O que são stablecoins e por que estão em alta no mercado financeiro?

As stablecoins são um tipo especial de criptomoeda projetado para minimizar a volatilidade típica das criptomoedas.
Enquanto moedas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) apresentam flutuações bruscas de preço, as stablecoins são pareadas com ativos mais estáveis, como moedas fiduciárias (dólar, euro) ou commodities (ouro).
Essa ancoragem garante que seu valor permaneça estável, tornando-as atraentes tanto para investidores quanto para quem busca um meio de pagamento menos volátil.
Nos últimos anos, o Banco Central do Brasil observou um aumento expressivo na demanda por stablecoins, em especial as lastreadas em dólar.
Essas moedas não são utilizadas apenas como reserva de valor, mas também para remessas internacionais e pagamentos digitais, competindo com o sistema bancário tradicional.
Como são criadas as stablecoins?
A base na blockchain e a paridade com ativos reais
As stablecoins são projetadas para manter estabilidade de preço, diferenciando-se das criptomoedas tradicionais pela menor volatilidade.
Sua criação se dá em redes blockchain, onde cada transação é registrada publicamente, garantindo transparência e segurança.
A grande diferença em relação a moedas como Bitcoin (BTC) ou Ethereum (ETH) é que uma stablecoin precisa ter um lastro correspondente em ativos reais ou digitais.
Ao emitir uma unidade de USDC ou USDT, por exemplo, a empresa responsável deve garantir que um valor equivalente esteja disponível em reservas bancárias.
Isso significa que se forem emitidos 100 milhões de USDC, a empresa precisa manter a mesma quantia em dólares em instituições financeiras reguladas, prevenindo riscos de insolvência e aumentando a confiança no mercado.
Integração com contratos inteligentes
Além de sua emissão padronizada em blockchains, um novo diferencial é a integração de contratos inteligentes.
Esses contratos permitem que transações e operações complexas, como gestão automática de colaterais e empréstimos descentralizados (DeFi), sejam realizadas sem intermediários.
Assim, a operação se torna mais eficiente e econômica, eliminando custos com bancos e outros serviços financeiros tradicionais【14】.
Quatro tipos principais de stablecoins
- Lastreadas em moeda fiduciária: Atreladas a moedas como o dólar, euro ou real. Exemplos populares incluem USDT e USDC, que mantêm uma proporção de 1:1 com o dólar americano, facilitando o uso para transações internacionais e proteção cambial
- Lastreadas em criptomoedas: Como a DAI, que utiliza ETH como colateral. Nesse modelo, é necessário depositar um valor maior do que a emissão da stablecoin para proteger contra variações do mercado, garantindo a estabilidade.
- Pareadas em commodities: Um exemplo é a PAX Gold (PAXG), que tem cada unidade lastreada por uma quantidade específica de ouro físico. Essas moedas são atraentes para quem busca exposição a metais preciosos sem a necessidade de armazenar fisicamente o ativo.
- Algorítmicas: Em vez de reservas, essas stablecoins mantêm a estabilidade por meio de algoritmos que ajustam automaticamente sua oferta e demanda. No entanto, exemplos como a TerraUSD (UST) mostraram o risco desse modelo, já que colapsaram devido à instabilidade dos mecanismos de paridade, o que levou a uma maior pressão regulatória global sobre o setor.
O impacto regulatório e o futuro das stablecoins
O Banco Central do Brasil e outros reguladores internacionais estão intensificando a fiscalização sobre as stablecoins.
Isso ocorre para garantir que emissores mantenham as reservas prometidas e que os consumidores tenham proteção contra possíveis fraudes ou colapsos, como o ocorrido com a UST.
O Brasil se prepara para lançar o Drex, uma moeda digital oficial baseada em blockchain, que promete trazer mais confiança e liquidez ao mercado financeiro ao lado das stablecoins privadas já existentes..
Com a regulamentação em evolução, o mercado de stablecoins não apenas oferece uma alternativa eficiente e barata para transações e remessas, mas também se posiciona como uma ferramenta essencial para o crescimento de soluções DeFi e inovação financeira no Brasil e no mundo.
Benefícios e riscos das stablecoins
Vantagens
Simplicidade e acessibilidade
Comprar uma stablecoin atrelada ao real é significativamente mais prático do que abrir uma conta internacional para adquirir dólares ou outras moedas estrangeiras.
Além disso, o uso de stablecoins tem democratizado o acesso ao mercado financeiro global, permitindo que mais pessoas invistam em ativos dolarizados ou realizem transações internacionais, sem as complexidades e exigências típicas de bancos estrangeiros.
