Aluguel de ações: Entenda a estratégia que saltou 53% na B3
O empréstimo de ativos rendeu uma receita de R$ 76,8 milhões para os investidores no 3T25.
Já pensou em emprestar as suas ações ou cotas de fundos para outro investidor? Pois esta é uma estratégia que vem ganhando cada vez mais adeptos na B3, devido à promessa de uma renda extra.
📈 De acordo com a bolsa brasileira, o volume negociado através do empréstimo ou aluguel de ativos de renda variável saltou 53% nos últimos meses, chegando a R$ 332 bilhões em outubro de 2025.
O movimento foi puxado por fundos de investimento, mas também pessoas físicas, que decidiram emprestar seus ativos em troca de uma taxa de remuneração.
O que explica a alta?
De acordo com analistas, a alta reflete o aumento do número de investidores da bolsa brasileira, mas também as incertezas enfrentadas ao longo deste ano.
🔎 Especialista da Valor Investimentos, Ian Lopes explicou que as incertezas globais e econômicas impulsionaram operações especulativas, ampliando a demanda pelo empréstimo de ativos.
"O aluguel de ações é uma maneira de o investidor que tem posições em renda variável ter uma renda passiva, porque ele empresta essa posição para outro investidor especular e cobra um aluguel para isso", explicou Lopes.
Ou seja, o empréstimo permite que os investidores mais arrojados façam suas apostas e ainda desponta como uma opção lucrativa para os investidores de longo prazo, que não querem se aventurar muito com suas ações nesses momentos incertos.
💲 A B3 confirma: a receita de empréstimos de ativos chegou a R$ 76,8 milhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 15,9% em relação ao mesmo período de 2024.
"É algo que ajuda na composição de retorno durante o ano", reforçou o head de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes.
Venda a descoberto
Uma das operações especulativas mais comuns nesta situação é a chamada venda a descoberto ou short selling.
Em resumo, é uma estratégia em que um investidor vende um ativo por acreditar que seu preço vai cair. Ou seja, na expectativa de recomprá-lo mais barato depois, para devolvê-lo ao seu dono original e embolsar algum lucro.
⚠️ O head de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes, lembrou, por sua vez, que esta é uma estratégia arriscada, que pode trazer ganhos, mas também prejuízos. Por isso, recomendou cautela.
Não à toa, os investidores pessoa física não aparecem entre os principais tomadores de empréstimos da bolsa brasileira. Neste caso, o movimento é puxado pelos fundos de investimento, segundo a B3.
Como funciona?
Nesta operação, o detentor de um ativo (o doador) autoriza a sua transferência a um terceiro (o tomador), em troca de uma taxa de remuneração acordada entre as partes.
O tomador pode fazer o que quiser com os ativos durante o empréstimo, inclusive a venda a descoberta. Contudo, tem a obrigação de devolvê-los no prazo combinado com o doador.
Caso a empresa distribua dividendos durante o aluguel, o tomador costuma reembolsá-los ao doador. Já em caso de assembleias, o doador perde o direito a voto, pois formalmente não é o proprietário do ativo enquanto o mesmo estiver emprestado.
Quem empresa seus ativos?
Segundo a própria B3, o doador é aquele investidor que não tem intenção de vender suas ações ou cotas, mas deseja receber uma remuneração adicional por esses ativos.
Nos últimos 12 meses, fundos de investimento e pessoas físicas foram os principais doadores. Veja:
- Fundos de investimentos: 41%;
- Pessoa física: 33%;
- Investidores não residentes: 13%:
- Instituições financeiras: 10%;
- Pessoas jurídicas: 2%.
E quem pega emprestado?
Já o tomador costuma ser um investidor que acredita que determinado papel está mal precificado e deseja alugá-lo para executar a chamada venda a descoberto -uma operação que, apesar dos seus riscos, é importante para a formação de preço e a liquidez do mercado, segundo a B3.
De acordo com a bolsa, os fundos de investimento responderam por quase metade dessas operações últimos 12 meses. Veja:
- Fundos de investimento: 47%;
- Investidores não residentes: 36%;
- Instituições financeiras: 12%;
- Pessoas físicas: 3%;
- Pessoas jurídicas: 0,4%.
Quais os ativos mais "alugados" na B3?
Segundo a B3, os instrumentos mais negociados nesta situação são ETFs (fundos de índices) e ações de alta liquidez. Veja o top 10 dos últimos 12 meses:
VALE3
ValeR$ 65,60
18,08 %
14,15 %
6.95%
9,86
1,37
Renda fixa da Vale (VALE3) pagará bolada de juros compostos até 2056; veja taxas
Mineradora brasileira precifica em US$ 750 milhões sua oferta de títulos de dívida no exterior.
Renda fixa da Vale (VALE3): mineradora anuncia títulos para 2056; notas são positivas
Debêntures híbridas da subsidiária devem reforçar o caixa e financiar novas operações, diz comunicado
Vale (VALE3) deve provisionar US$ 500 milhões após nova condenação por Mariana
Provisão adicional vem após a Justiça da Inglaterra considerar a BHP responsável pelo rompimento da barragem.
Para escapar da nova tributação, Vale deve pagar dividendos bilionários, diz Itaú
Analistas veem chance de proventos extraordinários ainda em 2025, antes da reforma tributária.
Deflação na China acabou em 2025? Entenda sinais para a Vale (VALE3)
Chineses são os principais compradores no mundo de minério de ferro da companhia brasileira.
Vale (VALE3) recompra R$ 3,8 bi em debêntures pérpetuas, veja motivo
Cada título foi adquirido por R$ 42, somando um desembolso total de aproximadamente R$ 3,755 bilhões.
Vale (VALE3) vai pagar dividendos extraordinários? Empresa responde à CVM
Companhia disse ainda não há decisão oficial, mas reforçou a hipótese de que tem provento a caminho.
Vale (VALE3) abre o jogo e diz que pode pagar dividendos extraordinários
Lucro bilionário e redução da dívida impulsionam expectativa de novos pagamentos adicionais