Aluguel de ações dispara e Banco do Brasil (BBAS3) lidera apostas em queda
Apostas em queda se intensificam na B3 e Banco do Brasil (BBAS3) atinge 98% do recorde histórico no mercado de aluguel de ações.

🚨 O mercado brasileiro de capitais viveu, em setembro de 2025, um movimento que chamou a atenção de analistas e investidores — o forte aumento do volume de ações alugadas, prática conhecida no jargão financeiro como BTC (Banco de Títulos da CBLC).
Esse mecanismo, que funciona como um termômetro paralelo ao mercado à vista, permite observar onde estão concentradas as maiores apostas em queda — e, mais importante, quais setores estão sob maior pressão vendedora.
De acordo com dados da Elos Ayta, os números atingiram patamares próximos aos recordes históricos. Em vários papéis, o percentual do estoque alugado em relação ao pico dos últimos 12 meses ultrapassa 90%, indicando que a percepção de risco em determinados setores ganhou intensidade.
Como funciona o BTC
O aluguel de ações funciona de forma simples:
- Um investidor que detém ações em carteira pode cedê-las temporariamente a outro investidor (o tomador);
- O tomador, por sua vez, geralmente vende essas ações no mercado à vista apostando que poderá recomprá-las mais baratas no futuro;
- A diferença entre o preço de venda e o de recompra é o lucro da operação.
Em troca, o cedente recebe uma taxa de aluguel, que varia de acordo com a oferta e demanda. Quanto maior o interesse em alugar um papel, mais alta tende a ser essa taxa.
Na prática, volumes elevados no BTC podem sinalizar dois cenários:
- Apostas diretas em queda (estratégias vendidas);
- Proteção (hedge) para carteiras que possuem exposição relevante ao ativo ou ao setor.
Bancos lideram apostas em queda
O levantamento da Elos Ayta mostra que o setor bancário está no centro das atenções.
Entre os 20 papéis mais alugados da B3, quatro são de bancos:
- o Banco do Brasil (BBAS3) atingiu 97,77% do maior estoque de aluguel já registrado, com quase 15% do free float emprestado;
- o BTG Pactual (BPAC11) alcançou 94,21% do recorde;
- o Bradesco (BBDC4), 93,17%; e
- o Itaú Unibanco (ITUB4), 91,24%.
Esse movimento sinaliza não apenas uma pressão vendedora significativa sobre o setor, mas também a percepção de que os bancos podem enfrentar desafios adicionais no cenário econômico atual.
Outros setores sob pressão
Além dos bancos, outros segmentos estratégicos da economia também aparecem no ranking.
No setor de petróleo e gás, Petrobras (PETR4) e PetroRio (PRIO3) figuram entre os papéis mais alugados, enquanto em energia elétrica o destaque fica para Eletrobras (ELET3) e Equatorial (EQTL3).
Do lado do consumo e indústria, companhias como Ambev (ABEV3), Marfrig (MRFG3), Embraer (EMBR3) e Rede D’Or (RDOR3) também registram forte procura.
O caso da Marfrig chama atenção especial: 36,92% de suas ações disponíveis no mercado estão alugadas, a maior proporção entre as empresas monitoradas.
Além disso, a taxa de aluguel chegou a 29,2% ao ano, reflexo de alta demanda e baixa oferta de papéis.
➡️ Leia mais: Nubank lança cartão para adolescentes com limite atrelado a Caixinhas
Números que chamam atenção
O estoque consolidado das 20 ações mais alugadas somou R$ 80,7 bilhões, equivalente a 74,3% do recorde conjunto dos últimos 12 meses. Já o mercado como um todo movimentou R$ 135,8 bilhões, cerca de 28,5% abaixo do pico histórico.
Em oito companhias, o nível de aluguel superou 90% do recorde anual, evidenciando pressão atípica.
Esses números reforçam a ideia de que o mercado de BTC pode antecipar movimentos relevantes no mercado à vista, já que volumes elevados costumam preceder fases de maior volatilidade.
O que significa para o investidor
Analisar o mercado de aluguel de ações não é apenas uma curiosidade técnica, trata-se de uma janela para o sentimento dos investidores institucionais.
Altos volumes alugados revelam maior concentração de apostas na queda, enquanto taxas elevadas sinalizam escassez de papéis disponíveis. A concentração em determinados setores, como bancos ou commodities, pode apontar riscos específicos e possíveis focos de instabilidade.
Para investidores de longo prazo, o movimento exige atenção redobrada. Isso porque, em momentos de estresse, a pressão sobre papéis muito alugados pode gerar episódios de short squeeze, quando vendidos são obrigados a recomprar ações rapidamente, impulsionando uma disparada de preços.
📊 O aumento expressivo do volume de aluguel de ações em setembro de 2025 acendeu um sinal de alerta no mercado brasileiro. Embora seja uma prática comum, os atuais patamares — próximos aos recordes históricos — revelam maior cautela e até pessimismo em setores de peso, como bancos e petróleo.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 22,00
-15,79 %
5,48 %
7.76%
7,95
0.69

Banco do Brasil desmente boatos e mostra como se proteger do ‘golpe do concurso’
O banco desmentiu boatos sobre concurso e alertou para golpes com sites falsos de inscrição e cobrança via Pix.

Banco do Brasil (BBAS3) terá qual retorno de dividendos em 2026? XP dá pista
Analistas avisam que o patamar de dividend yield da estatal será modesto e preferem outro bancão.

BB (BBAS3) e Natura investem R$ 50 mi em "dendê regenerativo" e renda familiar
A iniciativa tem como objetivo expandir os SAFs e prevê a recuperação de até 12 mil hectares de floresta amazônica.

Banco do Brasil (BBAS3) cai abaixo de R$ 22 e sacramenta Ibovespa negativo
Estatal volta às manchetes ao projetar ROE de dois dígitos em 2025, mas investidores não compram a ideia, por ora.

Banco do Brasil (BBAS3) projeta ROE de até 13% em 2025, mas analistas duvidam
Analistas do BTG Pactual e da XP destacam que o banco enfrenta um cenário de estresse, principalmente em sua carteira de agronegócio.

Novo BB Seguridade? Banco do Brasil pode lançar IPO bilionário da BB Consórcios
Unidade é considerada altamente lucrativa, mas abertura de capital depende dos acionistas e não deve ocorrer no curto prazo.

Taxação sobre Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) subirá de 15% para 20%
Relator de Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do IOF justifica o porquê taxará mais os proventos.

Banco do Brasil (BBAS3) pode liberar dividendos extras em 2026, indica CFO
Possibilidade veio à tona diante da expectativa de que os resultados do banco melhorem no próximo ano.