Arábia Saudita formaliza aliança global por dois estados no Oriente Médio

País quer liderar a construção do estado palestino ao lado de Israel

Author
Publicado em 27/09/2024 às 12:46h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 27/09/2024 às 12:46h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Faisan bin Farhan Al Saud é membro da Casa Real Saudita (Imagem: Shutterstock)
Faisan bin Farhan Al Saud é membro da Casa Real Saudita (Imagem: Shutterstock)

🗺 Nesta quinta-feira (27), a Arábia Saudita formalizou a criação de uma aliança global para a criação de dois estados no Oriente Médio. O esforço é uma maneira de solucionar a guerra entre Israel e Hamas, criando o estado palestino.

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, o príncipe Faisan bin Farhan Al Saud, durante reunião da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), realizada nesta semana em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Segundo ele, a aliança inclui diversos países do mundo árabe e europeus.

Embora o príncipe não tenha citado nominalmente os países que vão compor a coalisão, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, declarou que já tem reuniões agendadas para tratar o tema. Esses encontros devem acontecer nas próximas semanas em Riad, capital saudita, e Bruxelas, cidade da Bélgica e sede da EU.

🗣Leia mais: Em discurso na ONU, Zelensky critica planos de paz de Brasil e China

A Arábia tem suas relações paralisadas com Israel desde que a guerra teve início, há quase um ano. Alguns dos países do OM, inclusive, já disseram que não vão reconhecer Israel como estado até que outros o façam em relação à Palestina.

"Implementar a solução de dois Estados é a melhor solução para quebrar o ciclo de conflito e sofrimento e impor uma nova realidade na qual toda a região, incluindo Israel, desfruta de segurança e coexistência", disse Bin Farhan, durante anúncio.

Israel vs Hezbollah

⚔ O anúncio de Riad chega logo após uma série de ataques de Israel contra o grupo libanês Hezbollah, por meio de pagers de comunicação. As ações, que culminaram na morte de dezenas de pessoas, inflou ainda mais o clima na região, com uma promessa de retaliação que pode se tornar uma guerra ainda maior.

"O Líbano está à beira do abismo. O povo libanês, o povo israelita e os povos do mundo não podem permitir que o Líbano se transforme noutra Gaza. Os civis estão a pagar o preço com o aumento do número de mortos, vidas e comunidades destroçadas. É tempo de uma paz justa baseada na Carta das Nações Unidas, no direito internacional e nas resoluções da ONU", disse Antônio Guterres, secretário-geral da ONU, em seu discurso na Assembleia Geral.

A visão foi corroborada pelos Estados Unidos, na figura de Joe Biden, que conclamou por uma solução diplomática para os diversos conflitos que acontecem na região do Mediterrâneo. O país mediou um acordo com vistas de acalmar os ânimos na região, e lançou mão disso para falar sobre a guerra.

"Agora é o momento para as partes finalizarem os termos", ressaltou Biden. "[O acordo] trará os reféns para casa e garantirá a segurança de Israel e de Gaza, libertando-os das garras do Hamas, aliviando o sofrimento em Gaza e pondo fim a esta guerra", completou.