IGP-M: O que é? Como funciona?

Author
Publicado em 14/07/2023 às 10:17h - Atualizado 9 dias atrás Publicado em 14/07/2023 às 10:17h Atualizado 9 dias atrás por João Henrique Possas
Conheça um dos mais importantes indicadores econômicos do Brasil.
Conheça um dos mais importantes indicadores econômicos do Brasil.

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) é um dos mais importantes indicadores econômicos no Brasil.

Ele é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e acompanha as variações de preços em diferentes etapas da economia.

O índice é amplamente usado para o reajuste de contratos, especialmente aluguéis, serviços públicos e mensalidades escolares, o que lhe rendeu o apelido de “inflação do aluguel”.

Ele é formado por três subíndices que abrangem diferentes aspectos do mercado:

  • IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): Monitora os preços no atacado, principalmente de commodities e insumos industriais.
  • IPC (Índice de Preços ao Consumidor): Reflete as variações nos preços de bens e serviços para o consumidor final.
  • INCC (Índice Nacional de Custo da Construção): Acompanha a evolução dos custos de materiais, mão de obra e serviços na construção civil.

Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M envolve uma metodologia detalhada e criteriosa, projetada para capturar a dinâmica dos preços em diferentes pontos da cadeia produtiva.

Ele é composto por uma média ponderada de três subíndices: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).

Cada um desses subíndices é responsável por monitorar variações específicas, proporcionando uma visão abrangente sobre a economia e seus diferentes setores.

A coleta de dados ocorre entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência, permitindo que o índice se mantenha atualizado com as variações mais recentes.

Esse período de coleta ajuda a identificar pressões inflacionárias em tempo quase real, fornecendo uma leitura precisa dos preços tanto para o mercado atacadista quanto para o consumidor final.

Como o IGP-M abrange produtos industriais, agrícolas e serviços de construção, ele reflete uma visão completa das forças econômicas que moldam os preços.

O IPA, que tem maior peso na composição, mede as mudanças nos preços de commodities e insumos industriais, capturando a dinâmica de oferta e demanda global.

Por isso, ele é fortemente impactado por fatores externos, como variações cambiais e preços internacionais de petróleo e alimentos.

Isso explica por que o IGP-M pode oscilar de forma intensa em momentos de instabilidade econômica global.

Já o IPC, focado no consumidor final, reflete as variações em bens de consumo e serviços essenciais, enquanto o INCC monitora custos na construção civil, incluindo insumos e mão de obra, setores que frequentemente sofrem com ajustes sazonais e mudanças nos preços dos materiais.

A ponderação entre esses subíndices é ajustada periodicamente para se alinhar às condições econômicas, garantindo que o índice capture as transformações estruturais da economia brasileira.

Por exemplo, momentos de alta nos preços de commodities agrícolas, como soja e milho, podem elevar o IPA, enquanto períodos de expansão no setor imobiliário afetam o INCC devido ao aumento dos custos de construção.

Além disso, oscilações no câmbio também têm impacto direto, já que muitos insumos e produtos industrializados são importados.

O resultado final do IGP-M é utilizado como referência não apenas para reajustes de aluguéis, mas também para contratos de energia elétrica, planos de saúde e tarifas de serviços públicos, mostrando sua relevância na economia cotidiana e nos investimentos.

Com essa metodologia robusta e abrangente, o índice se posiciona como uma das ferramentas mais confiáveis para medir a inflação e orientar a tomada de decisões financeiras tanto para consumidores quanto para empresas.

A evolução do IGP-M e o cenário atual

Nos últimos anos, o IGP-M passou por variações significativas, refletindo o impacto de eventos econômicos globais e domésticos.

Durante o período de 2020, marcado pela pandemia e desvalorização cambial, o índice acumulou alta expressiva de 23,14%, refletindo a instabilidade dos mercados e o encarecimento de insumos e commodities.

O ano seguinte mostrou uma leve melhora, mas ainda com inflação elevada de 17,78%, impulsionada por custos de produção e alta nos preços de alimentos e energia.

Em 2022, houve uma desaceleração, com o IGP-M fechando em 5,45%, apontando uma normalização econômica parcial e a estabilização dos mercados globais.