A facilidade em acessar essas moedas por meio de exchanges e carteiras digitais promove inclusão financeira, especialmente em economias emergentes.
Facilidade para remessas internacionais
Stablecoins agilizam transferências internacionais, eliminando intermediários e reduzindo custos significativamente.
Enquanto uma transferência bancária internacional pode demorar dias e envolver tarifas elevadas, o envio de stablecoins acontece em questão de minutos, com taxas menores e previsíveis.
Esse benefício é particularmente relevante para empresas que precisam realizar pagamentos em tempo real ou para indivíduos que enviam dinheiro para familiares no exterior.
Além disso, a ausência de burocracia e a operação 24/7 fazem das stablecoins uma alternativa eficiente ao sistema bancário tradicional.
Hedge contra volatilidade e incerteza econômica
As stablecoins são amplamente utilizadas como um meio para proteger ativos contra oscilações bruscas dos mercados.
Durante crises econômicas ou períodos de alta volatilidade, essas moedas oferecem uma forma segura de preservar valor, já que são atreladas a ativos estáveis, como o dólar ou ouro.
Em economias com inflação elevada ou incertezas políticas, investidores e empresas recorrem às stablecoins como alternativa de proteção para mitigar riscos.
Além disso, as stablecoins são usadas por traders que buscam estabilidade temporária entre operações em criptomoedas voláteis.
Maior transparência e eficiência nas operações financeiras
Ao eliminar a necessidade de intermediários bancários, as stablecoins promovem maior eficiência e transparência.
Como todas as transações são registradas na blockchain, há uma redução significativa de erros operacionais e riscos de fraude. Isso também fortalece a confiança dos usuários e empresas que utilizam essas moedas para transações comerciais ou investimentos.
Riscos
Confiabilidade do emissor e riscos de colapso
Embora as stablecoins prometam estabilidade, essa promessa depende da transparência e solvência das empresas emissoras.
Se as reservas que garantem a paridade com moedas fiduciárias não forem auditadas de forma consistente ou clara, o risco de desvalorização aumenta.
A controvérsia envolvendo a Tether (USDT) é um exemplo importante: rumores sobre a falta de reservas adequadas abalaram a confiança dos investidores, levantando questões sobre o risco sistêmico que um colapso de uma grande stablecoin poderia causar no mercado de criptomoedas.
Investidores devem estar atentos aos relatórios de auditoria e à reputação dos emissores para evitar exposição a riscos desnecessários.
Riscos regulatórios e novas legislações
O mercado de stablecoins tem atraído cada vez mais atenção dos reguladores globais, e o Brasil não é uma exceção.
O Banco Central está avançando na regulamentação dessas moedas, com regras que visam aumentar a transparência e reduzir riscos, como lavagem de dinheiro e financiamento de atividades ilícitas.
A regulamentação exigirá que os emissores mantenham reservas claras e separadas dos ativos de outras operações.
A legislação também pode limitar a concentração de poder entre emissores e custodianos, evitando conflitos de interesse.
Embora essas regulamentações aumentem a segurança, elas também podem criar barreiras de entrada para novos players e reduzir a agilidade do mercado.
Risco operacional e tecnológico
As stablecoins operam sobre redes blockchain, que não são imunes a riscos tecnológicos, como ataques hackers e vulnerabilidades de contratos inteligentes.
Embora a segurança seja uma prioridade, falhas de software ou ataques direcionados podem comprometer tanto o emissor quanto o usuário final.
Problemas como a instabilidade de algumas blockchains ou congestionamentos na rede podem dificultar a transferência de fundos e aumentar as taxas de transação.
Desconfiança do mercado e riscos de desvalorização
Em casos extremos, a confiança nas stablecoins pode ser abalada rapidamente, levando a uma fuga de capital para ativos mais seguros.
Esse risco se agrava quando surgem dúvidas sobre a paridade com a moeda fiduciária ou quando um emissor enfrenta problemas financeiros ou jurídicos.
Nessas situações, investidores podem enfrentar dificuldades para converter suas stablecoins de volta em moeda fiduciária, aumentando o risco de perdas financeiras.
Stablecoins e o mercado financeiro brasileiro
O Brasil está se destacando como um dos líderes globais na adoção de criptomoedas e stablecoins, movido pela necessidade de proteção cambial e estabilidade financeira.
A volatilidade do real e a busca por alternativas para preservar o poder de compra fazem com que muitos brasileiros recorram às stablecoins, especialmente em momentos de incerteza econômica.
