Além da Ultrafarma: MP apura envolvimento Kalunga e OXXO em fraude fiscal

Promotores dizem que encontraram ligação de empresas com auditor fiscal que foi preso.

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Publicado em 13/08/2025 às 19:06h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 13/08/2025 às 19:06h Atualizado 8 horas atrás por Wesley Santana
Oxxo tem mais de 600 lojas espalhadas pelo Brasil (Imagem: Shutterstock)
Oxxo tem mais de 600 lojas espalhadas pelo Brasil (Imagem: Shutterstock)

Na manhã da última terça-feira (12), o fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, foi preso pela Polícia Civil de São Paulo. Ele e sua empresa são investigados pelo Ministério Público no envolvimento de fraudes fiscais.

Ao longo do dia, novas informações foram divulgadas pelo MP, dando conta que o esquema pode ser ainda maior. O órgão apura se as empresas Kalunga, Oxxo, Allmix Distribuidora e Rede 28 Postos de Combustíveis também estariam envolvidas no caso.

O esquema aponta que o supervisor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda de SP, recebia propina em troca de mudanças tributárias no sistema oficial do estado. Ele também foi preso nesta terça, junto do diretor da Fast Shop.

Segundo o MP, há indícios de que Kalunga teve um documento recusado pela Sefaz por causa de suspeitas de favorecimento. Já a Oxxo teria algum tipo de envolvimento com a consultoria tributária Smart Tax, cadastrada no nome da mãe de Artur, servidor da Sefaz-SP. As descobertas foram feitas por meio da quebra de sigilo autorizada pela Justiça de SP.

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“São centenas de outros e-mails com o mesmo teor, deixando-se de colacioná-los para não tornar esta leitura cansativa e redundante. Da mesma forma, ARTUR também vem recebendo propina por parte de outras grandes empresas para beneficiá-las em questões tributárias, adotando o mesmo modus operandi ora relatado”, dizem os promotores do escrevem os promotores do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e a Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos Financeiros).

No caso da Ultrafarma, a promotoria diz que os indícios são ainda mais claros sobre o envolvimento entre as duas partes. “Constatou-se que ARTUR possui até mesmo o certificado digital da ULTRAFARMA instalado em seu computador, indicando claramente que inclusive realiza, pessoalmente, requerimentos da empresa junto à SEFAZ”, escrevem os promotores do Gedec.

Audiência de custódia

O empresário Sidney Oliveira passou por audiência de custódia nesta quarta, mas foi mantido preso pela Justiça. Ele foi mantido no cárcere do 8º Distrito Policial de São Paulo, localizado no bairro do Belenzinho.

A audiência de custódia é um mecanismo da legislação brasileira que assegura o detento sobre a legalidade da prisão. Um segundo juiz avalia a prisão e classifica se o suspeito teve direito a defesa, o que deve acontecer em até 24 horas depois da prisão.

Embora Oliveira tenha sido mantido preso, seu advogado, Arthur Fiedler, diz não ter tido acesso aos autos da investigação. Além disso, destacou à imprensa que não pode se manifestar sobre o caso porque isso ocorre em segredo de Justiça.

Sidney foi preso na manhã da terça, em uma casa na região metropolitana de São Paulo. Ele é sócio e fundador da Ultrafarma, uma das principais drogarias da capital paulista, agora também presente em outras cidades do estado.