A deflação de 2023 e as dinâmicas por trás dela

Já em 2023, o cenário mudou radicalmente, com o índice registrando deflação acumulada de -3,76%.

Essa queda foi impulsionada pela retração nos preços de commodities e combustíveis, como o petróleo e o milho, e pela recuperação na cadeia de suprimentos global, que havia sido afetada anteriormente pela pandemia.

Outro fator relevante foi a estabilidade do câmbio, que reduziu os custos de importação, aliviando pressões inflacionárias no setor produtivo e no consumo interno.

Além disso, a política monetária restritiva implementada pelo Banco Central, com juros elevados, ajudou a conter a demanda, colaborando para uma queda nos preços de bens duráveis e serviços.

Essa combinação de fatores gerou uma mudança de expectativas no mercado, reduzindo o repasse da inflação para os contratos indexados ao IGP-M.

A expectativa de inflação moderada e os desafios futuros

O cenário atual sugere uma inflação moderada, com projeções indicando um aumento em torno de 4,07%.

Esse ambiente reflete tanto a recuperação gradual do consumo quanto uma maior previsibilidade nos preços de commodities, como o soja e o petróleo, que tendem a se estabilizar.

A melhoria nas condições climáticas, especialmente com o recuo do impacto do El Niño, também ajuda a conter altas nos preços agrícolas.

Essa moderação na inflação indica que os reajustes de contratos e tarifas públicas serão menos agressivos do que em anos anteriores.

No entanto, é crucial monitorar as dinâmicas do mercado de energia e a política de preços de combustíveis, uma vez que mudanças nesses setores podem impactar significativamente o índice.

Com isso, tanto consumidores quanto investidores devem acompanhar o desempenho do IGP-M para ajustar estratégias e evitar surpresas financeiras.

Como o IGP-M impacta investimentos e economia

O IGP-M é um termômetro essencial para diversos setores da economia e possui uma influência direta sobre o desempenho de fundos imobiliários (FIIs), contratos de aluguel e outros ativos atrelados a reajustes periódicos.

Em cenários de inflação controlada, como o atual, os reajustes são mais moderados, o que tende a aliviar os inquilinos, já que os aumentos nos valores dos aluguéis serão menores.

No entanto, essa dinâmica pode representar um desafio para investidores imobiliários, que dependem de rendas indexadas ao IGP-M.

Menores reajustes podem impactar a rentabilidade dos FIIs, especialmente os voltados para lajes corporativas e shopping centers, que dependem de contratos reajustados anualmente.

Assim, a projeção e monitoramento constante do IGP-M tornam-se indispensáveis para investidores que buscam otimizar seus retornos e mitigar perdas em cenários de inflação mais baixa.

Relevância para contratos e outros setores

Além de FIIs e aluguéis, o IGP-M tem papel fundamental em diversos outros contratos econômicos, como os de energia elétrica, planos de saúde e serviços educacionais.

A moderação do índice beneficia consumidores ao limitar aumentos tarifários, mas pode gerar desequilíbrios financeiros em setores que utilizam o IGP-M para ajuste de receitas, como escolas e universidades.

A redução desses reajustes pode exigir que algumas empresas busquem revisar seus contratos e negociar condições mais favoráveis, utilizando outros indexadores, como o IPCA, para evitar perdas financeiras excessivas.

A importância da diversificação de investimentos

Para os investidores com exposição direta ao IGP-M, é fundamental adotar estratégias de diversificação.

Como o índice pode sofrer variações inesperadas devido a fatores externos, como oscilações nos preços de commodities e choques cambiais, é prudente equilibrar o portfólio com ativos indexados a outros indicadores.

Além disso, o uso de produtos financeiros, como títulos de renda fixa atrelados ao IPCA ou debêntures incentivadas, pode proteger o patrimônio contra eventuais perdas geradas por variações desfavoráveis no IGP-M.

Vantagem estratégica para investidores

O acompanhamento constante do IGP-M é essencial não apenas para investidores, mas também para empresas e consumidores que precisam negociar contratos com base em indexadores econômicos.

Conhecer as projeções do índice e entender suas dinâmicas possibilita tomar decisões mais informadas e garantir melhores condições contratuais.

Essa informação é valiosa tanto para quem deseja renegociar aluguéis quanto para investidores que buscam alocar recursos de maneira mais eficiente, protegendo-se contra a erosão do poder de compra.

