Banco do Brasil (BBAS3) pode ser afetado pela crise entre Planalto e Senado?

Alcolumbre negou rumores sobre a negociação de cargos, como a presidência do BB.

Author
Publicado em 01/12/2025 às 14:18h - Atualizado Agora Publicado em 01/12/2025 às 14:18h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Banco do Brasil é comandado por Tarciana Medeiros desde o início deste governo Lula (Imagem: Shutterstock)
Banco do Brasil é comandado por Tarciana Medeiros desde o início deste governo Lula (Imagem: Shutterstock)

A crise política que se instalou entre o Palácio do Planalto e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), quase respinga no Banco do Brasil (BBAS3).

Notícias publicadas nos últimos dias indicam que o governo estaria disposto a negociar alguns cargos públicos, como a presidência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para tentar melhorar o clima.

Contudo, o cargo que estaria na mira de Alcolumbre, segundo o colunista Lauro Jardim do jornal "O Globo", seria a presidência do Banco do Brasil, que está nas mãos de Tarciana Medeiros desde 2023.

Alcolumbre nega

O presidente do Senado negou essa hipótese e redobrou as críticas ao Planalto em uma nota publicada no domingo (30).

🗣️ "É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas", afirmou, classificando esse movimento como "ofensivo"

"Em verdade, trata-se de um método antigo de desqualificar quem diverge de uma ideia ou de um interesse de ocasião", acrescentou.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, logo reagiu, dizendo que o governo tem "o mais alto respeito e reconhecimento" por Alcolumbre.

"Jamais consideraríamos rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a qualquer espécie de fisiologismo ou negociações de cargos e emendas", afirmou.

Gleisi também classificou as "insinuações" sobre a troca de cargos como "ofensivas à verdade, a ambas as instituições e a seus dirigentes".

O que aconteceu?

⚖️ Alcolumbre cortou as relações com o Palácio do Planalto após a indicação de Jorge Messias para o STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente do Senado apoiava o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso na Suprema Corte. Por isso, não gostou do fato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Messias sem avisá-lo com antecedência.

Alcolumbre ainda reclama que a mensagem oficial da indicação ainda não chegou ao Senado, que deve sabatinar e aprovar os ministros do STF. Ainda assim, marcou a sabatina de Messias para 10 de dezembro.

Pelos cálculos dos senadores, Messias corre o risco de não ser aprovado para a vaga no STF, algo que não ocorre desde o final do século 19.

Alcolumbre disse no domingo (30) que, se é certa a prerrogativa do Presidente da República de indicar ministro ao STF, também é a prerrogativa do Senado de "escolher, aprovando ou rejeitando o nome". 

"E é fundamental que, nesse processo, os Poderes se respeitem e que cada um cumpra seu papel de acordo com as normas constitucionais e regimentais", emendou.

Ele diz ainda que a data fixada para a sabatina de Messias "guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada".

Pauta-bomba

💲 Diante do mal estar, Alcolumbre ainda colocou em votação e conseguiu a aprovação de uma "pauta-bomba" para o governo na semana passada.

O Senado aprovou na terça-feira (25) o projeto de lei que garante aposentadoria diferenciada para os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate a endemias de todo o país.

O projeto deve elevar os gastos públicas justamente em meio ao esforço do governo federal para cumprir a meta fiscal, que prevê déficit zero em 2025 e a volta do superávit primário em 2026.

Diante disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou fazer um aceno aos presidentes do Senado e da Câmara -Alcolumbre e Hugo Motta (Republicanos-PB).

Haddad lembrou que a ampliação da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) não seria possível sem o empenho de Motta e Alcolumbre na tramitação do projeto. Além disso, afirmou que o Brasil precisa muito deles, para "concluir exitosamente esse ano".

A declaração ocorreu na cerimônia de sanção da lei sobre o IR, que foi marcada pela ausência dos parlamentares.

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 22,23

Variação (12M)

-6,32 % Logo Banco do Brasil

Margem Líquida

4,19 %

DY

5.77%

P/L

9,96

P/VP

0,70