B3 (B3SA3) entra no mercado de tokenização de startups

Financiamentos coletivos se tornaram motor de investimento para startup nos últimos anos

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Publicado em 17/04/2024 às 13:03h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 17/04/2024 às 13:03h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana

💵A B3 (B3SA3) anunciou, nesta terça-feira (16), o lançamento de uma infraestrutura para apoiar tokenização e negociação de ativos para crowdfuding.

Por meio de sua subsidiária, a B3 Digitas, a bolsa de valores do Brasil quer desbravar um mercado desfrutado por cerca de 60 empresas de financiamento coletivo autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Na prática, a companhia vai fornecer tecnologia para que essas reguladas tenham mais facilidade em disponibilizar os ativos ao público.

“Estamos trazendo para o mercado uma solução white label [adaptável às necessidades de cada cliente] ágil e segura, que possibilita ao setor de crowdfunding oferecer um ambiente para que os investidores possam transacionar sua participação em startups e pequenas e médias empresas. O uso de plataformas de financiamento coletivo muitas vezes é o primeiro passo das empresas no mercado de capitais”, diz Jochen Mielke de Lima, CEO da B3 Digitas.

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A B3 fechou uma parceria com Kria e EqSeed, que oferecem o serviço de financiamento coletivo e já fizeram diversos “mini-IPO”. As empresas acreditam que a entrada de uma marca como a bolsa de valores pode gerar liquidez e garantir mais segurança aos investidores, o que, no fim, deve atrair mais startups interessadas.

“Esses tokens poderão ser negociados posteriormente pelas plataformas que utilizam a tecnologia da B3, com liquidação financeira via PIX, controle de titularidade e rastreabilidade das operações, oferecendo aos investidores a facilidade e segurança na compra e venda de suas participações”, disse comunicado da B3.

Importância do crowdfunding

Os financiamentos coletivos funcionam como um mini-IPO que startups podem fazer -ainda em estágio inicial- e levantar recursos para seguir crescendo. Essa foi a saída que muitos empreendedores encontraram para levantar caixa nos últimos dois anos, quando o capital de risco performou em forte baixa.

Com ele, as empresas podem converter seus ativos -como equity ou recebíveis- em tokens para vender a um investidor. Todo o processo é feito de forma muito parecida com a negociação de ações de grandes empresas na bolsa de valores.

Segundo dados da CVM em seu último balanço completo publicado, referente a 2022, foram mais de R$ 210 milhões captados nesta modalidade. O número representou um avanço de quase 100% em relação ao reportado anteriormente.

A expectativa é que o acumulado de 2023 seja ainda maior, dado que este agora é um sistema regulamentado pelo governo federal e há dezenas de empresas autorizadas a fazer captações.