O Investidor10 oferece ferramentas de monitoramento e análises detalhadas que ajudam a acompanhar o desempenho do IGP-M e de outros indicadores econômicos.

Com a assinatura Investidor10 PRO, você tem acesso a relatórios exclusivos e insights personalizados, essenciais para tomar decisões estratégicas em um mercado dinâmico.

O acesso a informações atualizadas permite que você identifique oportunidades e mitigue riscos, garantindo rentabilidade e segurança para seus investimentos no longo prazo.

Impacto do IGP-M nos seus investimentos

O IGP-M vai além dos reajustes de aluguéis e desempenha um papel significativo no cenário de investimentos no Brasil.

Ele é amplamente utilizado em contratos financeiros e indexadores de produtos, como fundos imobiliários (FIIs), títulos de crédito privado e contratos de infraestrutura.

Ativos que possuem receitas atreladas ao IGP-M, como debêntures e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), sofrem impacto direto das oscilações desse índice.

Em períodos de alta inflacionária, os retornos desses investimentos podem ser amplificados, enquanto fases de deflação ou baixa inflação trazem ajustes negativos, reduzindo a rentabilidade dos investidores.

O impacto da deflação e alta de juros nos retornos

A recente deflação registrada no IGP-M, em conjunto com as altas taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central, afeta o comportamento dos FIIs.

Durante esse período, aluguéis e receitas indexadas ao IGP-M sofrem reajustes menores ou até negativos, impactando diretamente os rendimentos distribuídos aos cotistas.

Isso pode reduzir a atratividade dos fundos imobiliários mais expostos a contratos comerciais, como lajes corporativas e shopping centers, que dependem desses reajustes para manter a rentabilidade.

Por outro lado, em períodos de inflação crescente, ativos como CRIs se beneficiam, já que seus rendimentos aumentam conforme o IGP-M sobe.

Essa volatilidade exige que os investidores busquem estratégias de diversificação para equilibrar ganhos e perdas, especialmente considerando que o desempenho do IGP-M é influenciado por fatores imprevisíveis, como a variação cambial e os preços internacionais de commodities.

A importância do cálculo da rentabilidade real

Outro aspecto crucial para o investidor é o cálculo da rentabilidade real.

Ao descontar a inflação medida pelo IGP-M do retorno nominal dos investimentos, é possível avaliar o ganho efetivo de cada ativo.

Esse cálculo é essencial para uma gestão eficiente de portfólios de longo prazo, especialmente em ambientes econômicos voláteis, onde a inflação pode corroer os retornos acumulados.

Além disso, produtos financeiros de renda fixa, como debêntures incentivadas e títulos públicos atrelados ao IGP-M, são frequentemente utilizados como proteção contra a erosão do poder de compra.

Esses ativos são estratégicos para investidores que buscam segurança e previsibilidade, mas a decisão de manter uma carteira focada nesses produtos exige atenção constante às projeções do índice e suas flutuações.

Estratégias para mitigar riscos e aproveitar oportunidades

Dada a instabilidade do IGP-M, uma estratégia comum é a diversificação entre diferentes indexadores, como o IPCA e a Selic.

Isso permite que o investidor dilua os riscos de exposição excessiva a um único índice e maximize seus retornos em cenários variados.

Por exemplo, fundos imobiliários que adotam cláusulas híbridas de reajuste, combinando IPCA e IGP-M, tendem a apresentar maior estabilidade em seus rendimentos.

Monitorar as tendências do IGP-M e entender como ele se comporta em diferentes contextos econômicos é essencial para mitigar riscos e aproveitar oportunidades de forma estratégica.

Conclusão: Use a informação ao seu favor com o Investidor10

Compreender o funcionamento do IGP-M é essencial para proteger seu patrimônio e tomar decisões financeiras mais acertadas.

Para acompanhar a evolução desse índice e ter acesso a análises aprofundadas do mercado, o Investidor10 oferece relatórios completos e ferramentas de monitoramento.

A assinatura Investidor10 PRO eleva sua experiência ao proporcionar dados exclusivos e insights valiosos, permitindo que você identifique oportunidades e tome decisões com mais confiança.

Acesse o Investidor10 e maximize seus resultados com informações de qualidade e atualizadas.