentos estratégicos.

Banco do Brasil

No Banco do Brasil, o sentimento é mais pesado. Depois de um ano difícil, a pressão do agronegócio continuará em 2026, especialmente nos empréstimos renegociados por meio da MP 1.314. O banco já tratou R$ 13 bilhões e espera chegar a R$ 20 a 25 bilhões em ajustes.
Além do agro, houve deterioração das carteiras de cartões ligadas a produtores rurais, enquanto pequenas e médias empresas seguem desafiando a operação. Para o ano que vem, o crescimento do crédito deve ser modesto, puxado principalmente por pessoas físicas.

Santander

O Santander Brasil enfrenta a normalização da alíquota de imposto, que deve voltar a níveis mais altos após um 2025 atípico. O banco também espera ganhos de eficiência nas despesas, refletindo o fechamento de agências nos últimos anos.
A qualidade dos ativos permanece razoável, mas alguns casos corporativos podem piorar devido a uma Selic ainda elevada, mesmo com expectativa de queda ao longo de 2026.
No geral, o JPMorgan reforça que o setor bancário chega forte ao próximo ano, mas cada instituição terá desafios bem particulares. 
📊 A temporada de 2025 foi de ganhos amplos, mas 2026 promete ser um teste mais seletivo e muito mais sensível às escolhas estratégicas de cada banco.