Após cobrar dívida, Azul (AZUL4) fala em "conversa amigável" com a TAP
Azul contratou advogados em Portugal para pedir pagamento antecipado de R$ 1,2 bilhão à TAP.
A Azul (AZUL4) disse nesta quarta-feira (2) que contratou um escritório de advocacia em Portugal para ajudar a empresa a cobrar uma dívida bilionária da TAP. Ainda assim, garantiu que as "conversas estão acontecendo de maneira amigável".
💲 A Azul pede o pagamento antecipado de cerca de R$ 1,2 bilhão que foram emprestados à TAP em 2016. A companhia brasileira diz que, apesar de reconhecer a dívida, a empresa portuguesa "não cumpriu integralmente com todas as cláusulas previstas no referido empréstimo".
Além disso, a Azul mostrou-se preocupada com a possibilidade de ficar sem receber o dinheiro caso a TAP seja privatizada, como estuda atualmente o governo português. Por isso, não quer esperar até 2026, o prazo original de vencimento da dívida, para receber esse dinheiro.
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Em comunicado enviado à CVM nesta quarta-feira (2), a Azul disse que "as conversas estão acontecendo de maneira amigável, e até o presente momento, não há informações relevantes e de conhecimento da administração sobre o assunto que deveriam ser comunicadas ao mercado".
A declaração ocorre depois de o CEO da Azul, John Rodgerson, elevar o tom sobre o assunto. Em entrevista à "CNN Portugal", ele disse que a Azul prefere resolver assuntos como esse de maneira amigável, mas poderia processar a TAP e rever os acordos mantidos com a companhia portuguesa caso a dívida não fosse paga.
🗣️ Segundo Rodgerson, a TAP serve 11 cidades no Brasil e conta com a Azul como parceira em muitos desses locais. Por isso, indicou que o fim da parceria poderia até atrapalhar o plano de privatização da TAP, já que o valor de mercado da empresa portuguesa poderia cair diante de uma redução das atividades no Brasil.
O imbróglio, no entanto, também ocorre em um momento crucial para a Azul. Com uma dívida bilionária para vencer no curto prazo, a companhia tenta renegociar suas obrigações com arrendadores de aeronaves. Uma das opções em estudo é converter US$ 600 milhões dessa dívida em ações.
Recentemente, a Azul falou que as negociações seguem um "bom ritmo". Ainda assim, a companhia teve sua nota de crédito rebaixada pelas principais agências de classificação de crédito recentemente devido ao elevado risco de refinanciamento.
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