Além disso, empresas e indivíduos estão cada vez mais utilizando essas moedas para facilitar remessas internacionais, evitando as elevadas tarifas e a burocracia do sistema bancário tradicional.
A chegada do Drex — a moeda digital do Banco Central do Brasil — promete transformar ainda mais o uso de ativos digitais no país.
Com o Drex, espera-se que a integração entre stablecoins e o sistema financeiro tradicional se fortaleça, criando um ambiente em que esses ativos possam ser usados tanto para pagamentos cotidianos quanto para investimentos estruturados.
A inclusão do Drex no mercado pode incentivar novas formas de transação e potencializar o uso das stablecoins como meio de pagamento eficiente, ao mesmo tempo em que amplia o acesso a produtos financeiros digitalizados para a população.
A crescente adoção de stablecoins no Brasil reflete uma necessidade urgente de eficiência e inovação nos meios de pagamento e nas alternativas de investimento, especialmente diante de um cenário global de inflação elevada e taxas de juros altas.
As stablecoins estão se posicionando como um instrumento essencial para garantir liquidez e reduzir custos operacionais, tanto para consumidores quanto para empresas.
Para investidores, essas moedas oferecem proteção rápida contra as oscilações do câmbio e permitem diversificação internacional sem a necessidade de abrir contas fora do Brasil.
Contudo, o Banco Central do Brasil tem trabalhado ativamente para regulamentar e integrar o mercado de ativos digitais com o sistema financeiro tradicional, em linha com as melhores práticas internacionais.
A preocupação é minimizar riscos sistêmicos, como crises de liquidez ou instabilidades provocadas pela falência de emissores de stablecoins.
A regulamentação busca garantir transparência e segurança para os consumidores, exigindo que emissores de stablecoins mantenham reservas auditadas e sigam normas rígidas de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Além disso, o Banco Central está promovendo uma maior integração entre emissores privados e instituições financeiras tradicionais, criando um ambiente de cooperação regulatória para que as stablecoins possam ser usadas de forma segura.
Com essa abordagem, espera-se evitar o surgimento de conflitos de interesse entre emissores e custodians, além de fomentar um mercado mais competitivo e acessível.
A regulação também deverá garantir que novas tecnologias, como contratos inteligentes e blockchain, sejam incorporadas com padrões elevados de governança e cibersegurança.
Outro ponto relevante é que as stablecoins podem desempenhar um papel estratégico na digitalização dos serviços financeiros e na inclusão de milhões de brasileiros no sistema financeiro.
Ao permitir acesso rápido e fácil a moedas atreladas a ativos estáveis, elas viabilizam transações de forma prática e econômica, principalmente para pequenas e médias empresas que operam no comércio exterior ou em marketplaces internacionais.
Por fim, à medida que o Brasil avança na regulamentação e amplia o uso do Drex, o país tem o potencial de se tornar uma referência global na adoção e integração de moedas digitais.
No entanto, é fundamental que consumidores e investidores estejam atentos aos riscos associados às stablecoins, como falhas operacionais, problemas de liquidez e vulnerabilidades tecnológicas, para aproveitar os benefícios desses ativos de forma segura e eficiente.
Como investir em stablecoins no Brasil?
Investir em stablecoins no Brasil é um processo simples e acessível, especialmente com o crescimento das exchanges locais e internacionais operando no país.
As plataformas como Binance, Mercado Bitcoin e Foxbit disponibilizam as stablecoins mais populares, incluindo USDT (Tether), USDC (USD Coin) e DAI, cada uma com suas características específicas.
A USDT é conhecida por sua ampla aceitação, o USDC é valorizado pela transparência de auditorias regulares, enquanto o DAI, uma stablecoin descentralizada, atrai investidores que buscam autonomia e menor exposição a intermediários tradicionais.
Passo a passo para comprar stablecoins no Brasil
Criar uma conta em uma corretora
Acesse a plataforma de sua escolha, como Binance, Mercado Bitcoin, NovaDAX ou Foxbit, e preencha o formulário de cadastro.
Enviar documentos e confirmar sua identidade
As exchanges exigem verificação KYC (Know Your Customer) para garantir a segurança e atender às normas regulatórias. Isso envolve o envio de documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
Transferir reais para a plataforma
A maioria das corretoras aceita transferências bancárias via PIX, TED ou boleto. Assim, você deposita reais (BRL) diretamente na sua conta da corretora, agilizando o processo de compra.
Adquirir a stablecoin desejada
Após o saldo ser creditado na plataforma, basta selecionar a stablecoin que você deseja comprar. As ordens podem ser executadas rapidamente, com as moedas ficando disponíveis imediatamente na sua carteira digital.
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